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Capítulo 4 - Vida em Família

Meu pai aproximou-se de mim para lembrar-me de que ainda faltava a parte mais dolorosa do tratamento. Colocar meu braço no lugar certo! Por causa dos esforços que eu havia feito, o osso fixou-se com um pequeno desvio, mesmo sendo pequeno atrapalhava meus movimentos. Claro que colocar um membro no lugar, consistia em quebrá-lo novamente, essa era a parte ruim.
Subimos as escadas novamente, seguidos por Alice e Esme, até o consultório. Esme estava com cara de desespero olhando para mim e tentando acalmar-me, enquanto meu pai prepara-se para o procedimento, auxiliado por Alice. Achei tão gentil a atenção dela que quis explicar-lhe que tudo estava bem.
- Esme está tudo bem, é o mais correto a se fazer nessa situação, a calcificação errada pode prejudicar meus movimentos mais seriamente, no futuro. Vai doer só na hora, eu posso agüentar!
Ganhei um beijo na testa, Esme afastou-se e meu pai veio até a maca em que eu havia me sentado.
- Deite-se meu bem, e relaxe o braço, prometo que será bem rápido.
Fiz como ele havia pedido, deitei-me e estiquei o braço em sua direção, ele tocou com os dedos, procurando a junção da articulação, quando ele se preparou para puxar eu o interrompi:
- Papai, acho que é um pouquinho mais acima, se puxar vai tirar meu cotovelo do eixo, precisa localizar o polegar na ponta do úmero. Assim doe menos.
Ele parou e virou-se para mim, seu rosto era incrédulo. Alice aproximou-se sorrindo, com Esme a seu lado.
- Isto é o que podemos chamar de “filho de peixe, peixinho é!”
Meu pai arregalou os olhos, parecia não acreditar no que esta ouvindo.
- Como pode saber de tudo isso, não me diga que você é...
- Médica! Pois é, acho que temos mais em comum do que imaginávamos.
Meu pai abraçou-me sorrindo, era tão bom ver a satisfação em seus olhos. Ele tinha orgulho de minha profissão! Depois de tantos anos, finalmente alguém entendia minhas razões, pensava como eu.
- Bem Dra Satine, vamos fazer como a senhorita disse, então.
Com um crec e um gemido, meu braço foi quebrado novamente e colocado no lugar certo. Meu pai terminou fazendo uma tala e colocando-o em uma tipóia.
- Bem, agora que está pronto, acho que preciso ir. Já está ficando tarde, com o braço assim, vou demorar um pouco mais para chegar a Seatle.
- Como assim “chegar a Seatle?” quem foi que disse que você pode ir embora! Diga Carlisle, ela não pode ir embora, não é? Como ela vai dirigir assim, sozinha!
- Acalme-se Alice, também acho que Satine deve ficar, mas a decisão pertence a ela.
Meu pai virou-se para mim com seu sorriso mais quente, era impossível recusar algo a ele.
- Claro, mas não quero incomodá-los. É melhor perguntar a opinião dos outros.
Descemos as escadas os quatro. Na grande sala, pouca coisa havia mudado. Apenas Edward e Bella não estavam mais lá. Esme explicou-me que ele havia levado a garota para casa, já era tarde e o pai dela poderia preocupar-se. As coisas para eles estavam meio difíceis depois de todo o acontecido de Volterra.
Entre os que estavam presentes, todos pareciam felizes em ter-me como hóspede. Dadas as circunstâncias, achei melhor ficar mesmo, o gesso em meu braço estava dificultando um pouco as coisas.
Alice segurou em meu braço bom e me puxou para o andar de cima.
- Venha Satine, pode usar o meu banheiro se quiser, acho até que minhas roupas podem te servir. Venha por aqui, este a direitas, isso.
Fui praticamente arrastada até o banheiro, não que eu me recusasse, pelo contrário. Eu precisava mesmo de um banho!
- Alice, você poderia pegar minha bolsa, no carro. Eu trouxe algumas coisas por precaução. Ontem, em La Push passei por uma situação engraçada, hoje me precavi.
- Situação engraçada? Adoro histórias, pode começar logo, não esconda nada!
- Tudo bem, mas como eu disse, é uma história engraçada.
- Vou pegar a sacola. Pode usar o chuveiro, deixarei um roupão novo sobre a bancada. Já volto.
Alice desceu como um raio, quase instantaneamente, estava de volta. Sentou-se numa poltrona do closet e cruzou as pernas apoiando o queixo com a mão.
- Pronto! Agora podemos continuar com a história, estou curiosa. Aliás, você terá de aprender a lidar com minha curiosidade, não estou acostumada a não saber das coisas.
- Quer dizer que iam começar uma festinha sem mim? Nem pensar, eu quero participar!
- Entre Rosalie, nós não a convidamos porque você é sempre tão anti-social!
