Capítulo 11 - TPM

(POV NESSIE)

As lembranças das mãos de Jake em meu corpo não me deixavam dormir. Tinha experimentado sensações que até então desconhecia, mas que eram maravilhosas...

Não ia ficar me preocupando com meu pai agora, ele ainda demoraria a chegar. Até lá eu daria um jeito de resolver este problemão.

Tínhamos dando um passo à frente em nosso relacionamento. Agora éramos mais íntimos, nossas carícias seriam mais ousadas. Devo admitir que isto não me causava constrangimento nenhum. Sabia que nossos encontros ficariam melhor ainda depois de hoje... Só esqueci de combinar isso com Jake...

Para minha completa decepção, Jake voltou a ser o mesmo “respeitador” de sempre. Durante toda a semana ele sequer fez menção de tocar meus seios de novo.

- Jake, o que aconteceu? Você não quer me tocar mais? – Perguntei, um pouco decepcionada com sua atitude.

- Nessie, faz idéia do quanto cheguei perto de mandar tudo pro espaço e fazer amor com você ali mesmo, perto do rio? Não posso deixar que Edward te castigue por causa da minha irresponsabilidade. Você já tem um problemão nas mãos devido ao que eu fiz. – Jake parecia arrependido do que fizera.

Engoli a vontade de chorar. Tinha imaginado que ele estaria super feliz por termos mais intimidade e agora ele vinha com aquela história de que o que tínhamos feito fora errado.

- Então acha que o que fizemos foi um erro? – Queria confirmar minhas suspeitas.

- Foi um grande erro, Nessie, e não vai mais se repetir.

Deixei ele falando sozinho e corri para a floresta. Não queria que me visse chorando. Na verdade não queria vê-lo. Estava muito aborrecida com Jake. Ele não tinha o direito de falar assim comigo.

Corri até encontrar uma árvore bem grande. Me sentei embaixo dela e deixei as lágrimas rolarem.

Eu teria de enfrentar a fúria de meu pai, ouvir um sermão por horas seguidas, ser acusada de lhe causar problemas... E pelo que?... Por um “erro”, segundo meu namorado.

“Você merece, sua burra. Quem mandou se atirar pra cima dele como se fosse uma qualquer?”

Quanto mais pensava, mas chorava.

Jacob me encontrou. Aproximou-se de mim, mas sequer olhei em seu rosto.

- Nessie, por que está chorando? Por que ficou tão brava e magoada comigo? – Ele me perguntava como se não tivesse a menor noção do que tinha feito.

- Jacob, por que tudo que acontece de bom na minha é considerado um problema para os outros? Minha mãe teve de perder sua vida humana para me trazer à luz, as pessoas achavam que eu era um monstro , depois os Volturi me viam como uma aberração a ser eliminada, meu desenvolvimento rápido obrigou minha família a se exilar neste fim de mundo, meu pai transformou meu primeiro beijo em um crime e agora você diz que a primeira vez que nos tocamos foi um erro. Meu Deus do céu, o que há de errado comigo? – Perguntei, com a cabeça entre os joelhos, chorando feito um bebê.

Jake sentou-se ao meu lado e me puxou para seu peito.

- Tudo bem que todos ficamos assustados com a gravidez de Bella, não posso negar isso, mas desde que você nasceu, Nessie, só nos trouxe alegrias. Você é muito importante pra todos que a amam, principalmente pra mim. Ter feito carícias em você foi a coisa mais prazerosa que já fiz na minha vida. Naquela noite eu nem consegui dormir, ficava lembrando-me da maciez da sua pele, do formato de seus seios sob minhas mãos... Não faz idéia do quanto tenho vontade de tocá-la de novo.

Jake me colocou em seu colo e fiquei ali chorando por um longo tempo.

Por mais que eu não quisesse admitir, me incomodava muito saber que tinha sido rejeitada pela maioria de minha família e principalmente por meu pai.

Não duvidava do seu amor por mim, longe disso, mas me machucava saber que meu nascimento tinha-o forçado a fazer algo que nunca quis: transformar minha mãe em vampira.

- Acho que teria sido melhor que meu vô Carlisle tivesse feito um aborto na minha mãe. Eu só trago problemas pra todo mundo mesmo... – Era incrível como ultimamente eu me sentia tão emocionalmente instável.

- Nunca mais fale uma besteira dessas, Nessie. – Jake segurou meu rosto entre as mãos, beijando minha face molhada pelas lágrimas.

Ele me beijou e então percebi suas mãos acariciando minha barriga, por baixo da minha blusa.

- Pára, Jake!! Tira a mão daí – falei, nervosa.

- Nessie, me passa seu manual de instrução. Estou com dúvidas quanto ao seu funcionamento. – Jake me olhava com cara de “não to entedeeeeendo!!”.

- Jake, eu vou pra casa – falei já me levantando. – Não estou com paciência pra namorar hoje. Tchau. – Saí correndo. Tudo o que eu queria era um chocolate e ficar sozinha.

Graças a Deus ele não veio atrás de mim. Realmente eu também não estava me entendendo. Estava irritada com tudo. Na mesma hora que queria gritar e esbravejar, já me dava vontade de chorar.

“Pronto!! Dei defeito!!”, pensei.

Cheguei em casa e fui direto pro meu quarto. Não sem antes atacar a bomboniere que enfeitava o aparador (detalhe para manter as aparências).

Deitei em minha cama e comecei a chorar, lembrando que tinha sido grossa com Jake. Nunca tinha percebido o quanto chocolate era bom.

O melhor a fazer seria tomar um banho e tentar dormir. Tinha perdido o sono na noite anterior e devia ser por isso que estava agindo estranhamente: Falta de sono... “É, é isso.”, pensei.

