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Capitulo 03 - Mudando com o Tempo

Alguns dias se seguiram até que a próxima missão me foi dada por meu mestre. Eu ainda não estava certo de que devesse me ausentar da pequena criatura que descansava no andar de cima, embora estivesse um pouco mais tranqüilo em deixá-la aos cuidados de Filomena. Existia em mim uma estranha sensação de proteção, como se a vida daquela pequena criatura dependesse de mim, como se fosse minha verdadeira missão protegê-la.
Por mais que eu pensasse no que acontecia em meus sentimentos, eu não conseguia encontrar uma só razão correta. Não conseguia nem sequer nomear o que eu sentia por ela. Ela era tão doce e tão pequena, tão frágil. Eu não entendia o que me envolvia e me prendia ao redor de Satine, mas eu sabia que eram laços indissolúveis, inquebráveis.
Na manhã antes da partida, eu andei a passos lentos pelo corredor. A porta estava entreaberta e eu apenas empurrei um pouco mais. Minha doce criança descansava no colo de sua ama, alimentando-se com pequenas sucções na mamadeira. Meus sentidos apurados de vampiro varreram cada reação de seu pequeno corpo. Eu podia notar cada engolida de sua garganta, cada respiração ofegante pelo processo, cada batida surda e forte de seu pequeno coraçãozinho – e aquele era o som mais doce que eu já havia ouvido – o som da vida.
Eu permaneci parado silenciosamente no batente da porta, apenas apreciando a cena. Alguns minutos mais tarde, Filomena sentiu a minha presença e falou com Satine.
- Seu amado chegou, criança. Creio que gostaria de vê-lo não é?
Seu pequeno corpo se agitou e ela soltou um doce grunhido de risada. Era como mágica em meus ouvidos e eu me senti tremendamente idiota – justo eu, apaixonado pelo sorriso de um bebê!
Diante de minha hesitação, Filomena sorriu, como se entendesse minha guerra interior.
- Então gentil cavalheiro, virá ver nossa mocinha, ou ficará apenas aí na porta?
Eu sorri em resposta a ela, mostrando meus dentes afiados. Filomena não se assustou, ela nunca se assustava comigo, parecia não entender o perigo que eu representava.
Andei até a poltrona em que ela carregava Satine e estendi meus braços para ela. Ela estendeu os dela de volta para mim, e eu a segurei no ar.
- Sentiu minha falta, baby?
Ela sorriu e agitou as perninhas no ar. Eu a trouxe próxima ao meu corpo e a embalei em meus braços. Satine suspirou fundo, fazendo cócegas em meu pescoço.
- Vou ter que ficar fora por alguns dias, pequenina. Preciso resolver alguns problemas.
Ela desfez o sorriso e principiou um pouco de tristeza, o que fez meu coração sem vida e frio como gelo se aquecer. Vê-la triste, por mais bobo que fosse o motivo, me tirava do controle.
Eu a beijei suavemente na testa.
- Não se preocupe, eu voltarei o mais breve que possa. Não posso ficar longe de você também.
Filomena sorriu para mim, como se percebesse o quão sério eu conversava com aquele pequeno bebê. Ela não me censurou, seus olhos me diziam apenas que ela compreendia. Eu contemplei novamente o rosto de Satine em meus braços.
- Prometa que vai se comportar. Prometa que sentirá saudades minhas e que cuidará de Filomena.
Eu a beijei novamente na testa e a entreguei aos braços da ama novamente. Filomena a ajeitou em seu colo e eu segurei a mão da gentil senhora entre as minhas. Com um gesto de reverência cavalheiresca, eu beijei as costas de suas mãos e sorri, olhando-a nos olhos.
- General, se eu fosse um pouco mais jovem, estaria completamente apaixonada por você.
Eu sorri apenas com os lábios, ocultando os dentes de predador que existiam em minha boca. Filomena era uma das criaturas mais doces que eu conheci em muitos anos, em alguns momentos ela me lembrava de minha mãe. Eu me aproximei e a beijei na testa.
