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Capitulo 12 - O Conselho de Honra

Sentei-me em meu assento na primeira classe. A viagem foi longa, porém tranqüila. Eu queria ter adormecido, pelo menos um pouquinho. Infelizmente não pude, quando senti minhas pálpebras suficientemente pesadas para tal, o comandante avisou que estaríamos aterrissando.
Peguei um taxi no aeroporto até Volterra, um longo trecho, já que nossa pequena cidade ficava encravada nos vales da Toscana. Sem dúvida Aro teria mandado alguém para me buscar, como eu queria que minha chegada fosse surpresa, tive que me ajeitar sozinha.
Durante o caminho, pensei muito em tudo. Eu estava nervosa e também sentia o ódio crescer dentro de mim. No caso do ódio, eu precisava de vingança. Nunca fui vingativa, mas neste caso em especial, eu queria que ela, a assassina de meu amigo Vitor, pagasse bem caro por ter mexido com uma Volturi. Queria que ela sentisse o peso da hierarquia, na qual eu estava em cima e ela era só um soldado. No caso do nervosismo, ia melhorar quando eu visse Aro, e principalmente quando estivesse nos braços de Demetri.
Ir a uma reunião do conselho agradaria sem dúvida os Volturi, e minha intenção era exatamente marcar território. Por isso eu precisava que ficassem satisfeitos comigo. Caius como o mais esnobe de todos, era o mais fácil de convencer. Seria meu primeiro passo.
Cheguei a Volterra no meio da tarde. Fui direto para o prédio da empresa fictícia de Aro, neste horário eu não os encontraria por lá, o sol estava muito forte.
Giana, a secretária humana de Aro me recepcionou alegremente – eu sempre tive um pouco de pena da pobre menina.
- Sra. Satine! Seja muito bem vinda. Deseja que eu mande avisar mestre Aro de sua chegada?
- Não, por favor! Na verdade quero fazer uma surpresa. Ainda tem alguém aí dentro?
- Não. Hoje não vieram, o sol está um pouco forte. Ficaram se preparando para a reunião.
- Ótimo! Vou usar o gabinete para me preparar, ok? Não permita que ninguém entre. Ninguém mesmo!
- Pode deixar, não permitirem nem que o próprio mestre entre, senhora.
Eu a abracei. Em geral a maioria fingia não vê-la, eu sempre achei muito injusto com tanta lealdade e devoção.
- Obrigado, Giana, você é muito gentil.
- Imagine, senhora, faço apenas meu trabalho, além disso, a senhora merece.
Entrei no gabinete de Aro e tentei relaxar um pouco, embora o clima lá fosse suficientemente obscuro para dar medo no próprio Drácula, eu me sentia em casa.
Quando despertei, a tarde começava a cair, tingindo de vermelho o céu. O entardecer na Toscana era um dos mais bonitos da Itália. Suspirei fundo, apesar de tudo, eu me sentia em casa novamente.
Naquela noite ocasionalmente, eu queria parecer mesmo uma vampira, coisa que não era comum. Parei em frente o grande espelho vitoriano e olhei meu reflexo, hoje, eu teria que buscar lá dentro uma Satine que eu havia esquecido, muito tempo atrás.
Homens são criaturas manipuláveis, e isso tornava meu trabalho um pouco mais fácil, uma vez que sedução era um jogo que eu aprendera muito cedo. Caprichei na maquiagem, um pouco mais pesada que o de costume, ressaltando meus grandes olhos citrino-amendoados. Um brilho delicado nos lábios. Os cabelos ajeitei em um semi coque, deixando alguns fios cacheados cair por meu rosto e pescoço, que certamente era a parte preferida pelos vampiros. O vestido, era fantástico. Arabescos pretos enfeitavam meu colo e desciam como desenhos por todo o tronco até o quadril, deixando a brancura de minha pele ainda mais acentuada sobre a transparência negra. A saia era toda de seda, cortada a laser e descia esvoaçante em um leve evasê. Sandálias delicadas de salto fino. Um conjunto de colar e brincos, presente de Aro, com pedras de ônix e diamantes. E minha capa, um longo casaco de peles, branco.
