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Capitulo 01 - O Encontro

Quando se vive eternamente, pelo que se vive? Ultimamente eu andava me perguntando muito isso. Não que existisse algo de ruim em minha longa existência, ao contrário, minha vida tem sido bem interessante nos últimos duzentos anos. A questão é que faltava algo. E o problema é que eu não fazia idéia do que era.
Eu sempre andei em busca de prazeres. Prazeres físicos e prazeres emocionais. Minha vida girava em torno de dinheiro, mulheres e poder. Poder e mais poder, poder que trazia mais dinheiro e com esse, vinham mais mulheres. Mulheres fáceis, algumas de uma noite, outras de algumas horas e outras que eram apenas lanche.
Eu ás vezes me sentia vazio e sozinho. E eu pensava muito em minha mãe. Ela sem dúvida não se orgulhava do homem que eu tinha me tornado. E isso não tinha nada a ver com o fato de eu ser um vampiro, não. Eu sabia que era possível viver de outra forma, eu só não estava disposto a abrir mão da diversão.
Durante a renascença, na Itália, eu vivi tempos de muita luxúria. Embora o clima transpirasse amor e paixão, eu só tinha sexo. Nunca encontrei ninguém que eu quisesse de verdade, ninguém que eu amasse.
Foi também nesta época que eu conheci Heidi. Uma linda jovem com quem eu tive um longo caso. Não que ela significasse mais que as outras, era só mais, sei lá, fácil. Heidi era uma vampira, como eu, o que resolvia boa parte dos problemas com explicações. Além disso, ela era fácil de lidar, além é claro, de extremamente linda e sensual.
O problema é que alguns anos mais tarde, eu estava enjoado novamente. E ficar com ela já não tinha o mesmo sabor, era apenas satisfação física.
Naquela manhã de inverno, onde era possível sair ao terraço sem que o sol ofuscasse tudo ao meu redor, eu andei pelo jardim, ou melhor, pelo que deveria ser um jardim. Não tínhamos flores no castelo de Volterra. Nada parecia vivo naquele lugar, nem ao menos nós parecíamos vivos. Eu me sentia uma sombra disforme do homem que eu costumava ser durante a guerra.
Naquela época, eu era um guerreiro com ideais, hoje, deixava apenas que o tempo passasse.
Eu subi no muro norte, de onde era possível avistar o grande rio ao fundo e fechei meus olhos, sentindo os aromas da Toscana. Eu sempre fui muito bom com cheiros – afinal, isso fazia parte de ser um bom rastreador – e eu particularmente adorava o cheiro daquela terra. Quando comecei a relaxar, uma voz conhecida e enjoativa me despertou.
- Quer companhia?
E queria ser sincero e dizer que não! É claro que eu queria companhia, se eu quisesse, tinha ficado dentro do castelo; mas uma coisa que eu aprendi com meu pai foi – seja sempre educado com as mulheres. Então eu menti.
- É claro.
Heidi estava especialmente bonita naquele dia, seus cabelos estavam presos em um coque e ela usava um vestido florido de saia rodada. A cintura bem marcada por um espartilho a deixava ainda mais sensual, mas eu não a queria. Ou melhor, eu até queria, mas ela não saciava a minha sede constante.
- O que um homem tão interessante faz sozinho em um lugar como este?
- Estou pensando em minha vida.
Ela sentou-se graciosamente ao meu lado no muro, cruzando as pernas maliciosamente.
- Bem tenho que lhe dizer, amor, que você não tem mais uma vida para pensar.
- Este é o ponto!
- Não quer entrar? Sei que podemos ter uma conversa muito mais interessante em meu quarto.
Ela arqueou o corpo sobre o meu e me beijou. Eu me levantei, afastando-a de mim.
- Acho que não devemos, Heidi. Não fica bem, não com todos no castelo.
- Acha que Aro se importa? Ele nem sabe que nós dois existimos.
- Eu não me importo com a opinião dele, menina. Eu não vou expô-la desta maneira. Eu fui criado aprendendo que mulheres são para se proteger. Ainda que você não se importe com sua reputação, não será por mim que a tornará ainda pior.
Eu tenho consciência de que não fui muito delicado, nem muito gentil, mas o fato é que eu não gosto de mulheres que se oferecem. Parte do sabor de uma mulher é ter que conquistá-la, pelo menos para mim.