- Acho que ainda é muito jovem. Além disso, Filó, idade realmente não é um problema para alguém como eu.
- Certamente que não!
Eu saí pela porta, jogando um beijo para minha preciosa princesinha que descansava docemente embalada. Desci as escadas e peguei meu manto cor de chumbo das mãos de uma criada. Meu amigo Félix me esperava impaciente no andar de baixo, andando de um lado para o outro do grande salão. Quando me viu, Félix soltou uma risada debochada.
- Jurava que o veria descendo com um cesto de bebê nos braços. Já havia, inclusive, mandado celar trovão de modo que você pudesse acomodar o bebê em sua garupa.
Eu passei por ele e lhe dei um soco no ombro.
- Muito engraçado!
No pátio, em frente ao castelo, meu cavalo Trovão, já estava preparado para a viagem. Cavalos não gostavam muito de vampiros, e em toda a minha existência como não-morto, eu nunca havia encontrado outro animal com o qual me afeiçoasse tanto. Ele não parecia temer-me, ao invés disso, ele parecia me respeitar. Já Félix tinha muitos problemas em cavalgar a égua vermelha que havia comprado.
Eu não precisava do cavalo para ser rápido, ao contrário. Eu corria muito mais sozinho, do que com ele. O cavalo funcionava mais como um disfarce para humanos, quando passávamos por cidades habitadas por humanos, não podíamos simplesmente passar correndo, ou levantaríamos suspeitas. Aqueles eram tempos duros, tempos de guerras por crenças e inquisições e não era inteligente levantar suspeitas.
Félix e eu cavalgamos pelos campos floridos da Toscana. O clima era agradável naquela estação do ano. Partimos em direção a Galícia, na Espanha. Um vampiro estava amedrontando jovens mulheres em um pequeno vilarejo, e Aro nos havia encarregado de eliminá-lo.
Tivemos uma viagem de dois três inteiros, parando apenas para alimentar e descansar os cavalos. Ao cair da noite do quarto dia, alcançamos uma pequena vila de camponeses, aos pés de uma grande montanha.
Cavalgamos pela cidade até encontrar uma bodega cheia de camponeses bebendo vinho e se deliciando com belas mulheres. Eu me sentei e pedi uma caneca de vinho. Tomar vinho não era um problema para mim, embora não matasse minha sede. Félix permaneceu alerta, em frente ao bar.
Eu estava atento, fingindo beber da minha caneca, cada palavra, cada sussurro em um raio de cinco milhas poderia ser ouvido por meus sentidos de rastreador. Eu estava alerta.
De repente, um grito surdo cortou minha concentração – uma jovem. Félix reagiu a minha reação e suas mãos se fecharam em punho. Eu não precisei dizer uma palavra, nem ele. Dois séculos de batalhas lutadas lado a lado, e entendíamos perfeitamente o que esperar do outro.
Eu fui mais rápido, Félix me seguiu. Passamos como vento pela multidão que se aglomerava na praça e seguimos pelo campo. Eu sentia o cheiro de sangue, sangue fresco, sangue humano. Passamos por um campo de pastagens a eu vi ao longe uma figura escura, debruçada sobre um corpo.
Avancei mais rápido, ele estava sobre ela. Seu rosto era bestial, enquanto sugava a vida da pobre garota. Uma jovem menina ruiva chorava e tremia embaixo do monstro.
Eu parei ao seu lado e tentei agarrá-lo pelo casaco. Ele desviou e se lançou sobre mim. Quando eu desviei o vampiro caiu no chão com um baque surdo.
Ele se levantou e sacudiu a cabeça, a pancada havia sido muito dura. Ele se virou e viu que eu estava ajudando a menina a se levantar. Um grunhido de ódio saiu entre seus dentes. Quando ele tentou se lançar sobre nós dois novamente, Félix o agarrou pelo braço e o lançou ao chão. Eu cobri o rosto da menina com meu corpo e a segurei em meus braços, tirando-a da cena.
Recostei-a sobre as raízes de um grande salgueiro, ela estava com os olhos fechados e sua boca soltava pequenos gemidos de dor.