Do prédio em que eu estava, havia uma passagem para o castelo, uma que eu conhecia bem, usada por mim quando criança para fugir de todos. Aproveitei-me do fato de que estariam ocupados no salão e não me veriam, e atravessei o jardim, parando em frente á porta aberta do grande salão do castelo.
O salão estava muito bonito. Todo negro, e decorado com castiçais de prata e velas acesas, o que dava um ar sombrio a tudo.
Assim que Aro se virou para mim, um sorriso nasceu em seus lábios e ele se levantou, caminhando suavemente para a entrada.
Eu flexionei os joelhos em reverência, e ele me segurou levantando-me à altura de seu ombro e dando-me um braço.
- Minha amada filha, seja bem vinda.
Suas palavras embargaram um pouco minha voz, eu não havia contado com a emoção de revê-lo. Abracei-o então, escondendo meus olhos chorosos em seu longo manto.
- Eu espero que...
- Não importa, estou feliz porque está aqui agora, minha querida, esta sempre será a sua casa e você sempre será esperada e bem-vinda aqui.
Ele me beijou a testa e chamou um dos criados para que segurasse minha capa, caminhando comigo como quem leva um prêmio. Todos os olhos estavam em mim.
Enquanto caminhávamos em direção aos tronos, tentei olhar todos os que estavam presentes. Tentei disfarçar o sorriso quando o vi, meu Demetri, encostado despreocupadamente no piano, foi impossível. Seus olhos carmim me seguiam, onde quer que eu fosse.
Minha felicidade durou apenas um instante, eu a vi, Heidi. Ela estava no salão, ao lado de Demetri. Senti um tremor percorrer meu corpo todo, quase não consegui disfarçar, Aro segurou-me mais forte. Ela estava ao lado dele, justo ao lado dele. Embora ele não soubesse que tinha sido ela, ele estava lá, sorrindo para ela, conversando com ela. Eu não conseguia me concentrar, estava sentindo tudo rodar. Fechei meus olhos e me concentrei em meu pai. O que ele faria? Sem dúvida resolveria tudo como um cavalheiro. Levantei minha cabeça e segurei firme no braço de Aro. Caminhei ao seu lado, como a princesa que eu era.
Logo que chegamos perto dos tronos, Marcus levantou-se e me abraçou, afastando-nos um pouco de Aro.
- Está preocupa.
- Não.
Marcus me encarou com seus olhos vermelho leitoso e sorriu, embora não conseguisse ler meus sentimentos ele era observador, e isso bastava. Suspirei, assentindo com a cabeça, ele entendeu.
- Mas sei que também está muito feliz, ando sentindo a felicidade de alguém.
Eu sabia muito bem de quem ele falava. Era obvio que ele já havia entendido tudo, à muito tempo aliás. As viagens repentinas de Demetri apenas confirmaram suas antigas suspeitas. Eu sorri, encostando minha cabeça em seu ombro.
- Sim, eu estou. Marcus, e eu tenho medo que...
- Não tenha! Enquanto eu existir, jamais vou permitir que alguém faça a você o que fizeram a mim. Você confia em mim, não?
- Confio.
- Então sorria, seu sorriso enche este velho castelo de vida!
Marcus sempre me ajudou. Ele sempre soube de tudo de minha vida, nunca pude esconder nada dele, nem Demetri. Mesmo com suas limitações, o reflexo em Demetri era inconfundível, nós nos amávamos.
Eu cumprimentei todos docemente, porém, com a superioridade de ser “filha do mestre”.
Caius ainda estava em seu trono, olhando-me de canto de olho, como quem espera para dar o bote. Embora Demetri não soubesse bem o que estava fazendo, ele estava dando atenção à uma outra mulher ,e isso me matava de ciúme. Eu me aproximei de Caius com meu sorriso mais malicioso.
- Então, querido Caius, o que acha?
Caius olhou no fundo de meus olhos, com seus olhos carmim sedutores, e beijou minha mão, flexionando o tronco.
- Acho que está simplesmente maravilhosa. Perfeita!
Eu sorri novamente e ele se levantou, aproximando seu corpo do meu. Puxou-me para si, num abraço apertado. Segurou em meu braço e me conduziu pelo salão, mostrando-me como troféu para todos os integrantes do conselho de honra. Eu era o mais alto troféu que um vampiro poderia ostentar, um ser híbrido, mais forte que todos eles. Uma mestiça, bela e poderosa.
