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Capítulo 15 - Seu Toque em Minha Carne *** Satine

Quando dei as costas pra ele e subi as escadas até meu quarto, eu sentia meu corpo tremer de um jeito incontrolável. Era como se alguém - ou alguma coisa, sei lá - quisesse explodir de dentro de mim. Ultimamente, essa sensação estranha de descontrole estava me deixando irritada.
Fechei a porta do quarto tão forte que lascas de madeira se soltaram. Eu andava de um lado para o outro com as mãos na cabeça. Ele vai ficar com outra, vai beijar outra, vai se deitar com outra! - minha mente não queria me ajudar. O quarto rodava, rodava e eu sentia o arrepio estranho começar na ponta da coluna e se prolongar em meus braços. O tremor cada vez mais forte, mais forte.
- Vai acabar furando o chão!
A voz suave e conhecida de Renata me colocou novamente no controle do meu corpo. Eu ainda tremia e ainda sentia o arrepio, mas pelo menos, eu conseguia me manter parada.
Suspirei fundo.
- Renie ela vai sair! Ele vai ficar com alguém! Ele vai se deitar com alguém!
Renata se aproximou mais e segurou minhas mãos, baixando meus braços. Foi somente quando Renata me tocou que eu percebi o quanto de força estava fazendo - meus braços estavam rígidos e doloridos.
- Se acalme - Renata me disse - ele só vai se alimentar.
Meus olhos encontraram os dela.
- Não é verdade, Renie. Você sabe. Você o conhece.
- Se não se acalmar, mestre Aro vai querer saber o que houve - ela arqueou as sobrancelhas, deixando claro o que Aro não poderia descobrir - seja mais cuidadosa.
Eu suspirei bem fundo, organizando os pensamentos.
- Acho que preciso me alimentar também!
Renata revirou os olhos.
- Você se alimenta de animais.
Comecei a tirar minha roupa e liguei o chuveiro – nada me impediria.
- Eu posso abrir uma exceção.
- Você nem sabe onde eles estão.
Eu sorri.
- Não, mas você sabe!
Renata se colocou entre mim e a porta de vidro do box, impedindo minha entrada.
- Ah não Satine! Você está brincando, não é? Não espera mesmo que eu faça isso!
Ela olhava com cara de "cachorro pidão" para mim. Eu continuei sorrindo, enquanto abria espaço para entrar debaixo do chuveiro.
- Demetri vai me matar! - ela resmungou soltando as mãos ao lado do corpo.
- Não, ele não vai.
Enquanto eu me banhava, Renata se sentou no puf, dentro do meu closet.
- Satine, seja razoável. Que diferença faz onde ele foi hoje, amanhã vocês vão viajar juntos, e - ela fez uma pausa longa, antes de continuar - Deus sabe o que vai acontecer quando estiverem sozinhos e longe daqui.
- Não importa! - eu esbravejei - não vou permitir que ele fique dando suas "escapadinhas".
Renata riu.
- E olha que você nem é nada dele, ainda.
- Esse é o ponto Renie, "ainda!". Só estou cuidando do que me pertence.
- Mestre Caius não vai gostar de vê-la saindo sozinha, á noite.
Joguei a toalha molhada no cesto e vesti uma calcinha de renda preta.
- Caius não manda na minha vida, ponto. Aliás, ele deveria cuidar mais da própria companheira e parar de me encher com bobagens. E por último, mas não menos importante, eu sou uma vampira, tecnicamente, por tanto, sair durante a noite é perfeitamente razoável.
- Meste Aro não vai gostar também.
Abri a porta dos vestidos e comecei procurar por um.
- Acho que posso lidar com ele.
Renata fungou.
- Existe algo que possa fazê-la mudar de idéia?
Eu sorri, com o vestido azul marinho nas mãos.
- Não.
Renata resmungou e praguejou um pouco antes de se levantar. Ela me conhecia o suficiente para saber que eu daria um jeito de ir com, ou sem, ela.
- Te espero no carro, Renie querida.
Ela saiu, batendo a porta atrás de si.
Agora que a água quente tinha ajudado a relaxar os últimos músculos tensos e que eu conseguia me controlar um pouco melhor, me vesti.
Eu havia escolhido um vestido azul marinho, com decote profundo nas costas, de cetim. Eu gostava do efeito que o brilho escuro do tecido tinha sobre a minha pele. Ele era curto e valorizava bem minhas pernas. Quando terminei de vesti-lo, olhei no espelho - Demetri certamente apreciaria!