O cheiro doce que vinha de sua garganta estava me deixando atordoado. Tudo que eu conseguia pensar era em afundar os meus dentes naquela carne branca e tenra e terminar com o sofrimento dela, e o meu. Ao mesmo tempo, eu pensava em minha menina, minha doce e pequena, Satine, pensava que podia ser ela. Se algo acontecesse com ela, eu não sei o que eu faria. E então, o cheiro do sangue já não era tão doce, eu não me permitiria ser como o monstro que Félix estava eliminando, eu não deixaria a sede me dominar.
Levei minha mão ao rosto da menina deitada, ela não devia ter mais que dezesseis anos, era tão jovem e tão formosa. Meu toque frio a fez abrir os olhos. Ela me encarou dom docilidade.
- Meu salvador!
O sussurrou saiu fraco diante de seu sofrimento. Eu sorri para ela, tomando o cuidado de ocultar meus dentes.
- Não diria isso, se me conhecesse melhor.
Sua mão se esticou suave sobre a pele do meu rosto. Um carinho discreto, inocente. Ela deslizou até minha boca e eu beijei seus dedos.
- Quando olho em seus olhos, vejo um cavalheiro, senhor. Apenas isso – e então, ela completou – e eu confio no senhor.
- Não deveria confiar – eu disse, enquanto aproximava meu rosto do dela - Eu não sou diferente daquele que lhe atacou.
Para minha surpresa, a menina se inclinou e encostou os lábios nos meus. Ela não se afastou e eu também não. Eu sentia o desejo dela em mim. Sentia o quanto ela queria ser beijada. Eu sorri com os lábios nos dela.
- Tem certeza do que quer, menina?
- Como nunca em toda a minha vida.
Algumas coisas estavam mudando comigo, outras, nem tanto. Eu a segurei em meus braços e a beijei. Explorei seu queixo e o maxilar e desci pelo decote do vestido com a ponta da minha língua. Ela ofegou, gemendo mais de prazer do que de dor e apertou mais meu corpo contra o seu.
- Eu o quero. Quero que me tome.
Deslizei minha boca em sua carne até a ferida do pescoço. O gosto ferroso e docemente acobreado, ainda estava em sua pele. Eu absorvi um pouco de seu gosto, sugando a ferida e me voltei para sua boca. Ela não recusou o gosto de sangue que eu tinha, ao contrário, o beijo foi intenso e quase sexual.
- Então era isso que você fazia enquanto eu eliminava o sujeito?
Eu me afastei da menina e soltei uma risada.
- Ótima hora para você aparecer, Félix!
- Eu percebi. Demetri, Demetri, sempre o mesmo.
- Nem tanto. Ela ainda está viva – então eu me levantei e dei mais ênfase ao final da frase – e virgem. E vai continuar assim esta noite.
Eu me voltei para a menina novamente. Ela estava com os olhos arregalados para Félix. Levei minha boca em sua ferida e passei minha língua sobre a laceração para que estancasse o ferimento e cicatrizasse. Depois, passei minha mão em seu rosto, varrendo as lembranças desta noite. Ela não precisava se lembrar de nada, iria apenas despertar de um sonho.
Félix e eu caminhamos despreocupadamente pela cidade, depois de deixar a menina próxima á uma estalagem.
- Missão cumprida, general?
- Sempre, meu caro amigo.
- Sendo assim, de volta a Itália!
O dia estava começando a clarear, quando deixamos o povoado. Eu vi sol nascer no horizonte e pensei no quanto estava orgulhoso de mim mesmo. Em outros tempos, talvez eu não tivesse me contido, talvez eu a tivesse matado. Não que isso fosse um problema para mim, eu sou um vampiro, vivo disso, mas matar a pobre moça, era cruel e leviano. Eu estava feliz porque me sentia um pouco mais próximo do homem que costuma ser, o jovem príncipe que acreditava na justiça. Um homem que deu a vida por seus ideais.