Os olhos de Demetri pareciam faiscar de ódio, enquanto eu caminhava pelo salão de braços dados com seu maior rival. Eu podia ver seus músculos se retesando e suas mãos fechando em punho. Caius acariciava meu rosto, minhas mãos, e Demetri apertava mais os olhos.
Heidi tentou puxar assunto, Demetri não lhe deu atenção, olhava através dela. Ele não tirou os olhos de mim, nem por um instante. Os olhos dela encontraram os meus e desviaram, provavelmente, teve medo de que Caius percebesse alguma coisa. Eu me mantive serena. Precisava dar-lhe o troco em grande estilo, para que ela entendesse que eu era muito melhor que ela, que era superior e que nada do que ela fizesse poderia me atingir, aquela covarde!
O poder é o sentimento que mais exerce força sobre os vampiros, vampiros idolatram o poder. Nada seria mais doloroso para ela que perceber o meu poder.
Aproveitando-me disso, e do desejo de Caius em ter-me ao seu lado, eu esperei que ficássemos próximos dela e falei, com meu olhar mais derretido.
- Caius, acha que Aro se importaria se eu quisesse participar da votação esta noite?
- De maneira alguma minha doce princesa! Seu lugar sempre foi ao nosso lado. Você é uma Volturi, como nós.
Segurando minha mão com delicadeza, ele virou-se para olhar pelo salão, passando os olhos por Heidi.
- Você! Prepare o manto da senhora, ela se juntará a nós esta noite.
O rosto dela trincou de ódio.
- Mestre Caius, eu... eu...
- Ousa discutir algo comigo? Acaso esqueceu-se de quem está ordenando?
- Não senhor, mestre.
Ela se abaixou desculpando-se com uma reverência para Caius, e saiu. Caius beijou minha mão. Demetri se encolheu mais um pouco.
O manto negro era como uma coroa, somente a realeza o usava. Todos os outros usavam cinza. Eu geralmente preferi usar branco, embora Aro sempre insistisse que eu deveria deixar claro aos subalternos minha posição. Naquela noite, nada me dava mais prazer.
Heidi voltou, alguns minutos depois, com meu manto de veludo negro nos braços. Aproximou-se de mim e o entregou, fazendo uma reverência. Caius o pegou e colocou sobre meus ombros, beijando o alto de minha cabeça e conduzindo-me até os tronos. Eu fiquei ao lado de Aro, em pé. Seu sorriso de satisfação me alegrou. Pelo menos toda aquela cena, havia feito alguém feliz de verdade.
Terminada a reunião e todas as burocracias, começou verdadeiramente a festa.
Eu estava me preparando para descer e ir até meu amado, quando Heidi o tirou para dançar. Senti o sangue subir, meu rosto estava quente de ciúmes. Eu precisava dar o troco. Caius ainda me olhava, voltei-me para ele e sorri, discretamente.
- Adoro quando você sorri. Fica ainda mais linda!
Eu me virei, ele levantou-se, andando até mim.
- Caius, Caius. Não seja galanteador, você já tem uma companheira.
- Se é verdade, onde ela está agora, Satine?
- Não faço idéia! Diga-me você?
- Em seu quarto. Não pode ser minha companheira, se não está ao meu lado. Você é a mulher certa, Satine. Você é minha princesa!
Caius passou o braço por minha cintura, puxando num único movimento, meu corpo para o dele. Embora eu não o amasse, Caius era sedutor, isso era inegável. Senti um friozinho na espinha.
- Não vamos começar com este assunto, não é? Você já sabe minha resposta.
Seus olhos encontraram os meus, sua mão segurou meu queixo, impedindo que eu desviasse.
- Me deixe tentar.
- Tentar o que?
- Seduzi-la!
- Caius!
- Então me deixe beijá-la. Apenas um beijo, para mostrar à todos sua união a nós.
- Não acho que um beijo provaria nada. Além disso, se você soubesse quem era minha mãe, ia querer me beijar.
- Acha que eu me importo?
- Tenho certeza!
- Criatura tola! Provavelmente não se olha no espelho. Você é a coisa mais linda e sedutora que conheci em toda a minha existência.
Não pude conter o sorriso, diante do comentário de Caius. O vestido e a produção haviam superado minhas expectativas.