Tirei minha roupa e...

- TIIIIIIIA ROOOOOOOSAAAALIIIIIE!!!!!! – Gritei desesperada.

Em menos de um minuto meu quarto estava lotado de gente. Podia ouvir a voz de Tia Rosalie, da Vó Esme, de Tia Alice e a do Meu Vô Calisle.

- Quantas Rosalie tem nesta casa? – Perguntei irritada, abrindo apenas uma fresta da porta e colocando minha cabeça para fora do banheiro.

- Nessie, meu amor, você parecia desesperada. O que aconteceu? – Minha vó me olhava com curiosidade e preocupação .

- Tia Rosalie, vem aqui dentro – chamei. – Gente, pode nos dar um pouco de privacidade, por favor? – Pedi.

Eles me olharam com cara de que não estavam entendendo nada e saíram. É óbvio que escutariam tudo o que eu ia falar com minha tia. Viver com vampiros não era fácil...

- Tia, – mostrei minha calcinha – isto aqui é o que eu estou pensando? – Perguntei assustada.

- Nessie, querida, você menstruou?? – Ela estava tão amedrontada quanto eu.

- Eu estou procurando resposta e você me vem com perguntas? Ninguém merece, tia!! – Eu estava com “tolerância zero”.

- Desculpe-me, Nessie. É que não esperávamos que isso acontecesse com você. Você menstruou sim. Vou pedir para alguém comprar absorventes pra você. Não temos isso aqui em casa. Tome um banho que eu já volto.

Fiquei debaixo do chuveiro tentando assimilar o que tinha acontecido.

Eu tinha aulas em casa, com meu pai, e já tinha estudado o Aparelho Reprodutor Feminino. Sabia sobre menstruação, só não imaginei que aconteceria comigo, afinal eu era meia vampira... mas também era meia humana...

Minha pele era de vampira, meus ovários e útero, de humana; meu estômago era de vampira e humana, afinal gostava de sangue e de comida... Concluindo: Os Volturi tinham razão, eu era uma aberração da natureza. Se eu fosse um brinquedo, seria um quebra-cabeças de cinco mil peças. Comecei a chorar de novo.

Não demorou muito e Tia Rosalie voltou, me entregando uma caixinha com tampões.

- Vou perder minha virgindade com isso?? – Perguntei, quando lemos juntas como deveriam ser colocados. – Já to imaginando meu pai indo lá e destruindo a fábrica toda.

Tia Rosalie riu e me concordou comigo.

- Ele não pensaria duas vezes...

Bem, se ainda era virgem ou não, não sei, mas coloquei o tal tampão e me senti melhor.

Quando saí do banheiro, dei de cara com meu avô.

- Vô, não vai querer dar uma de ginecologista, né? Pelo amor de Deus!!

- Não Nessie, não vou – falou rindo. – Só vim saber se tem alguma dúvida e se quer me perguntar alguma coisa.

- Acho que sei tudo que preciso saber, vô. Vai acontecer todo mês, né?

- Sim, Nessie, assim espero, mas se tratando de você, fica difícil afirmarmos alguma coisa. Seu organismo é singular, não há nada que se assemelhe a ele. Teoricamente isso deveria ter acontecido antes de seu corpo se desenvolver tanto, pelo menos é assim nas humanas, mas vamos acompanhá-la para ver o que acontece.

- Hã... vô... tem uma coisa que eu quero saber – falei meio sem graça.

- Diga, querida.

- Eu me segurei tanto para deixar de ser virgem com um “tampão”?

Carlisle caiu na risada, sacudindo a cabeça.

- Não, Nessie. Ele não é suficiente para romper um hímem não. Pode continuar se “segurando”, mocinha, a menos que queira despertar a fúria de Edward, e te digo uma coisa, não quero estar por perto se isso acontecer.

- Nem eu, vô... nem eu...

- Nessie, tem mais uma coisa que quero te alertar. A partir de agora sabemos que há uma chance grande de você poder engravidar. Então juízo, nheim!!! Não faça nenhuma besteira, querida. – Ele tinha um jeitinho tão doce de falar as coisas que nem fiquei zangada com ele.

- Se o senhor conhecesse Jake melhor, nem se preocuparia com isso, vô. Pra santo, aquele lá só falta a auréola. Dá até nos nervos – falei irritada.

- Bom saber... Estou mais tranqüilo agora.

Ele saiu rindo do quarto e eu fiquei lá, curtindo minha TPM.

Dei uma cochilada e acordei com Tia Alice me dizendo que Jake estava lá embaixo, querendo falar comigo.

- Ai!! Não queria vê-lo hoje. Por favor, tia, me diga que ninguém contou pra ele o que aconteceu, por favor! – Eu morreria de vergonha.

- Bem, querida... Sinto muito, mas saí de lá deixando-o numa crise de risos ao ouvir Emmet contar como se atrapalhou todo na hora de comprar seu absorvente. Você não sabe, mas ele trouxe umas cinco sacolas com todos os tipos que encontrou. Trouxe até fralda geriátrica.

- AH, NÃO!!!

“Por que não me abortaram, por que não me abortaram...”, desci as escadas com este único pensamento na cabeça.

Segurei a mão de Jake e o puxei para o jardim. Se Tio Emmet falasse alguma gracinha na frente dele eu me enforcaria.

Jake me abraçou.

- Jake, se disser alguma coisa sobre isso, quebro sua cara. – Realmente eu estava fora de controle.

- Calma, Nessie, eu não ia falar nada.

Ficamos abraçados, em silêncio. Pelo visto não era só do meu pai que Jake tinha medo.

Autora:Valentina LB