Cavalgamos por entre os campos e plantações. Eu gostava daquela paisagem, me lembrava de minha terra, Bucareste. Lembrei-me do castelo de meu pai, de como era viver lá. Pensei no cheiro de pão assado no forno de pedra da grande cozinha, lembrei-me de como era bom correr por entre as criadas, pegando pequenos pedaços do banquete real. Lembrei-me de molhar os pés no rio, de subir nas árvores e cavalgar meus potros. Lembrei-me do carinho de minha mãe, de como ela se preocupava comigo e do quanto eu a amava. Lembrei-me do meu pai, de sua honra e coragem. Lembrei-me da última vez que o vi, saindo para uma batalha. Ele beijou minha mãe nos lábios, e eu entendi o significava amar alguém.
Meu pensamento fugiu para outro lugar, para outro rosto. Eu pensei em Satine, pensei em como queria leva-la á minha terra, como queria mostrar a ela o que eu amava. Pensei em como queria que ela se orgulhasse de mim, que visse além do monstro que eu era. Um suspiro profundo me fez ver o quanto eu estava mudado.
Félix se manteve em silêncio por todo o caminho de volta. Essa era a maior vantagem de lutar ao lado dele – ele sabia o momento de me deixar em paz.
Quando avistamos o castelo no alto da colina, em Volterra, já era quase manhã. Eu senti meu corpo relaxar, era a sensação de estar em casa. A sensação de ter tudo de que eu precisava.
Desci do cavalo e o entreguei ao criado do mestre. Félix entrou pela porta do castelo ao meu lado. Aro, Marcus e Caius, estavam sentados no salão principal. Eu fiz uma reverência a Aro, meu mestre, e me coloquei á sua disposição.
- Tudo resolvido, mestre. Félix respondeu com sua voz feroz.
- Estou certo disto, Félix, meu caro. Vocês dois são sem dúvida meus melhores soldados.
Ele se levantou e caminhou até mais perto.
- Estão dispensados, senhores.
Quando eu me virei para sair, Aro tocou meu braço com a mão.
- Demetri, meu caro, alguém sentiu sua falta. Espero que possamos enfim descansar, agora que está em casa.
Eu não consegui conter o sorriso que se formou em meus lábios. Caius se colocou ao meu lado, junto á Marcus.
- Deveríamos deixa-la em um orfanato, Aro. Não vejo sentido para criarmos uma humana aqui – então ele completou – por mais especial que ela seja.
Marcus tocou meu braço e absorveu a intensidade de meus sentimentos por Satine. Ele sorriu para mim em entendimento. Depois, virou-se para Caius.
- Irmão. Tenho certeza de que Demetri não se importa em cuidar de nossa pequena princesinha.
Aro juntou-se a Marcus.
- Além disso, meu caro Caius, nós ainda não sabemos se Satine é humana. Nunca vi tamanha mudança em um bebê humano em tão pouco tempo.
As palavras de meu mestre me acalmaram, e ao mesmo tempo, me encheram de dúvidas. Para mim era obvio que ele não pretendia entregar o bebê a ninguém, mas eu não sabia a que ele atribuía as mudanças em Satine. Aos meus olhos ela era apenas um bebê como qualquer outro.
A discussão dos três mestres durou até o começo da manhã. Eu permaneci em pé, alerta, enquanto eles resolviam o futuro de Satine. Eu estava preparado para desafiar á tudo e a todos, caso eles decidissem manda-la embora.
Por fim, a voz de autoridade de meu mestre Aro se fez valer. Ele gostava de Satine, estava curioso e intrigado com ela e não permitiria que a tirassem dele.
Quando tudo terminou e eles se retiraram para seus aposentos, eu subi as escadas em passadas largas. Entrei em meu quarto e tirei a roupa da viagem. Enchi a banheira com água e me lavei nela. Eu precisava vê-la, mas não podia ir lá de qualquer jeito – não para minha Satine, para ela, sempre o melhor.
Eu vesti umas calças cinza escuras e uma camisa branca de botões. Penteei meu cabelo e subi mais um lance de escadas até o quarto da pequena Satine.
Abri a porta cuidadosamente e encontrei Filomena em uma poltrona de costas para a porta. Ela ouviu minha aproximação e me encorajou a entrar.