Coloquei sandálias de saltos alto e fino, bem delicadas. Presas ao meu tornozelo. Brincos de diamantes que Aro havia me dado no natal e um pequeno pendente no pescoço. Ajeitei meu cabelo preso, mostrando bem as linhas do meu pescoço - afinal, eu queria seduzir um vampiro, certo? Passei algumas camadas de rímel preto, e sombra grafite, deixando meus olhos mais sensuais. Na boca um gloss delicado e uma pequena gotinha de "Pure Poison".
Ao sair do quarto, encontrei Aro no corredor.
- Papa! - eu o cumprimentei.
- Píu Bella Bambina! Onde vai tão linda?
Eu segurei em seu braço, e descemos juntos.
- Sabe, papa, acho que preciso caçar um pouco.
Ele olhou de cima em baixo para mim.
- Pelo que percebo, você não está pensando em caçar animais - ele afirmou.
- Depende do ponto de vista - eu o provoquei.
Aro sorriu.
- Divirta-se amor, a propósito - ele parou a frase no meio, assim que Renata apareceu - leve Renata com você. Infelizmente Demetri não está.
Eu sorri.
- Não se preocupe, papa. Renie e eu vamos ter uma noite de meninas.
- Perfeito.
- Posso usar o carro?
- Claro que sim, querida, use qual quiser.
Olhei para Renata que revirava os olhos para mim. Dei um beijo em Aro e saí.
- Você deveria ser condenada a prisão perpétua!
- Credo! Por quê?
- Dissimulada!
Eu sorri, destravando o alarme do Mercedes.
- Eu não menti para ele. Vou mesmo caçar - eu sorri maliciosamente - só não disse que iria me alimentar da caça.
Renata sorriu.
- Vamos!
Assim que o carro parou, eu sabia que Demetri estava lá. Meu faro privilegiado anunciava o cheiro dele. Ás vezes eu me sentia como um cão farejador! Nem mesmo Demetri, sendo um rastreador, tinha sentidos tão fortes.
- Vamos entrar e ver se eles estão lá.
- Estão – eu afirmei.
- Hey, como sabe?
- Confie em mim, eu sei.
Entramos no bar. O lugar estava lotado. Renata não parecia muito á vontade, especialmente quando eu me sentei sobre o balcão e deixei que um garoto puxasse papo comigo.
- Não o provoque, Satine. Você sabe que ele está olhando - Renata grunhiu em meu ouvido.
- Renie, querida, aproveite a noite!
Alguns minutos depois, eu senti a aproximação de alguém. Alguém não-vivo, quero dizer. Era ele. Meu general.
Continuei conversando com o tal garoto, de quem eu nem me lembrava o nome, enquanto fingia que não o via se aproximar. Demetri encostou bem ao meu lado e meu coração acelerou, mesmo assim continuei de costas para ele. Ele procurou minha mão e a segurou.
- Vamos sair daqui.
Eu me virei delicadamente. Como se fosse absolutamente normal encontrá-lo naquele bar.
- Eu acabei de chegar, Demetri, ainda estou tomando meu drinque - eu levantei o copo pela metade, para enfatizar.
Demetri suspirou fundo e apertou mais os dentes.
- Não estou brincando Satine.
- Nem eu - eu o encarei.
- Isso não é lugar para você -
Ele ainda segurava minha mão quando falou.
- Está enganado novamente, general, eu estou aqui, não estou? Sou responsável por mim mesma e vou ficar o tempo que quiser!
Soltei as palavras bem devagar e em seguida, liberei minha mão do seu toque. Demetri apertava tanto as mãos em punho que não sei como não quebrou nada. Eu apenas sorri para o garoto e me dirigi para o meio do bar, onde algumas pessoas dançavam.
Okay! Sei que fazer esse tipo de ceninha é bem infantil, mas tecnicamente, eu tenho dezesseis anos, portanto, eu posso.
Comecei a dançar, tentando me enturmar. Renata tentou me tirar dali mais algumas vezes e eu recusei todas elas. Se ele achava que poderia continuar agindo da mesma maneira de antes, teria que se acostumar com o fato de que eu faria a mesma coisa.
Félix se aproximou e começou a dançar perto de onde eu estava, protegendo meu corpo de um garoto que tentava se encostar em mim de qualquer jeito.
- Não devia fazer isso docinho, está deixando ele com raiva.
Eu sorri, virando de costas para Félix e me encostando nele para dançar. Ele segurou em minha cintura, arqueando um pouco o corpo - porque vamos combinar, o homem tem quase dois metros!
- Não estou provocando ele, Félix, só estou me divertindo.
