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Capítulo 9 - Festa de São Marcos



Quando minha menina adormeceu em meus braços naquela noite, eu senti novamente como se nada no mundo pudesse me atingir. Tê-la tão perto me dava sensação de que tudo ficaria bem, sempre.
Eu a aconcheguei o máximo que pude em meu corpo. Era tão estranho sentir aquele corpo junto ao meu. Eu sentia tantas coisas estranhas. Por mais que eu quisesse apenas me lembrar que quem eu carregava era a minha garotinha, aquele belo corpo de mulher não permitia. As coisas haviam mudado. Tudo era tão novo que eu me perguntava se poderia lidar com isso.
Satine ressonava confortavelmente em meus braços. Sua respiração quente passando em minha pele atrás do tecido fino da camisa. Seu rosto estava completamente afundado em meu peito. Tanto, que eu podia sentir o toque suave de seus lábios em meu peito.
Por um minuto eu não pensei. Por apenas um minuto, eu deixei apenas que meus instintos me governassem. Minhas mãos escorregaram pelas ondas cor de chocolate de seus cabelos, sedosos e brilhantes em meus dedos. Eu toquei a pele nua de seu ombro – era tão curioso que ela não se queixasse do meu toque frio.
Continuei minha exploração. Descendo os dedos em seu braço, sua cintura, seu quadril. Fechei meus olhos e senti o toque morno e suave de sua pele através do cetim da camisola. Santo Deus, como eu queria tocá-la! Satine gemeu. Eu parei. Ela abriu um pouco os lábios, tocando-os com a ponta da língua. E outro gemido, suave e intenso ao mesmo tempo.
- Demetri.
Meu nome saiu entre sussurros e gemidos, como se mesmo dormindo, ela reconhecesse o meu toque.
Eu podia sentir, mesmo que quisesse negar, mesmo que quisesse esconder. Eu podia sentir o desejo se acendendo dentro de mim. Era tão intenso, tão forte a avassalador que eu quase não podia me conter. O cheiro picante de especiarias e frutas. Pequenas amoras silvestres, vermelhas e suculentas, canela e pimenta e chuva. Esse cheiro absolutamente perturbador que eu sentia emanar dela através da pulsação. O cheiro do sangue dela. O mais precioso e delicioso de todos os aromas que eu já havia sentido. Eu me deixei perder nesse cheiro. Sentindo, sentindo. Minha mão percorrendo a extensão de sua coxa, grossa e firme, e quente. A sensação de sua pele na minha era tão intensa. Ah Deus! Eu não tinha idéia do que estava fazendo, me permitindo sentir aquilo por ela. Era tão absurdo.
Eu beijei sua testa e respirei fundo. Satine não poderia ser minha nunca! Não importava o quanto eu a amasse ou o quanto eu a desejasse e ainda que o fato de tudo isto ter acontecido tão de repente não fizesse diferença, ainda havia a minha promessa. Eu havia prometido ao meu mestre que a protegeria, sempre. Aro jamais permitiria que eu a tomasse para mim. Não importa o que eu sinta por ela, eu sou apenas uma peça de seu exercito. Ela sempre será a minha senhora e eu não posso mudar isso. Não pude quando ela era um bebê, não poderei agora que é uma mulher.
O pensamento de que algum dia outro homem a tocaria daquele jeito. Que algum dia outro homem a beijaria e que ela estaria sussurrando o nome de outro cerrou minhas mãos em punho. Eu preferia morrer a ver uma cena daquelas. A sensação de posse que existia em mim, em relação á ela, era grande demais. Eu engoli em seco. Ela era minha, sempre, minha!
Satine ressonou alto e sorriu. Um sorriso suave, com o canto dos lábios, a fazia parecer um anjo. Eu sorri junto, afagando novamente seus cabelos com a mão livre. Ela parecia tão doce e inocente ali, em meus braços. Pelo menos por enquanto, eu não precisaria encher minha cabeça com bobagens.
Eu esperei até o dia começasse a clarear, ainda sentindo-a junto ao meu corpo. Quando o céu começou a ser tingido de carmesim, eu me levantei, segurando-a em meus braços. Satine não acordou.
Eu caminhei pelos corredores escuros do castelo, tomando o cuidado de não ser visto – se tem uma coisa que eu rastreador sabe, é sem dúvida, não se deixar rastrear!