- General! Venha ver o milagre.
Eu andei pelo quarto, contornando o berço e avistei a poltrona. Meus olhos não acreditavam no que viam. Eu os esfreguei com as mãos, certo de que a cena seria diferente quando eu os abrisse novamente.
Meu bebê não estava mais ali. A pequena criatura que eu havia deixado descansando nos braços de Filomena, havia dado lugar a algo ainda mais encantador.
Ela estava sentada, recostada sobre o braço de Filomena, uma linda menina. Usava um vestidinho curto azul marinho que a deixava ainda mais iluminada. Seu cabelinho curto havia crescido em ondas sedosas de chocolate derretido. Seus olhos eram mais claros e ambarinos. Sua boquinha vermelha e carnuda estava pressionada contra o pulso de Filomena, e quando ela me viu, afastou-se para sorrir para mim.
Eu contemplei a visão com os olhos arregalados, em seus lábios havia um brilho carmesin – Sangue!
Eu corri para elas em meio segundo. Fiquei com cara de bobo, olhando a cena á minha frente, eu não sabia o que dizer. Eu sabia o que significava, mas não conseguia compreender. Filomena tocou a mão em meu braço, carinhosamente.
- Não se preocupe General, eu não me importo em alimentar nossa querida mocinha.
Satine limpou a boca com a língua, sorvendo o resquício de sangue que ainda permanecia em sua boquinha. Eu estendi os braços para ela.
- Ei pequena, ainda se lembra de mim?
Ela fez que sim com a cabecinha e se jogou em cima de mim.
Tê-la em meus braços novamente, abraça-la, era a melhor sensação do mundo. Ela encostou os lábios em minha bochecha e me beijou, fazendo barulhinho com a boca.
Ela estava muito diferente, muito crescida e ainda mais linda. Eu me sentei e a acomodei em meus braços. Satine levou as mãozinhas ao meu peito e ficou brincando distraidamente com os botões da minha camisa. Eu olhei o pulso de Filomena e percebi que ainda sangrava.
- Meu dê o braço, Filó. Vou estancar o sangramento.
Ela esperou por um instante e então eu insisti.
- Tudo bem! Só vou fazer parar de sangrar.
Filomena estendeu o pulso em minha direção e eu o segurei junto aos meus lábios, selando os dois pequenos furos da alimentação de Satine com minha língua. Filomena sorriu com o arrepio de meu toque frio.
- Obrigado general. Você é um homem muito gentil.
- Coisas de vampiro.
Nós nos olhamos por alguns instantes, e então, eu perguntei.
- Há quanto tempo, Filó? Quero dizer, há quanto tempo isto vem acontecendo?
- Não muito. Um dia depois de sua partida, General.
- E como percebeu?
- Tivemos um acidente. Ela me mordeu sem querer, acho que foi instintivo.
E antes que eu dissesse qualquer coisa, Filomena continuou.
- Mas eu sinceramente, não me importo. Eu a amo tanto general. Ela é tão encantadora, tão carinhosa, que eu lhe daria minha vida facilmente.
Eu sabia exatamente o que ela dizia. Satine tinha o mesmo efeito em mim.
Olhei dentro de sua boquinha pequena e percebi vários dentinhos pontiagudos em seu meigo sorriso.
- Então quer dizer que minha princesinha é mesmo uma vampirinha?
Satine soltou um “dada” e sorriu.
- Filó, esta é uma noticia maravilhosa!
Filomena parecia não entender muito bem meu ponto de vista. Eu tentei explicar melhor.
- Nós ainda não tínhamos certeza do que ela era, mas agora, agora tenho certeza de que ela não precisa ir. Meu mestre não terá que manda-la para outro lugar.
Eu estava eufórico com Satine em meus braços. A gentil Filomena sorriu junto conosco.
- Esta é mesmo uma notícia maravilhosa, general. Especialmente para você.
É claro que eu concordava com ela, mas eu não entendia a razão da observação.
- Porque diz isso Filó?