- Caius, sabe que eu não o amo.
- Não estou lhe pedindo que me ame. Apenas que me deixe tentar.
- Ok, pode tentar, mas por enquanto, sem beijo.
Caius sorriu e me beijou o rosto. Bem próximo da boca, pude sentir o cheiro doce de seu hálito. Ele sem dúvida, sabia como se fazer desejar.
Demetri olhou para mim, e passou os lábios no rosto de Heidi, beijando-lhe o queixo.
Então era briga que ele queria! Ótimo, ele teria briga!
Aproximei meu nariz do pescoço de Caius, tocando meus lábios em sua pele fria levemente.
- Você está cheiroso!
- É mesmo?
Ele sorriu. Seu rosto era doce e meigo, quase irreconhecível. Aproximou a boca de meu ouvido, dando um leve beijo.
- Satine, minha criança, eu não sou tolo! Quero que saiba que não me importo, mesmo sendo um joguinho infantil, eu estou adorando jogar.
Caius segurou meu rosto com as mãos e fechou os olhos. Antes que seus lábios encontrassem os meus, Félix interrompeu.
- Mestre Caius, perdoe minha interrupção. Permitiria que eu cumprimentasse a senhora?
- Embora tenha sido demasiadamente inoportuno, tenho certeza de que minha bela senhora ficará feliz com isso. Somente por esse motivo eu o perdôo.
Caius beijou minha mão e saiu, deixando-me com Félix.
- Corajoso você!
- Ou era isso, ou Demetri cometeria uma loucura. Ele estava a ponto de vir tirar satisfações com Caius!
- Mentira! Ele estava nos braços daquela, daquela... você sabe muito bem!
Félix sorriu e segurou minha mão, levando-me para o jardim. Consolar-me na frente de Caius seria uma terrível afronta.
- Eu não culpo Demetri. Você está linda! Eu também teria morrido de ciúmes.
- Eu estava com saudades, Félix!
- Eu também, garota. Você faz muita falta!
Joguei-me em seus braços fortes, segurando em sua cintura. Félix tentou deter-me, segurando meus pulsos, eu insisti.
- Não seja bobo Félix, você é meu amigo!
- E você a filha de meu mestre!
- Eu estou com saudades, quero um abraço!
- Se eu lhe abraçar, vou arrumar briga com meu melhor amigo e ainda serei castigado, não que eu me importe, mas acho que você sim.
- Não tem ninguém aqui!
- Ah que se dane!
Félix me segurou em seus braços, tirando meus pés do chão. Eu sentia falta dele, sentia saudades, sempre fomos um trio.
- Aro, Caius e Marcus vão me acusar de não respeitar a hierarquia e Demetri...
- O que tem Demetri?
- Deve estar me fuzilando com os olhos neste momento.
- Não seja bobo, ele nem está aqui!
- Isso é o que você acha, ele nunca a deixaria sozinha comigo!
Eu estiquei meu corpo, ficando na ponta dos pés, e dei-lhe um beijo na bochecha. Demetri atravessou o jardim como um raio e me puxou pelo braço.
- Está passando dos limites!
- Ficou louco?
- Ainda não, mas estou bem no limiar. Continue tentando e eu fico!
Seus olhos eram feitos fúria, como se o carmim se transformasse em sangue.
- Demetri, Félix é meu amigo, sempre foi!
- Não importa! Não vê como todos te olham?
- Não, como me olham?
- Como se você fosse o banquete!
Eu sorri de canto de boca, deslizando minha mão por seu peito, sob o paletó, discretamente. Estávamos protegidos pelas sombras da noite.
- E qual é o problema?
- O problema é que, é que...
Ele não conseguia desviar os olhos do decote de meu vestido, seus olhos percorriam meu corpo, escondido pelo manto negro. Ele balançou a cabeça como se quisesse afastar algum pensamento mal.
- É que você não é assim, não deveria ser.
- Assim como?
- Eu tenho que ir, Satine. Tenho que voltar. Tenho que sair daqui.
Demetri desapareceu quase instantaneamente, por entre os convidados. Eu não conseguia conter o sorriso, e ao mesmo tempo sentia uma dorzinha no fundo do peito. Meu objetivo havia sido alcançado, mesmo assim, eu não estava feliz. Pelo menos ainda não.