- Só um minuto meninas estou terminando de vestir-me. Aliás alguém pode me ajudar com a blusa? Este gesso está começando a me irritar.
Rosalie entrou no banheiro, onde eu tentava sem sucesso colocar a calça de malha e a blusinha de lycra preta que eu usava para dançar.
- Quero esclarecer algumas coisas, Satine. Primeiro, eu não sou esse monstro que todos pintam. E segundo e mais importante, Carlisle tem sido como um pai para mim, para todos nós, por todos estes anos. Se você é mesmo o que diz que é, não que eu tenha dúvidas, a semelhança é visível, quero que fique conosco, quero que sejamos amigas, sinceramente. É muito importante para mim que Carlisle esteja feliz.
- Você não imagina como isto me deixa feliz. O que eu mais quero é fazer parte desta família, a cada minuto que passo com vocês percebo como perdi tempo.
- ótimo, somos todas amigas e blá, blá, blá! Agora conte a história, estou curiosa.
Sem dúvida Alice não estava acostumada a não saber das coisas. Ela estava quase quicando de curiosidade.
- Como eu disse, ontem estive na casa dos Black, ficou tarde e acabei dormindo por lá. O problema é que como eu não tinha levado roupa nenhuma, e lá só moram homens, dormi com uma camiseta do Jacob. Na manhã seguinte um amigo dele, um garoto chamado Paul.
- Hunf! (grunhiu Rosalie)
- Enfim, o garoto chegou lá e achou que algo estava rolando, sei lá. Ficou com uma cara de espanto olhando para mim e para Jacob. Foi engraçado!
- E existe alguma coisa para rolar?
- Claro que não Alice, ficou louca tenho certeza de que Satine sabe escolher melhor suas companhias!
- Bem, não que seja impossível, Jacob até que é bem bonitinho, o caso é que o garoto tem idade para ser meu neto! Além disso, outra coisa me impede.
- Então diga, o quê? Estamos curiosas.
- Eu pertenço a outro.
- Essa história é ainda mais interessante, conte.
- Acho que não vão gostar muito dessa história.
- Deixe de bobagem, conte logo!
- Demetri Volturi
- Você é namorada de Demetri Volturi?
- Tecnicamente não! Ele acha que não podemos ficar juntos, algo como “não poder namorar a filha do mestre” sei lá. Ele acha que sou inacessível a ele, porque Caius teve a brilhante idéia de pensar em ter-me a seu lado!
- Puxa! Quer dizer que você está apaixonada por Demetri Volturi, o rastreador da guarda. Mas na verdade quem a quer á seu lado é o terrível Caius Volturi. Olha, sem querer desanimá-la, mas é melhor ficar com o cachorro mesmo!
Nós três rimos bastante da observação de Rosalie, embora sarcástica, ela tinha razão. Eu suspirei fundo e coloquei minha mão na testa.
- Queria poder escolher por quem me apaixonar, seria bem mais fácil. Amar alguém que não se pode ter é muito doloroso.
Continuamos a conversa, enquanto eu tentava explicar a elas o outro lado de minha família italiana. Não que a opinião delas fosse errada, eles eram mesmo terríveis quando queriam, mas para mim eles eram minha família, e eu os amava.
- Meninas!
Esme nos interrompeu com sua voz de anjo. Se existirem mesmo os anjos, tenho certeza de que são como ela.
- Está tarde, e Satine deve estar cansada. Além disso, precisamos saber do que ela precisa para sentir-se confortável em nossa casa. Por favor, diga-nos querida, e providenciaremos.
- Não preciso de mais nada, está tudo ótimo!
- Amanhã começaremos a reforma de seu quarto! Preciso saber do que gosta. O que gostaria que colocássemos nele.
- Quarto?
- Você é uma Cullen agora, se vai morar conosco, precisamos fazer com que se sinta em casa.
- Este é um convite? Sabe, para morar com vocês? De verdade?
- Na verdade não é bem um convite, já está decidido. Seu pai e eu achamos sem propósito você ficar em um hotel, quando sua família mora aqui tão perto.
Não pude conter o sorriso, nem a pequena gota que insistiu em descer de meu olho. Era muito bom ter alguém preocupado comigo, ter uma família de verdade.
- Bem acho que este sorriso confirma tudo! Então diga, o que podemos fazer para que se sinta mais confortável em nossa casa de vampiros.
- Esperem, alguém já disse a ela como vivemos e o que é preciso para viver conosco?
- Vamos até a sala meninas, todos juntos contaremos a Satine nosso estilo de vida.
Descemos novamente as escadas, Esme segurando em meu braço, delicadamente conduzindo-me. Rosalie e Alice atrás. Acomodamo-nos e meu pai começou com as explicações.