Filomena não respondeu de imediato. Limitou-se a sorrir e a acenar, já saindo do quarto de Satine.
- Meu caro Demetri, o destino ainda guarda muitas surpresas para você e nossa pequena princesinha.
Ela se foi e eu olhei para Satine, pensando no que ela havia dito. Descobri que tudo que queria era que Filomena tivesse razão – eu queria Satine em minha vida, cada dia mais.
Eu a segurei nos braços e desci as escadas até o pátio. Satine desceu do meu colo e arriscou alguns passinhos trêmulos. Acho que nunca sorri tanto em minha existência. Tudo era razão para que ela sorrisse mais. Uma flor, um pássaro, uma pequena aranha, e até um castor. O pobre bichinho correu assustado quando ela mostrou os dentinhos á ele. Ela tentou correr atrás dele, e o chão a atraiçoou. Satine caiu de joelhos no pavimento de pedras e fez um beicinho, preparando-se para chorar. Eu corri até ela, e a coloquei em meus braços. Suas lágrimas quentes molhando minha camisa, enquanto minhas mãos acariciavam seus cabelos.
- Ei baby, não chore! Eu estou aqui. Eu sempre estarei – eu sussurrei em seu ouvido.
Ela engoliu um pouco o choro e me olhou com olhinhos úmidos e o narizinho vermelho. Eu continuei.
- Prometo a você baby, prometo que ninguém irá machucá-la. Prometo que enquanto eu existir não terá que se preocupar com nada – e então a última frase saiu meio sem querer dos maus lábios – eu a amo.
Eu ainda estava tentando entender porque eu estava jurando amor eterno aquela criança que eu tinha nos braços, quando Heidi se aproximou, ajeitando o decote do vestido vermelho.
- Amor, porque não me disse que tinha voltado, eu estava com saudades.
Heidi sempre fora absolutamente linda e encantadora, mas ultimamente, não via nela o mesmo sabor. Ainda assim, eu não queria magoá-la e nem precisava ser rude.
- Voltei ontem á noite, Heidi. Por isso não disse nada.
Eu lhe respondi ainda acariciando as ondas marrons do cabelinho de Satine.
Ela se debruçou sobre mim e me beijou. Quando eu retribui, senti Satine se enrijecer em meus braços. Ela chorou.
- Garota chata e mimada! É isso que aquela velha infeliz faz com você? Vou providenciar que ela não venha mais aqui!
Satine chorava mais e mais. Eu me afastei de Heidi e a ajeitei novamente nos meus braços. Ela me olhou e eu derreti.
- Shhhhh! Não se preocupe, lembre-se do que eu lhe prometi.
Ela era muito pequena e mesmo com seu super crescimento, Satine parecia ter pouco mais de um ano humano, mas ela compreendeu cada palavra minha e se acalmou.
Heidi se aproximou novamente, tentando tirar Satine dos meus braços, eu me afastei.
- Deixe a criança com as criadas, carinho. Venha, vamos nos divertir.
Minha princesinha olhou em meus olhos com tristeza.
Heidi levou as mãos até ela novamente, mas desta vez, eu não consegui evitar. Ela colocou a mão embaixo dos bracinhos de Satine e tentou pegá-la. Satine foi mais rápida e cravou os dentes em sua mão, deixando uma marca horrível. Eu não pude deixar de rir.

Autora:Bia Kishi
- Pequena monstrinha! Vou dar um jeito de faze-la sumir junto com aquela velha infeliz!
- Nem pense nisto Heidi! Filomena é minha amiga e eu a quero aqui. E se por acaso algo acontecer a ela – eu a encarei com o olhar mais letal que eu podia – ou a Satine, terá que resolver comigo.
Ela saiu esbravejando e pisando duro pelo pátio. Eu sabia que ela iria direto reclamar para Aro e contaria uma versão distorcida do fato, mas eu não me importava. Tudo que realmente importava para mim estava ali, em segurança, no conforto dos meus braços.

1 comentários:

sandry costa disse...

mais um exelente cap, amei
principalmente a satine mordendo a heide kkkkkkkkkkkkk
bjjss

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