- Porque não vai atrás dele?
- Está assim tão visível?
- Como um letreiro luminoso!
- Bom então eu... eu... acho que vou andando.
- Mas vá pelo caminho secreto, e antes se despeça, pra não levantar suspeitas.
- Obrigado Félix, você é um amor.
- Só tenha juízo! Se eu o conheço bem, neste momento ele está sem nenhum!
Senti meus lábios se repuxarem sob os dentes brancos, um sorriso impossível de ser reprimido.
Despedi-me de todos, e disse a Aro que a viagem havia me cansado muito, e que queria descansar um pouco. Ele concordou de imediato. Caius me olhou com certa desconfiança, mesmo assim, desejou-me uma doce noite de sonhos. Marcus por sua vez, apenas sorriu e me beijou a testa.
Tirei minhas sandálias e segurei-as nas mãos, eu queria chegar rápido. Entrei pela antiga adega, passando pelos corredores úmidos e com cheiro de mofo. Aquelas passagens secretas fariam qualquer um se perder, eu não, eu havia andado por elas minha vida inteira.
No fim de um dos corredores, depois de uma porta pesada que mal podia ser movida, existia uma câmara com com teto redondo e um vitral de vidros coloridos.
Demetri se escondia lá. Sempre que não pretendia ser encontrado, era para aquele lugar que ele ia. Aquele também era o lugar para onde ele levava suas vítimas, as mulheres que seduzia. As que amava, e as que devorava. Um lugar que sempre fora proibido para mim. Eu me aproximei da porta, sentindo meu coração acelerar, empurrei cuidadosamente sem produzir nenhum barulho. Ele estava lá, de costas para mim, fitando a janela que ficava quase no limite da rua. As mãos no bolso da calça, o paletó aberto. Eu podia ouvir sua respiração sôfrega. Entrei. Caminhei passo a passo até chegar bem perto e o chamei.
- Demetri?
Ele virou-se para mim, mostrando seu rosto mais fatal, eu quase não conseguia respirar. A gravata afrouxada, a camisa preta de tecido nobre com dois botões abertos mostrava a linha de seu peito musculoso. Os lábios duros e frios forçavam as sombrancelhas num olhar malicioso.
- O que a prometida de meu mestre Caius está fazendo aqui? Este não é um lugar digno de uma princesa!
Eu também podia jogar esse jogo. Empurrei meu mando para trás, deixando meus ombros nus. Desci suavemente minhas mãos pelo corpo, tocando minha pele apenas com a ponta das unhas. Um sorriso malvado surgiu em meus lábios. E eu joguei meu olhar dentro dos olhos de Demetri.
- Cansei de tantos mimos. Quero um pouco mais de emoção.
Ele se aproximou mais, parando no limite de espaço entre nossos corpos.
- Creio que procure no lugar errado.
Andei em volta dele, segurando a saia de meu vestido e mostrando meu delicado e alvo pé descalço. Demetri não desviava os olhos dos meus.
- Bem general, se procuro no lugar errado, perdoe, vou procurar em outro lugar. Talvez na cama de Caius?
Demetri segurou firme em meu braço. Em um único movimento, colou meu corpo no dele e puxou meu manto, atirando-o ao chão.
- Você não é um deles, não pertence a ele. Você pertence a mim! É minha, só minha.
Debrucei meu corpo sobre o dele, e recostei minha cabeça em seu peito. Ele enfim dissera o que eu queria ouvir. Minha mão percorreu seu pescoço, seu rosto, sua boca. Ele a segurou, com os lábios, num beijo.
- Eu o mataria, o mataria se a tocasse. Ainda que fosse por um minuto. Você entende? Eu não estou brincando Satine, eu o destruiria!
- Eu estou aqui, não estou? Poderia estar lá, se quisesse, mas estou aqui.
Demetri me apertou contra seu corpo, suas mãos brincaram por minhas costas, acariciando-as. Seus lábios procuraram ansiosos pelos meus, descendo por meu pescoço e ombros e novamente encontrando minha boca.
- Eu a quero tanto.
- Eu também.
- Não como eu te quero, ainda não.