- Docinho, não finja para mim. Eu te conheço. E não dance assim tão perto, ou eu esqueço que ele morre de ciúmes e tiro uma casquinha.
Eu me encostei mais, segurando as mãos dele em minha cintura.
- Docinho, você brinca com fogo! - Félix chegou a boca bem perto da minha orelha e sussurrou - eu não tenho nenhum problema com o fato de você ser filha de Aro.
Eu sorri. Félix beijou meu rosto e me soltou, levando-me para longe das pessoas.
- Você não tem jeito! - eu falei.
- Nem você! - ele brincou.
Caminhei suavemente até onde Demetri estava e me debrucei no balcão, bem ao lado dele.
- Mais uma vodka, por favor.
O barman parecia hipnotizado pelo meu decote. Demetri passou a mão em volta da minha cintura.
- Não acha que bebeu demais?
- Vamos começar com isso novamente? Acho que você se lembra onde terminou.
- Eu me lembro! - Renata soltou, fazendo piada com a situação.
Peguei minha vodka e continue dançando. De onde eu estava podia sentir os olhos de Demetri em mim.
O clima de tensão estava pesado. Bebi várias doses de vodka e algumas de whisky - se eu iria fazer mesmo o que estava em minha cabeça, teria que ser sob efeito de álcool, sem dúvida.
Quando tomei coragem, subi na mesa de bilhar e comecei a dançar, bem sensual. Eu geralmente, não gostava muito de me exibir, mas dada a situação, eu precisava. Não dancei nem mesmo uma música inteira, Demetri estava lá. Eu nem percebi sua aproximação, provavelmente, ninguém percebeu.
Ele me puxou e colocou por cima do ombro, em seu colo, por mais que eu batesse os braços em suas costas, ele não me soltaria.
Passamos por Félix e Renata, e Demetri nem sequer diminuiu o passo, rápido, tanto quanto um humano poderia ser. Para os dois, que estavam com cara de idiotas olhando a cena, Demetri apenas grunhiu um "eu cuido dela".
Segundos depois, eu estava no banco de couro do Mercedes.
- Para onde vai me levar? - eu grunhi com os braços cruzados sobre o peito.
- Para casa, onde é o seu lugar!
- Eu não quero voltar!
- Não estou perguntando nada - ele engatou a marcha e arrancou, com os olhos grudados na estrada.
Eu continuei em silêncio, Demetri também. Para ser sincera, não havia visto ele tão fora de si. Nem mesmo lutando.
Demetri estacionou o carro perto do subterrâneo e me conduziu por dentro do prédio onde funcionava a empresa fictícia dos Volturi. Não sei por que ele fez isso, mas eu não queria discutir.
Andamos pelo corredor, descemos as escadas e chegamos aos fundos do castelo. Demetri segurou meu pulso com força, impedindo que eu desacelerasse o passo.
- Vamos - ele grunhiu quando eu tentei parar.
Ele só afroxou o aperto, quando estávamos no meu quarto. Demetri fechou a porta com chave e me arrastou até o banheiro. Eu estava completamente zonza e agradeci por ser conduzida - andar já não era tão fácil.
Ele ligou o chuveiro.
- Eu não quero tomar banho - eu reclamei.
- Você precisa.
As palavras eram como grunhidos saindo bem do fundo da garganta dele. Demetri não olhava em meus olhos.
Ele desamarrou minhas sandálias e me deixou descalça. Soltei o grampo do meu cabelo e deixei que as ondas caíssem em volta do meu pescoço. Quando o vento passou, Demetri fechou os olhos e aspirou o ar. Eu sabia exatamente o quanto meu cheiro mexia com ele, especialmente depois de provar meu sangue.
Ele engoliu em seco. Some o desejo carnal ao cheiro de sangue fresco e você tem um vampiro completamente fora de controle. Pelo menos, era o que eu esperava.
- Porque você faz isso, baby? Por quê? Você quer me enlouquecer?
- Você foi procurar outra mulher! - eu choraminguei.
Demetri deslizou as mãos pelos cabelos, respirando fundo.
- Eu estou com sede, Satine, preciso me alimentar.
- Não é verdade!
Ele prensou meu corpo no lavatório, colocando os braços um de cada lado do meu corpo.
- Eu não quero nenhuma outra.
Demetri prensou o corpo contra o meu, e cheirou meu pescoço.
- Você sabe disso - ele completou.
Eu estava sem reação.
- Eu não quero tomar banho! Eu estou bêbada, vou acabar caindo - eu reclamei.