- Você percebeu que moramos mesmo nesta cidade, certo? Nós interagimos com os humanos, portanto precisamos enquadrar nossas vidas para que pareçamos pessoas normais. Queremos muito você conosco, estamos muito felizes. O único por menor é que terá de ter a idade de seus irmãos, ou melhor, a idade que eles aparentam ter.
- Dezoito anos?
- Isso mesmo!
- Nada de medicina então?
- Pelo menos por enquanto.
- Puxa, vou ter de voltar ao ensino médio! Isso sim é uma mudança! O sonho de todas as mulheres “ter dezoito anos para sempre!”
- Terá de reformar seu guarda-roupas também! (disse Alice)
- E nada de carro de luxo! Pelo menos não para ir à escola.
- O que vou fazer então? É o único que eu tenho. Bem tenho uma Ferrari na França, mas acho que não ajuda muito.
- Não se preocupe com nada, querida, vamos dar um jeito em tudo. Amanhã mesmo Jasper vai cuidar de seus novos documentos. As outras coisas, eu mesmo resolverei.
- Agora já pode me dizer o que quer em seu quarto, quero apenas as dicas, será “um presente surpresa!”
- Bem, eu preciso de uma cama. Apesar de não ter usado muito nos últimos dias, pretendo resolver meu problema de insônia logo.
- Providenciaremos.
- Quanto á roupas, se não tiverem compromisso, Alice e Rosalie poderiam acompanhar-me até Seatle no sábado, assim eu posso pegar minhas coisas no hotel e comprar roupas novas. Por falar nisso Esme, vou precisar de um closet grande. Mais de noventa anos de vida fazem uma mulher juntar muitas coisas!
- Não se preocupe querida, Alice já me deu a dica.
- Então meninas, vamos fazer compras?
- Claro! Estamos mesmo precisando comprar roupas.
- Ótimo! Por enquanto, arrumei o quarto de hóspedes para você! Não é muito pessoal, mas arrumei com muito carinho, espero que goste.
Eu sorri para Esme e dei-lhe um abraço, e em meu pai também. A noite já estava alta, eu sabia que cada um tinha seus afazeres, dirigi-me então até o piano de cauda que estava em outra sala, e comecei a tocar. Um a um, todos se afastaram, indo para seus quartos. Menos meus novos pais.
- Você toca lindamente minha filha!
- Obrigado.
- Não é uma música conhecida, certo?
- Na verdade não. É uma antiga cantiga de ninar escocesa.
- Escocesa? Algo especial com a Escócia?
- Esta é outra história bem longa.
- Deixemos as longas histórias para depois então. Satine precisa relaxar, ela teve um dia cheio. Quando quiser deitar-se, o quarto de hóspedes é a terceira porta, depois do escritório, fique à vontade e tenha lindos sonhos, querida. Venha Carlisle, precisamos conversar. Acabo de ter idéias ótimas para o quarto novo.
Meu pai beijou-me a testa, desejando boa noite e acompanhou sua doce esposa até o piso superior. Eu continuei tocando minhas canções. Uma hora o sono viria, pelo menos era com o que eu contava.
A noite foi ficando mais alta, nada de sono chegar. A sala era bem grande, o piso de madeira de lei encerada lembrou-me de meu antigo estúdio de balé. Levantei-me do piano e comecei um pequeno aquecimento, logo estava dançando. A dança me contagiava, dancei, dancei. Era bom, relaxante, fazia-me esquecer de tudo, fechar os olhos e entregar-me a dança. Concentrada, comecei a ouvir ao fundo o som do piano, um som doce e melodioso. Quem seria o artista?
Abri os olhos lentamente. Edward, o garoto dos cabelos de fogo. Como ele tocava bem! Era tão intenso, tão profundo. A música era maravilhosa. Parei, e coloquei-me a seu lado sentando-me com ele, no banco do piano.
- Quer dizer então que temos um artista na família?
- Pelo jeito, temos dois! Você não disse nada sobre ser uma bailarina.
- Nem você sobre ser um pianista! Acho que ainda temos muito para descobrir um sobre o outro. Por falar nisso, espero que não se chateie por eu ter aceitado ficar.
- De maneira alguma, fico feliz. Carlisle merece.
- Todos vocês o amam muito, não é?
- Ele é um homem maravilhoso, se um dia eu puder ser metade do homem que ele é.
- Tenho certeza de que já é. Que música era essa que você tocava? Eu não a conheço.
- Eu compus. É uma canção de ninar, para minha namorada.
- Que lindo! Você deve amá-la muito.
- Como a minha própria vida.
- Que ótimo, deve ser maravilhoso viver um amor assim.
- Ei mocinha, já é bem tarde, não está com sono?
- Tenho tido problemas para dormir, tenho tido pesadelos. Não consigo esquecer o que aconteceu na França.