Heidi com certeza, não partilhava do mesmo sentimento que eu. Ela entrou pelo castelo pisando duro e com cara de poucos amigos. Eu tentei ir atrás dela e melhorar a situação, mas não consegui encontrá-la.
Continuei então, andando pelo corredor do castelo, quando meu mestre Aro me chamou.
- Demetri?
Eu me virei e o reverenciei. Apesar de ser um príncipe, eu sempre soube que meu lugar entre os Volturi não era nada mais que o de um general. E eu me orgulhava dele.
- Sim mestre.
- Leia esta carta.
Eu peguei o papel de suas mãos e o li. Era uma carta de alguém na América. Uma carta sobre a existência de uma criança imortal, algo que nós abominávamos. Eu em especial, porque era monstruoso fazer isso á alguém tão jovem. Eu via nos olhos de Jane o quanto isso a magoava. Dobrei novamente o papel e o devolvi as mãos de Aro.
- Precisamos averiguar de perto, mestre. Se desejar eu mesmo posso ir.
- Você me acompanharia, fiel amigo?
- É claro, mestre. Apenas me diga quando.
- Partiremos esta noite. Será uma viagem longa.
Eu me vesti e coloquei por cima meu manto cor de chumbo – que indicava minha posição junto ao exército.
Partimos assim que o sol se perdeu nas planícies. A viagem foi longa e eu diria que teria sido cansativa, se não fossemos vampiros.
Chegamos á America dois dias depois. Assim eram as viagens de navio no velho continente.
Andamos por lugares que eu nunca havia conhecido. Era uma terra diferente da minha, eu sou romeno, de nascimento, mas adotei a Itália á muito tempo. Estar naquelas terras tão jovens era um pouco incômodo, sem contar com a chuva que insistia em molhar meu cabelo, deixando-o despenteado.
Eu andava na frente da formação, meu lugar de direito. Eu ia á frente, protegendo meus senhores e os que eu julgava mais fracos. Também era minha responsabilidade encontrar o que procurávamos, uma vez que eu era o rastreador.
Um pouco á frente, eu avistei uma pequena cesta de palha. Embora a cesta fosse visível, algo em meus sentidos militares me dizia que não estava certo. Eu dei alguns passos para trás, instintivamente protegendo meu senhor. Eu não queria acreditar no que estava ouvindo, não conseguia entender o que se passava e ainda tinha aquele cheiro estranho. Um cheiro de algum animal, algo como um cachorro, só que muito mais forte.
Eu me virei para Aro e lhe falei:
- Mestre algo não me parece certo.
Aro sorriu. Eu nunca entendi como ele conseguia manter toda aquela calma o tempo todo.
- Aproxime-se mais meu caro, sei que teremos uma explicação.
E foi o que eu fiz. Andei até bem próximo da cesta. Quando pude enxergar o que ela continha, eu fiquei ainda mais intrigado. Era obvio que não se tratava de um bebê humano, mas também não era uma criança imortal.
Eu senti um golpe gelado escorregar por minha espinha. Meu reflexo se voltou novamente ao meu mestre.
- Mestre, penso que se trata de uma emboscada. Provavelmente alguém plantou aquilo para que nos confundíssemos.
Renata estava inquieta, protegendo o mestre. Eu também não estava totalmente seguro, mas quando Félix se colocou na frente, algo em meu interior respondeu instintivamente. Eu levei a mão ao peito dele e o bloqueei.
- Não! Eu mesmo faço isso.
Félix não costumava me desafiar, embora fosse mais forte que eu fisicamente, ele sabia que seria impossível me alcançar. Formávamos uma boa dupla e eu o respeitava tanto quanto ela á mim.
Eu caminhei á passos lentos até a pequena cesta. Dentro de mim, algo se agitava milagrosamente, como se ainda pudessem existir emoções dentro de um corpo sem vida.
E então, eu a vi. Ela estava lá. Linda, doce e tranqüila. E seus olhinhos desprotegidos encontraram os meus. Ela sorriu. E naquele sorriso singelo, meu mundo desabou. Como se minhas correntes tivessem sido cortadas e atadas aquele pequeno pedaço de gente. Eu a olhava e olhava, e olhava novamente. Eu nem mesmo conseguia entender a razão que me fez passar os olhos por aquele pequeno bebê.