Os braços de Demetri eram meu mundo, meu paraíso, tudo que eu podia querer naquele momento. Eu descobri que se o tivesse em meus braços, eu estaria em casa, em qualquer lugar do mundo. Ele se distanciou delicadamente de mim, como se seu corpo não quisesse se afastar, como se algo nos unisse fisicamente.
- Hoje, sou eu que quero pedir-te uma coisa.
- Peça.
- Fique comigo, Satine, durma comigo esta noite. Aqui neste lugar que é meu. Não no castelo, não como uma princesa ou minha senhora. Apenas como uma mulher, a mulher que eu amo. Fica?
Soltei-me de seus braços, segundo a farta saia de meu vestido com as mãos.
- Mas, este vestido? Não acho que será uma tarefa fácil.
- Ao contrário, meu amor!
Demetri retirou cuidadosamente o paletó e desabotoou a camisa, deixando visível seu peito alvo e musculoso. Atirou para mim a camisa em minhas mãos e sorriu.
- Vista!
Eu segurei a blusa e caminhei para seu corpo, um olhar profundo nos unia. Virei de costas, encostando minha pele na dele.
- Pode me ajudar?
Suas mãos automaticamente começaram a soltar, um por um, os botões do meu vestido. Quando minhas costas estavam nuas, ele tocou suavemente suas mãos firas em minha pele, e virou-se de costas.
- Pronto. Pode se trocar agora.
Embora ele estivesse de costas, eu podia sentir seus olhos em meu corpo despido. Eu queria que ele se virasse, que me olhasse. Queria que desejasse meu corpo naquele momento, mas não tinha coragem de pedir, então eu me calei.
Vesti a camisa e corri para ele, abraçando-o de costas e escorregando minha mão por seu peito. Ele as segurou, junto a seu coração.
- Eu me sinto tão vivo, quando a tenho ao meu lado. Sinto como se meu coração ainda estivesse aqui, batendo.
Eu o virei para mim, e segurando sua mão, conduzi até meu coração.
- O meu bate por você e só por você. Sempre!
Demetri sorriu. Um sorriso sincero e meigo. Pegou meu manto no chão e bateu a poeira. O peitoril da janela formava uma elevação, quase como uma cama. Ele estendeu o mando no peitoril e mostrou-me. Eu me sentei e o chamei com minha mão. Ele deitou-se ao meu lado e me puxou para si. Beijando meus lábios ardentemente e sedutoramente. Virou-me, colocando meu corpo sobre o seu. Embora Demetri fosse frio como gelo, eu sentia como se um calor que vinha de dentro de mim, inundasse todo o meu corpo. Suas mãos fortes percorreram cada centímetro do meu ser, apertando minha carne, como se apenas tocar não matasse o desejo. Seus lábios sugavam os meus, como se não tivéssemos tempo para ter calma.
Eu sentia meu corpo formigar, e meu coração quase sair do peito. Demetri parou, a respiração acelerada, os olhos fechados.
- Vamos com calma. Embora você não acredite, eu não sou de ferro Satine, sou fraco, muito fraco. Seu cheiro me enlouquece. Eu preciso me controlar.
Os beijos então se tornaram mais lentos e suaves, as mãos mais tranqüilas. O sono foi lentamente tomando conta de mim, e adormeci.
Despertei com os raios da manhã em meus olhos. Demetri estava sentado ao meu lado, contemplando-me. Eu sorri.
- Dormiu bem, princesa minha?
- Melhor que em qualquer castelo, meu príncipe.
Levantei-me e me sentei em seu colo. Ele me abraçou, começando novamente os beijos. Era impossível parar, eu precisava sentir seu gosto. Quase cem anos de espera, todo o tempo do mundo era pouco, a eternidade era muito curta para nós dois.
- Você precisa ir, logo todos vão se levantar.
- Demetri?
- Sim?
- Vou vê-lo antes de ir embora?
- Você quer?
- Muito.
- Então, antes que pense, eu estarei lá!
Coloquei novamente meu vestido e ajeitei o cabelo. Saí correndo pelos corredores escuros e úmidos, o sorriso escapava de meus lábios, mesmo quando eu não queria. Quando cheguei ao jardim, percebi que já havia movimento no castelo. Eu precisava encontrar uma maneira de chegar ao quarto no segundo andar, sem que ninguém me visse.