Deixei que meu rosto caísse, sendo escondido por uma mecha de meu cabelo. Edward o levantou em suas mãos frias e gentilmente beijou meu rosto.
- Sei que é difícil esquecer , sei também que você não quer falar sobre isso. Quero que saiba que pode contar comigo, sempre.
- Mesmo?
- Claro! De que precisa?
- Companhia. Não gosto muito de ficar sozinha, sei que é engraçado – uma vampira com medo de ficar sozinha – mas é a verdade.
- Sem problemas, não durmo mesmo. Diga, o quer fazer?
- Sei lá, você mora aqui, deve conhecer o lugar, melhor que eu.
- Bem tive uma idéia, mas com esse braço engessado, terá de confiar em mim.
- Sem problemas capitão!
Edward sorriu para mim, enquanto eu lhe fiz continência. Levantou-se e puxou-me até a janela, segurando meu braço, colocou-me em suas costas.
- Segure-se!
Eu o abracei com força, enroscando minhas pernas em sua cintura, enquanto ele pulou da janela, direto no tronco de um velho abeto. Subiu rapidamente pelo tronco, chegando até os galhos mais altos.
- Puxa!
- É lindo aqui, não é? É meu lugar favorito. Quando quero pensar sobre algo, venho para cá.
- É lindo, sem dúvida! Tão calmo.
Sentei-me no galho, Edward sentou-se á meu lado, passando o braço por sobre meu ombro, onde eu recostei minha cabeça.
- Aqui, não precisa sentir medo! Ninguém pode vê-la aqui, somente eu.
- Obrigada, você é muito gentil.
- Disponha! É para isso que servem os irmãos mais velhos.
- Preciso lhe dizer uma coisa.
- Pode dizer.
- Você não vai gostar muito.
- Pode me dizer qualquer coisa.
- Sinto que sua namorada, Bella, não gosta muito de mim.
- Bobagem, Bella é muito doce, tenho certeza de que vocês serão grandes amigas.
- Vai por mim, minhas impressões são bem verdadeiras.
- Talvez ela só precise de um tempo.
- Ou talvez eu precise conversar com ela, sabe, papo de garotas.
- Se quiser eu mesmo posso falar com ela.
- Não por favor! Não diga nada, deixe que eu mesma fale.
- Coisa de garota?
- Coisa de garota!
- Tudo bem então, fale com ela depois da escola.
- Ótimo
Ficamos ali, no alto do abeto, por toda a noite. Falamos sobre nossos medos e frustrações, e divertimo-nos com o fato de nossas mães terem sido amigas. Elas teriam gostado de ver-nos juntos, lado a lado, e Edward cuidando de mim. Assim a noite se foi, dando lugar aos primeiros raios de sol.
- Acho que você tem que ir a escola.
- Acho que tenho! Sabe como é, meu pai não vai gostar se eu cabular aula.
- Claro, papai é muito rígido e se preocupa com nossa formação. O que seria de nosso futuro sem cursar mais uma faculdade!
Descemos do abeto rindo muito. Na casa, todos já estavam na sala. Alice andava, desesperada, de um lado para o outro.
- Não pode mais fazer isso comigo, Satine!
- O que eu fiz?
- Eu quase morri de preocupação, não consegui ver Edward a noite toda!
- Ah, me desculpe! Esqueci que eu atrapalho o seu “campo de visão”.
Edward sorriu para nós duas, balançando a cabeça em sinal de negação. Alice tinha um gênio e tanto, quase pior que o meu!
Edward e Alice foram para a escola, enquanto Jasper foi até Seatle, cuidar de meus documentos. Esme havia pedido a ajuda de Emmet, ela queria tirar uma parede, claro que eu não podia ver qual, era sobre meu quarto novo e eu estava proibida de ver onde era!
Acompanhei meu pai até a porta, onde nos despedimos e eu desejei-lhe um ótimo dia de trabalho. Eu queria poder acompanhá-lo, seria maravilhoso atender ao lado de meu pai, tenho certeza de que ele teria muito a me ensinar sobre nossa profissão. Por enquanto, o segundo grau estava ótimo. Quem sabe um dia?
Fiquei no gramado, olhando para a floresta que se perdia, passando o riacho, numa grande campina.
- O que acha de sairmos para caçar um pouco?
Rosalie estava atrás de mim, com uma calça preta e uma regata azul justa.
- Acho ótimo, estou mesmo precisando de um pouco de adrenalina, terei um longo dia pela frente!
Saimos por trás da casa, pulando o riacho e a campina, até o pé das montanhas.
- Aqui parece um bom lugar.
- Sinto cheiro de... hum... puma! Adoro pumas! Pensando bem, tem um urso também, pardo, e dos grandes! O que prefere Rosalie?
- Prefiro o urso!
- Ótimo, o puma é meu.