Demetri colocou os dedos sobre o zíper e o deslizou com cuidado, olhando diretamente em meus olhos.
- Eu seguro você.
Okay, agora eu estava nervosa. Nua, nua de verdade, na frente dele. Hey, eu não costumo ficar nua perto das pessoas!
Suas mãos tracejaram a linha da minha coluna, cuidadosamente.
- Tira para mim, baby - ele sussurrou, enquanto suas mãos soltavam as alças do vestido - eu quero te ver. Quero ver o seu corpo nu, quero saber como você é.
O vestido caiu no piso, me deixando apenas de calcinha.
Os olhos de Demetri se perderam em meu corpo. Seus olhos famintos queimando a minha pele.
- Está com sede? - eu provoquei.
Demetri engoliu em seco, sem desviar o olhar.
- Muita sede.
- Então sirva-se.
Antes que terminasse de dizer a frase, os braços dele me envolveram. Eu podia sentir a pele fria por baixo do tecido da camiseta.
- Não brinque comigo, Satine. Eu já lhe disse.
Eu arqueei meu pescoço um pouco, tirando o cabelo de lado.
- Beba.
Demetri aspirou o ar ao redor da minha pele.
- Sabe que eu não posso fazer isso. Não quero correr o risco de te machucar.
- Você não vai me machucar.
- Não sabemos que efeito o veneno tem em você.
- Então não me morda.
Quando seus olhos encontraram os meus, eu sorri maliciosamente.
- Sei que pode pensar em uma maneira, general. Beba. Eu quero que beba de mim.
Demetri me puxou para si, tirando meu calo de lado e começou a beijar meu pescoço, suavemente. Quando senti a ponta fina dos seus dentes na minha pele, eu ofeguei.
- Isso.
Ele não me mordeu. Não poderia. Mas encontrou um jeito. As pontas finas dos seus dentes desenharam um caminho vermelho em minha pele, de onde uma pequena gota escarlate começou a descer. Meu coração estava acelerado, forte, descompassado.
Demetri debruçou sobre mim e passeou com a língua na fina linha de sangue escarlate, sugando suavemente, enquanto gemia baixinho, arrepiando a minha pele.
Eu não conseguia fazer mais do que gemer também. Pequenos grunhidos que surgiam em minha garganta. A sensação era engraçada, boa, mas engraçada. Eu sentia como se a língua dele pinicasse de leve, queimando um pouquinho. Agora, o resto do meu corpo, estava ótimo. Demetri me segurava forte contra ele, puxando minha cintura na sua, como se quisesse fundir nós dois.
Alguns minutos depois, ele me soltou. Seus olhos brilhantes de sangue novo. Ele estava em êxtase, me olhando quase sem ver, como se não pudesse dominar seus instintos.
Seus lábios foram para os meus, famintos e urgentes. Eu podia sentir o gosto do meu próprio sangue na boca dele, quente e forte. Sua língua sugando a minha, suas mãos percorrendo meu corpo, sentindo cada parte. Demetri sorriu com o canto da boca. Ele segurou minha mão e me puxou em direção ao box.
- Vou cuidar de você agora.
- Mas eu ainda estou vestida.
Demetri baixou os olhos para a calcinha de renda.
- Podemos dar um jeito nisso também.
Ele desligou o interruptor, deixando o banheiro escuro. Em seguida beijou meu pescoço e desceu beijando meus seios e minha barriga, parando com os dentes na renda. Eu gemi fundo, me afastando um pouco. Ele sorriu novamente e segurou meu quadril com as mãos, enquanto deslizava a calcinha por minhas coxas com os dentes.
Eu podia sentir um princípio de tremor nascendo bem no fundo do meu estômago, mas certamente não era como os outros.
Ele me deitou na banheira cheia de água e tirou a camisa. Sentou-se na beirada e passou sabonete nas mãos, deslizando em minha pele, no pescoço e braços e tronco. Acariciando minha pele, enquanto eu me contorcia de prazer. Quando chegou à baixo da minha barriga, eu abri os olhos. Ele me olhou e sorriu.
- Você nunca fez isso, não é?
Eu fiz que não com a cabeça.
Suas mãos desceram um pouco mais e eu gemi.
- E você quer? - ele sussurrava em meu ouvido - você quer fazer comigo? Quer baby? Quer fazer amor comigo?
- Sim – eu suspirei.
Sua boca baixou ao nível da água. Demetri segurou meu quadril, erguendo um pouco e então eu não resisti. Os sons saiam da minha boca como se não fossem meus. Gemidos abafados e entrecortados, enquanto meu corpo sentia prazer. Quando Demetri me soltou, eu deslizei para dentro da banheira. Meu corpo de repente parecia pesado demais para que eu mesma o sustentasse.