Pregada na parede de minha sacada, Aro colocara um apoio de madeira para minhas madressilvas. Escalei cuidadosamente a grade de madeira, quando estava quase no segundo andar, olhei para baixo. Marcus, ele sorria enquanto vigiava minha aventura. Eu sorri de volta, e pulei a janela.
Graças a Deus era Marcus e não Caius! Ainda assim, eu havia sido pega. Precisava tomar mais cuidado da próxima vez.
Tomei um banho gostoso e demorado. Arrumei minhas malas e me vesti. Uma calça jeans clara e uma blusinha de seda rose, frente única. Penteei meus cabelos e desci as escadas saltitando pelos degraus.
- A noite de sono lhe fez muito bem, querida Satine.
- Obrigado Aro.
- Está ainda mais encantadora esta manhã.
- Obrigada Caius.
- Especialmente com este brilho em seus olhos, minha querida.
- Obrigado Marcus.
Eu corri por entre os três, beijando cada um deles.
- Vocês são pais maravilhosos! Sempre foram, e eu os amo muito. Nunca se esqueçam disso.
Quando me virei, Demetri estava lá, ao lado de Félix e Jane. Lindo, de calça jeans desbotada, camiseta preta e sua inconfundível jaqueta de couro Armani. Ele se aproximou.
- Mestre Aro, se importaria se eu não fosse com os outros hoje. Imagino que a senhora gostaria de um passeio para matar a saudade de nossa terra. Além disso, alguém deve acompanhá-la até o aeroporto.
- Tem razão, meu caro Demetri, se Satine assim desejar.
- Me daria a honra, doce senhora Satine?
- Certamente general.
- Assim seja. Confio a você, caro Demetri, meu bem mais precioso, cuide para minha querida filha tenha um dia agradável.
- Eu lhe prometo, mestre, com minha existência!
Ergui minha cabeça e sai na frente, Demetri deu-me passagem, fazendo reverência.
Fora do castelo, sua maserati branca nos esperava reluzindo ao sol. Demetri dirigiu em silêncio, eu não sabia como começar uma conversa, não depois da última noite. A estrada de pedras foi ficando cada vez mais deserta. Cada vez mais estreita e rústica, uma coisa era certa, não estávamos indo à cidade!
Pude ouvir ao longe o correr de um pequeno rio. Demetri estacionou um pouco antes da margem. A paisagem era estonteante. Ele virou-se para mim, agarrando meu corpo e puxando-me para si num beijo inquieto.
- Ah Satine, eu não podia mais agüentar de saudades! Precisava de você, do toque macio da sua pele, do gosto dos seus beijos.
Diante disso, eu continuei em silêncio. Não havia palavras à serem ditas, apenas emoções à serem sentidas.
Algum tempo depois, quanto a saudade abrandara um pouco, eu desci e caminhei até a beira do rio, Demetri me seguiu. Sua pele reluzindo ao sol, seus olhos inflamados pela luz. Ele era a coisa mais perfeita do mundo, e o que eu mais amava.
Ficamos a beira do rio, abraçados, olhando a paisagem. Longe dos olhos de todos, podíamos ser apenas eu e ele, nada mais.
O tempo parecia correr quando estávamos juntos. E assim, mais uma vez, a hora da despedida chegara.
Demetri acompanhou-me até o aeroporto internacional de Florença. Mais uma vez, eu não queria ir, não queria deixá-lo. Era como se uma parte do meu ser, uma parte quase física, ficasse ali. Doía, doía muito. Quando o avião decolou, não consegui segurar as lágrimas. Voltei para Seatle com os olhos vermelhos.
Embora meu coração estivesse partido, um sorriso tímido nasceu quando vi, no salão de desembarque, os olhos mais doces e carinhosos do mundo inteiro. Eu corri para eles.
- Pai!


Autora: Bia

1 comentários:

Carla Black disse...

Ai que lindo...

essa heide hein, o que é dela ta guardado....

O marcus aqui parece um ser nao tao maligno por ser um volturi...mais o caius, sinceramente ele pensa que vai ter a satine pra ele...vai esperando sua mumia.kkkkkkkkkkkk


ai ai o amor deles é tao lindo, pelo menos aqui eu gosto um pouquinho do demetri...

aguardando ansiosa pelos proximos capitulos


bjs e parabens

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