Rosalie seguiu a norte, enquanto eu fui para o leste. Olhei pelo campo, forrado de flores amarelas. Ele estava chegando perto, estava sentindo a ameaça, mas não estava com medo. Melhor assim, eu prefiro os maus. Ele se aproximou, mais perto, mais perto. Opa, esse cheiro eu não devia sentir, espere, há algo errado. Um filhote, é por isso ele está tão bravo, ou melhor, ela. É uma fêmea, está protegendo a cria. Afastei-me cuidadosamente do lugar, eu não queria ter de brigar com uma fêmea que acabara de dar a luz.
Lá se foi o meu belo almoço! Tive de me contentar com cervo. Tudo bem, depois de tudo que acontecera em minha vida nos últimos dias, eu não poderia matar o pobre animal. O que seria de seu filhote?
Pelo menos Rosalie tivera sorte. Pelo estado de suas roupas, imagino que ela e o urso tiveram uma bela briga.
- Então garota, satisfeita?
- Não exatamente, mas tudo bem! Eu posso passar alguns dias com um cervo.
- O que houve com o puma?
- Vamos para a casa, no caminho eu lhe conto.
Voltamos para a casa e encontramos Esme e Emmet discutindo, provavelmente algo sobre a reforma. Esme deu de ombros e saiu resmungando algo.
- Não se preocupe, ela adora reformas. Está satisfeita em poder mudar, novamente, a casa!
- Então meninas, foi uma boa caçada?
Emmet nos perguntou, enquanto abraçava Rosalie.
- Bom pra mim foi ótima amorzinho, mas Satine acabou fazendo uma boa ação.
- Sério?O que aconteceu?
- Ela salvou uma família de pumas, de predadores.
- O predador era eu!
- Mesmo assim, você os salvou.
- Legal!
Esme voltou para a sala carregando várias plantas e colocando sobre a mesa.
- O que é legal?
- Satine salvou uma família de pumas.
- Já disse que não salvei ninguém! Só não quis matá-la sabendo que tinha um filhote.
- Que belo gesto querida! Cada vez mais eu a acho parecida com seu pai.
Rosalie e Emmet riram, fazendo piada da observação.
- Muito engraçado! Depois disso acho que preciso de um banho gelado.
- Pode usar o quarto de Alice, o de hospedes estará interditado hoje! Faz parte da reforma.


- Tudo bem, não quero desapontá-la, mamãe!!!
Rosalie e Emmet quase rolaram de tanto rir. Era ótimo ouvir risos, em Volterra, sorrisos não eram um som constante.
Entrei no banheiro e liguei o chuveiro, enchendo a banheira enquanto despia-me. Aquele banheiro era simplesmente maravilhoso, eu precisava lembrar a Esme de que queria um banheiro assim! Quando me senti completamente limpa, sequei-me e vesti o roupão que Alice me dera na noite anterior. Quando saí do banheiro, lembrei-me de um pequeno detalhe, minha precaução de roupas havia sido destruída pela caçada.
- Ah não, não acredito que terei de sair vestida em trapos!
Eu disse em voz alta, embora você uma conversa comigo mesma. Ouvi risinhos no quarto.
- Pode colocar algo de Alice, fique à vontade.
- Quem está aí?
Jasper chegou até a porta, sorrindo.
- Oi?
- Hãn... Me desculpe a invasão, Esme proibiu-me de entrar no quarto de hóspedes. Desculpe, já estou de saída.
- Não, sem problemas! Fique mesmo à vontade. Coloque algo de Alice, ela adoraria, assim teria motivos para comprar ainda mais roupas! Vai por mim, ela ficaria muito feliz em vê-la com algo que fosse dela! Ela adora ser nossa estilista! Depois desça, seu pai e eu queremos lhe mostrar algo.
- Ok! Desço em alguns minutos.
Abri as portas do closet e comecei a procurar algo que eu pudesse usar. Alice sem dúvida gostava de roupas, tinha praticamente tudo das novas coleções de estilistas famosos. Bem, precisava ser algo que uma garota de dezoito anos usaria. Encontrei um vestido de flanela em xadrez delicado, com mangas compridas ele quase parecia uma camisa. Ótimo, é o que eu preciso! Coloquei o vestido, que serviu perfeitamente e uma calça de lycra preta colada por baixo, afinal fazia frio e eu não poderia parecer humana se saísse de mini saia! Uma sapatilha de couro e uma jaqueta completaram meu “look Alice”. Desci as escadas rapidamente, todos já estavam em casa.
- Ficou ótimo em você!
Disse-me Alice, colocando as mãos em meus ombros e virando-me para ver o look de todos os ângulos.
- Eu não tinha certeza se tinha gostado desse vestido, mas agora sei que em você, ficou perfeito! Aceite como presente, eu nem usei ainda!