- Eu te amo Satine, te amo. Eu te quero.
Quando eu já estava preparada para dizer que eu também queria, ele continuou.
- Não agora, baby, não assim. Eu te quero quando puder dizer a todos que você é minha. Não quero ter você escondido.
Eu continuei olhando para ele, meio atordoada com o que tinha acabado de acontecer.
Demetri beijou meus lábios suavemente, e depois minha testa. Me ajudou a sair da banheira e a me secar. E vesti um roupão e ele me deitou na cama.
Meu quarto todo parecia girar, como se estivéssemos dentro de uma montanha russa. Minhas pernas tremiam e estavam completamente moles, como se não fossem minhas. Eu não conseguia definir o que era efeito do álcool e o que era efeito Demetri.
Ele alisou meu cabelo e colocou atrás da minha orelha.
- Você entende? Entende o que eu te disse agora á pouco?
Eu não sabia nem qual era o meu nome, mas não diria isso a ele, claro. Então, eu me limitei a olhá-lo, em silêncio.
- Vai ser paciente?
Paciente? Eu? Difícil! Mas eu também não diria isto á ele, claro. Continuei em silêncio.
Demetri beijou minha testa de novo e saiu. E eu apaguei.
Quando acordei na manhã seguinte, minha cabeça doía como o inferno e minha boca parecia que tinha secado. Meus olhos doíam e meu corpo inteiro também. Joguei uma água no rosto, bem no momento em que bateram na porta do meu quarto.
- Papa!
Por um momento eu agradeci por Aro não conseguir ler minha mente, ele teria coisas pesadas demais para ler nesta manhã.
- Vim me despedir, bambina.
Despedir? Claro! Por um momento eu quase havia me esquecido da viagem. Engoli em seco - pensar em tudo que tinha acontecido com Demetri ontem durante a bebedeira me deixava envergonhada, agora que eu estava sóbria.
Alisei meu cabelo com a escova e me sentei no chão, entre as pernas de Aro. Eu recostei minha cabeça em sua perna, enquanto ele escorregava os dedos em meus cabelos.
- Espero que não se esqueça da sua família aqui, quando encontrar sua família de verdade.
- Não vou esquecer, papa. Nunca.
- Tenho medo de perdê-la, querida.
Eu levantei meus olhos e segurei a mão de Aro em meu rosto. Aro era meu pai, o único que eu havia conhecido, eu não o abandonaria, jamais.
- Não precisa temer, papa, eu não vou deixá-los - eu suspirei fundo - só preciso entender quem sou.
- Eu sei, minha bambina, eu sei.
- Eu te amo. Sempre vou amar. Você é minha família, todos vocês.
Aro suspirou fundo, deixando os olhos se perderem pela janela.
- Cuide-se.
- Eu vou me cuidar.
- E obedeça Demetri.
Eu sorri - será que ele realmente não imaginava?
- Papa, eu não sou mais uma garotinha!
Aro sorriu para mim.
- Sempre será, bambina. Para mim, você sempre será.
Aro se despediu e desceu, eu me arrumei e joguei algumas roupas dentro da mochila.
Joguei a mochila nos ombros e amarrei os laços dos meus "all star" prendi o cabelo em um rabo de cavalo e coloquei meus óculos escuros - meus olhos estavam absurdamente vermelhos, sem contar as olheiras. E principalmente a vergonha.
Desci as escadas e me despedi de todos. Renata não me perguntou nada, mas seu olhar me dizia que ela tinha uma ótima idéia do que tinha se passado. Demetri não estava na sala.
Quando saí para o jardim, lá estava ele, encostado em um maserati branco. Eu engoli em seco, de repente não pareceu uma boa idéia tudo que eu tinha feito para seduzi-lo noite passada. Passei a mãos em meu pescoço, onde o arranhão ainda nos condenava - por sorte ninguém tinha percebido. Respirei fundo e ergui a cabeça - se eu teria mesmo que encarar, melhor começar logo.
Ele abriu a porta para mim com um sorriso sem graça no rosto.
- Sem comentários Demetri, por favor. Vamos só fingir que nada aconteceu.
- Como queira, minha senhora.
Ele girou a chave e o motor rugiu. Demetri engatou a marcha e nós deixamos Volterra para trás.


Autora: Bia

1 comentários:

sandry costa disse...

perfeito, perfeito
amei Bia
cada cap esta melhor q o outro
parabens
beijos

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