Eu me abaixei próximo á cesta e levei minhas mãos até o bebê. Seus olhinhos dourados se assustaram e ela esboçou o princípio de um choro. Eu até hoje não sei o que me levou aquela atitude, mas por alguma razão desconhecida, eu, o general Demetri Volturi, quis acalmá-la.
- Shhhh! Está tudo bem, pequena, eu não vou lhe fazer mal.
Seus dedinhos agarraram meu polegar, como se sua vida dependesse daquilo.
Naquele momento, eu soube que estava perdido. Naquele momento eu percebi que mataria por ela, percebi que morreria por ela, e percebi o pior de tudo, que á partir daquele momento, eu viveria por ela. E viver por alguém, quando se é uma criatura como eu, é ainda pior que morrer. Significa á eternidade.
Eu a enrolei na pequena manta tecida á mão, e a aconcheguei em meus braços, protegendo seu corpo da chuva, com a beirada do meu manto.
Uma sensação estranha se agitava dentro de mim. Eu queria protegê-la, queria tirá-la daquele lugar o mais rápido possível. Eu tinha horror em pensar nas coisas que Aro poderia fazer com ela. Eu queria que ele entendesse, eu que precisava que ele a olhasse, que colocasse a mão sobre seu peito e sentisse a vida lá dentro. Ela não estava morta, não tinha sido transformada. Ela era apenas diferente.
Diante do inevitável, eu andei até meu mestre, envolvendo o pequeno corpo em meu manto. Parei em frente á Aro e descobri o rostinho do bebê para que ele a olhasse.
- Interessante! Disse Aro.
Era obvio que Aro havia notado algo de diferente no pequeno bebê. Ele estendeu os braços para pegá-la e eu vacilei por um momento.
- Demetri, meu caro, permita-me olhá-la de perto.
Ainda que eu não permitisse, naquele momento ele a teria pegado de mim. Suas mãos frias tocaram a pele da pequena e ele resmungou baixinho.
Os olhos de Aro eram puro fascínio, enquanto ele examinava o bebê.
- Fascinante! Vejam irmãos, vejam. É simplesmente fascinante. Tenho certeza de que está pequena intrigante nos trará muitas surpresas.
Caius se aproximou e a olhou com indiferença.
- É apenas humana. Não nos serve de nada, apenas a deixe aí, os animais se encarregarão de terminar com sua vida medíocre.
Eu queria arrancar a cabeça dele. Como ele podia pensar realmente assim? Não que eu fosse melhor que Caius, mas eu jamais abandonaria um bebê a própria sorte daquela maneira.
Olhei nos olhos de Aro, e ele entendeu o que eu queria dizer. Na verdade, mais que isso, Aro compreendeu que ela não era comum, ela não era humana. Não cheirava como um humano. Ela tinha um cheiro tão diferente, tão suave. Eu sou um rastreador, eu sentiria se fosse humana, mas ela definitivamente, não era.
Quando eu a peguei em meus braços, todo o meu corpo se encheu com seu aroma. Levemente doce, ela cheirava a lírio do vale e morangos selvagens e algo como canela. Um cheiro quente e envolvente. Um cheiro muito, muito diferente de qualquer vampiro ou humano. Era tão agradável aos meus sentidos que eu poderia segurá-la para sempre.
Aro a segurou no ar e sorriu para seus olhinhos assustados.
- Satine! Seu nome será Satine.
Ela sorriu. E eu percebi que nenhum nome traduziria melhor tanta suavidade. Satine! Seu nome era como música em meus ouvidos.
Aro se virou então para Renata e tentou passar o bebê aos seus braços, Renata o olhou com estranheza – as mulheres vampiras não tem muito espírito maternal. Eu me movi o mais rápido que consegui, colocando-me entre Aro e Renata.
- Mestre, se permitir, eu posso carregá-la.
- Se assim deseja. É sua!
Ele devolveu a pequena aos meus braços e eu senti o quanto ela me trazia paz. Eu a cobri com a beirada do manto novamente e segui aconchegando seu pequeno corpo junto ao meu. Minha pequena Satine.



Autora: Bia Kish

2 comentários:

Flor do Ebano disse...

Será que um bebe tão pequeno poderá vai amenizar o coração de um soldado dos Volturi, não acredito.

Ja estou amando

sandry costa disse...

Oi
Bia parabens, vc escreve muito bem
no começo eu achei que o Demetri iria ficar com a heide, mas ja to vendo que nao
foi lindo o jeito que vc descreveu o imprinting deles
ansiosa pelo proximo cap

bjjss

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