- Claro! Eu adorei, aliás, espero que não se importe em emprestar-me o restante do visual.
- Claro que não, fique a vontade, além disso, eu nem consigo usar tudo que compro mesmo.
Jasper sorriu e todos o acompanharam.
- Viu, eu disse que ela não se importaria. Venha até aqui Satine, temos algo para lhe mostrar.
Fui até a mesa, onde encontrava-se um envelope de papel, Jasper o pegou e passou a mim.
- Veja se gosta da surpresa.
Enfiei minha mão dentro do pacote e tirei alguns documentos. Quando examinei mais de perto, meus olhos se encheram de lágrimas.
- Então amor, gostou?
Perguntou-me meu pai, levantando-se e vindo até onde eu estava.
- Eu... eu... nem sei o que falar... eu adorei! Obrigado.
- Então seja bem vinda à nossa família, Satine Marie Cullen!
Esme veio até nós e abraçou-me.
- É um lindo nome, querida. Parabéns!
- Achamos que, agora que tem o meu sobrenome, iria gostar de ter algo que a lembrasse sua mãe. Colocamos então o nome dela.
- Obrigado, obrigado mesmo, foi uma surpresa maravilhosa. Obrigado pai, por se preocupar em agradar-me. E Jasper, obrigado pelo carinho!
- Bem acostume-se, é para isso que servem os irmãos! Aí dentro estão todos os outros documentos, tudo que possa precisar, carteira de motorista, documentos escolares. Porque você vai ter de se matricular, junto com Edward e Alice. Tecnicamente, vocês trtem a mesma idade.
- Ok! Porque não? Faz tanto tempo que eu saí do segundo grau, quem sabe eu não me divirto?
- Embora eu ache difícil, admiro sua força de vontade.
Eu o abracei em agradecimento e a meu pai também. Era maravilhoso tê-los em minha vida, minha nova família! Já estava entardecendo e ainda faltava uma última coisa para fazer, eu precisava resolver uns assuntos na cidade.
- Eu preciso dar um pulo na cidade, acham que tudo bem se eu for com meu carro?
- Vá com o meu, melhor não abusar. Tome aqui está a chave.
Disse-me Edward, colocando a chave de seu volvo reluzente em minha mão.
- O que tem na cidade?
- Nada Alice, Satine vai apenas resolver um assunto. Vamos lá pra cima que eu lhe explico.
Edward respondeu a Alice, antes que eu pudesse. Peguei a chave do volvo e saí, estava ansiosa. Eu queria muito ser amiga da garota, ou pelo menos que ela entendesse. Eu já gostava muito de Edward, não queria ficar longe dele. Por essa razão eu precisava esforçar-me para que a menina gostasse de mim.
Dirigi pela estrada molhada, já não chovia mais, mesmo assim as coisas nunca ficavam secas naquele lugar, acho que por isso tudo era tão, verde!
Quando cheguei à cidade, não foi difícil localizar a casa certa, eu conhecia o cheira dela. Estacionei no meio fio, ao lado de uma picape vermelha e uma viatura policial.
Assim que estacionei, as cortinas mexeram-se na janela, pobre garota, provavelmente ela imaginou ser Edward. Espero que não esteja desapontada demais. Fechei a porta do carro e dirigi-me para a entrada, toquei a campainha e esperei. Um homem de meia idade, com cara de poucos amigos, abriu-me a porta. Acho que ele também pensou ser Edward.
- Boa tarde Senhor, eu poderia falar com Bella?
O homem olhava-me com cara de bobo, era como se ele nunca tivesse visto algo como eu. Comecei a me preocupar se tinha escolhido a roupa certa, será que havia algo de estranho em mim?
- Só-só um momento. Bella, desça, acho que tem uma amiga sua aqui! Desça logo querida, não vamos deixar a mocinha esperando.
A garota desceu correndo pelas escadas e quase se esborrachou no tapete. Era engraçado como ela parecia sem jeito em minha frente! Diante de sua cara de espanto ao ver-me, pensei em tornar as coisas mais fáceis.
- Oi Bella, como está?
Eu a abracei e dei-lhe um beijinho no rosto. Ela estranhou no princípio mais retribuiu de bom grado.
- Eu pensei em dar uma volta para conhecer a cidade melhor, não poderia ir comigo? Ainda estou um pouco perdida. Assim poderíamos conversar um pouco.
- Bem, é quase hora do jantar, eu preciso preparar algo para o meu pai. Acho que...
- Vá passear com sua amiga, querida! Se quiserem podemos comer alguma coisa na lanchonete. O que acham?
- Eu acho perfeito, Sr Swan, se Bella quiser, é claro.
Coloquei-me bem a seu lado, de forma que apenas ela ouvisse minha observação.
- Por favor, por Edward!
Falei bem baixinho, provavelmente só alguém que estivesse acostumado com vampiros prestava tanta atenção. Para minha felicidade ela era uma garota bem observadora,ela ouviu.
- Ah... tudo bem então, nós nos encontramos mais tarde, na lanchonete pai.
- Ok meninas, bom passeio.
Bella saiu a meu lado em silêncio, abriu a porta e sentou-se no banco do carona, eu liguei o carro e partimos. Na noite em que fui a Reserva, perto da praia, encontrei alguns bancos para piquenique, achei que seria o lugar ideal. Dirigi até lá com a garota a meu lado em silêncio, tanto silêncio que eu podia ouvir as batidas de seu coração. Parei o carro e pedi a ela que descesse comigo. Bella desceu e sentou-se sem jeito em um dos bancos, escondendo as mãos no bolso da jaqueta. Eu vim logo atrás dela, saltei e sentei-me sobre a mesa, de frente para ela, com as pernas cruzadas. Ela continuou em silêncio, com os olhos baixos.
- Bella, eu a pedi que viesse comigo porque quero esclarecer algumas coisas. Sinto que tem coisas a meu respeito, coisas que a preocupam. Eu gostaria de saber, Bella, tem alguma pergunta para mim? Seja sincera, qualquer coisa.
Ela levantou um pouco o olhar, focalizando meu rosto. Apesar de sentir o que a garota sentia a meu respeito, eu queria ouvir dela, queria que ela me perguntasse o que queria saber, queria responder á ela. Ela não falava. Então resolvi que responderia as perguntas de acordo com o que eu sentia.
- Bom Isabella Swan, já que não quer perguntar você mesma, eu vou tentar responder, ok? Vou contar-lhe um pouquinho sobre mim.
Meu coração já tem um dono, não existe nada, nem ninguém em todo o mundo capaz de mudar o que eu sinto por ele. Infelizmente, ele não pensa ser digno do meu amor, por essa razão não estamos juntos. Acho que essa parte você compreende, não é? Soa parecido?
Bella levantou novamente os olhos e fitou-me por mais tempo, esboçou um leve sorriso e eu senti suas emoções um pouco mais tranqüilas. Ela estava entendendo.
- Eu não pude ir procurá-lo, Bella, se pudesse eu teria ido, teria me protegido nos braços de meu amor. Como pode ver, eu estou um pouco limitada, nem consigo dirigir muito, não poderia ficar sozinha. Eu relutei muito em procurar meu pai, tive medo. Estar com eles agora, é a melhor surpresa de minha vida. Não quero que sinta o que está sentindo, não existe nenhuma possibilidade, ele a ama, incondicionalmente. Eu pertenço a outro. Não quero seu lugar, com nenhum dos dois. Quero que seja minha amiga. Quero muito. Entende?
Ela levantou o olhar e sorriu. Era uma boa garota, sem dúvida, Edward fizera uma ótima escolha. Seus sentimentos eram serenos, apenas curiosidade, nada mais.
- Agora que já sabe da parte mais difícil, quer me perguntar mais alguma coisa?
Deixei o campo aberto, era obvio que ela tinha perguntas, só não sabia se ela as faria naquele momento.
- Tem uma coisa.
- Então me diga.
- Você vai ficar? Quer dizer, vai morar com os Cullen?
- É o que pretendo. Quero conhecer mais minha família. Estando aqui, posso conhecer tanto os Cullen, quanto os Black. É um lugar estratégico.
- Vai se matricular na escola?
- Sim, na segunda feira. Primeiro preciso ir a Seatle, tenho algumas coisas para resolver. Falando nisso, você poderia ir conosco, fazer compras, amanhã pela manhã!
- Não sei se poderia, meu pai anda um pouco implicante quando se trata de Edward.
- Mas Edward não vai. Será um dia de meninas, apenas eu, Alice, Rosalie, e você, se quiser. Seria ótimo. Além disso, se deixar, posso ajudá-la com seu pai. E posso ajudá-la a ver Jacob mais facilmente.
- Acha que consegue?
- Claro! São algumas vantagenzinhas de ser vampira.
Eu pisquei e sorri para ela, ela retribuiu o sorriso.
- Tudo bem então!
- Amigas?
- Amigas!
Saltei da mesa e a abracei. Era bom sentir que ela confiava um pouco mais em mim agora, talvez algum dia, fossemos realmente boas amigas. Por enquanto, já estava bom.
- Vamos caminhar um pouco?
- Claro!
Saímos caminhando pela areia, lado a lado. Bella chutava algumas pedrinhas e gravetos.
- Satine, tem mais uma coisa que eu queria saber.
- Então me diga.
- Você não é realmente uma vampira, sabe, não foi mordida nem nada. Porque não envelhece.
- Bom, a maioria dessas perguntas, eu não sei responder, continuo pesquisando. Acho que a herança vampírica é mais forte, eu envelheci até os doze anos. Estou assim, desde então. Meu corpo é meio complexo. Uma mistura de vampiro e agora que sei, lobisomen. Eu posso comer como humanos, embora minha digestão seja lenda e difícil. Minha pele não é indestrutível, mas eu me recupero como os lobisomens. Também não sou fria, mas não sinto frio.
- Gostaria que você me explicasse o seu “dom especial” não entendi muito bem.
- Eu absorvo os poderes de vampiros especiais. Não retiro o poder deles, apenas aprendo a fazer o mesmo. Todos com os quais eu tive contato em minha vida, eu aprendi. Aro, Jane, Alec, Demetri, Chelsea, Renata, e muitos outros. Incluindo agora Jasper. Por essa razão eu abracei Edward ontem. Tudo funciona quando tocam a minha mão. Se não tocar, não consigo. Como eu disse quero deixá-los sempre em vantagem. Sei que os Volturi são maus e perversos, sei que seriam capazes de muitas coisas. Preciso prevenir.
- Ah, entendi.
- Acho que já está ficando tarde. O que acha de irmos encontrar o chefe Swan? Eu ainda preciso convencê-lo de que sou boa companhia!
- Então é melhor irmos porque não vai ser fácil!
- Você ainda não me conhece!
Entramos no volvo sorrindo. Enfim tudo tinha terminado bem, Edward ficaria feliz. Dirigi de volta a cidade, parando no estacionamento da pequena lanchonete indicada por Bella. O pai dela já nos esperava sentado, conversando com alguns amigos, incluindo a atendente simpática que havia dito onde encontrar meu pai, no dia que cheguei.
Caminhamos até a mesa e Bella sentou-se, eu fiquei em pé, precisava apresentar-me corretamente.
- Bem, desculpe-me Sr Swan, acho que não apresentei-me corretamente. Sou Satine Cullen.
Ele levantou-se, apertando minha mão estendida.
- É parente de Carlisle?
- Sou filha dele!
- Mais um filho, então. Ele também a adotou? Porque você se parece bastante com ele.
- Na verdade, sou filha legítima. De um relacionamento de juventude. Minha mãe já é falecida.
- Sinto muito! Sente-se Satine, fique à vontade.
Sentei-me ao lado de Bella. O chefe Swan ainda estava um pouco relutante. Eu precisaria persuadí-lo. Lancei-lhe um olhar certeiro. Ser vampira tinha suas vantagens.
- Você morava com quem?
- Depois que minha mãe faleceu, fiquei com meu padrinho, na Itália.
- Então, porque uma garota como você saiu da Itália e veio morar em Forks?
- Quis passar mais tempo com meu pai, conhecê-lo melhor. Acho que neste ponto Bella e eu temos muito em comum.
- Seu pai deve ter ficado muito feliz, sabe, ele adora os filhos.
- Ficou mesmo. Como o senhor, com a vinda de Bella. Por falar em Bella, Sr Swan.
- Por favor, me chame de Charlie!
Esta era minha deixa, minha técnica estava funcionando!
- Como eu dizia, Charlie, gostaria de sua permissão para Bella acompanhar-me amanhã, preciso ir a Seatle, fazer compras. Vamos eu e Alice, sabe, um dia de meninas.
- Claro, querida, vá com sua amiga, divirta-se! E diga a Alice que eu mandei lembranças.
Depois de lanchar, despedi-me dos dois e voltei para casa. Edward esperava-me na escada da frente, inquieto.
- Como foi?
- Como eu disse, nada que um papo de garotas não resolvesse! Tudo certo irmãozinho!
Edward levantou e abraçou-me tirando meus pés do chão.
- Viu, eu disse que ela era uma garota incrível.
- Se você se apaixonou por ela, não restavam dúvidas.
Na sala todos nos esperavam, Alice desceu a escada em saltos, assim que ouviu a porta se abrir.
- Então, tudo certo? Ela não é adorável?
- Sim ela é adorável, e sim, tudo certo! Aliás, ela vai conosco a Seatle!
Rosalie deu uma torcida de nariz e olhou-me com cara de poucos amigos. Estava claro que elas não eram as melhores amigas. Depois disso, todos foram resolver seus próprios assuntos, eu fiquei só. Esperando o amanhecer, para irmos à nossa viagem de compras.

Autora: Bia Kishi

1 comentários:

Carla Black disse...

gostei...pai e filha medicos isso sim é o destino....a bella como sempre é a bella....

amei as conversas e legal ter colocado charlie na estoria, sempre achei que podiam aproveita-lo melhor nas estorias...

parabens por mais um capitulo...

e só nao foi melhor pq meu lobo lindo nao apareceu, apenas foi lembrado...kkkk
sabe como é né...team jacob loka
bjs e ate o prox capitulo...

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