Abri a porta do quarto e a coloquei com cuidado na cama. Ela se ajeitou um pouco, antes de se aprofundar no sono novamente. Parei na porta do quarto e fiquei observando a cena. Era tão bom vê-la ali, em sua cama, sob minha proteção.
Eu estava completamente perdido em meus pensamentos, quando senti uma mão pesada em meu ombro. Meu coração gelou – se é que era possível.
- Nossa menina tornou-se uma linda mulher, não é general?
Quando a voz entrou em meus ouvidos, eu relaxei um pouco.
- Sim, mestre Marcus.
Por mais que Marcus também fosse um dos Volturi, eu me sentia mais à vontade com ele. Eu gostava do amor e carinho que ele demonstrava por Satine e gostava do quanto ele a respeitava. Respeitava seus desejos e seus direitos.
Marcus Continuou com a mão em meu ombro, parado ao meu lado, observando Satine dormir.
- Você a ama general. E ela também o ama.
Não foi uma pergunta. Marcus podia sentir a veracidade e a intensidade dos sentimentos à sua volta, e com um dom destes, era impossível esconder algumas coisas dele.
Eu baixei minha cabeça, envergonhado, eu não podia ignorar o fato de que certos sentimentos ainda estavam aflorados demais em minha mente. Marcus sorriu, dando tapinhas em meu ombro.
- Não se preocupe general, não se preocupe.
- Mestre, eu juro que a respeito. Eu só... É que...
Eu não sabia o que dizer. Não tinha a mínima idéia de como explicar para ele o quanto eu a desejava, o que me consolava é que provavelmente Marcus também podia sentir o quanto eu tentava negar meus sentimentos. De repente, seu rosto ficou mais pesado, mais sofrido. Marcus baixou um pouco a cabeça e sorriu sem humor algum.
- Eu costumava me sentir assim.
Eu sabia exatamente a que o mestre se referia, embora nunca tivesse perguntado nada á ele sobre o assunto.
Marcus era viúvo. Sua companheira havia sido assassinada. Segundo mestre Aro, havia sido a ultima opção, mas eu nunca soube a versão de Marcus. Ele virou-se parando em minha frente. A dor visível em seus olhos era desconfortável. Para um homem como eu, ver alguém honrável como Marcus daquele jeito não era nem um pouco agradável. Eu não sabia o que fazer, por isso continuei em silêncio, observando Satine.
- Prometa-me uma coisa, Demetri.
Minha resposta foi imediata.
- Sim mestre.
- Não Demetri. Não estou exigindo um juramento de meu general – ele parou, olhou para Satine, e então continuou – Você sabe o quanto eu a amo. Sabe que eu a considero minha filha, embora saiba exatamente filha de quem ela é. O que eu estou pedindo, meu amigo Demetri, é uma promessa de amor. O amor que sinto em você, e que vejo nos olhos dela. Quero que me prometa que não permitirá que eles tirem isso dela.
Mais uma vez, eu sabia exatamente o que Marcus queria dizer com “eles”, por isso, não perguntei nada.
- Eu prometo mestre Marcus – e completei – eu morreria por ela.
- Faça melhor, general. Viva por ela. Agora vamos, logo todos estarão acordados e não será muito fácil explicar por que estamos aqui parados.
Naquele dia, em Volterra, tínhamos uma festa muito importante. Na verdade era importante para os humanos, mas mesmo assim, era um dia de festa. Comemorávamos o dia de São Marcos, e era neste dia que podíamos andar mais tranqüilos entre a multidão humana. As pessoas vestiam-se com seus mantos vermelhos e máscaras de vampiros. Era divertido.
Já passava do meio dia, quando Satine desceu as escadas com cara de sono. Ela esfregou os olhos e bocejou, ainda de camisola, embora coberta por um manto grosso de seda rósea. Satine caminhou descalça pelo chão de mármore até Aro, beijando-lhe a mão.
- Bom dia papa! E bom dia á todos!
Aro lhe beijou a testa, ajeitando uma mecha de seu cabelo. Caius levantou-se e andou até ela.
- Creio que boa tarde seja mais apropriado, doce Satine! - Ele a provocou.
Satine sorriu.
- Sim, eu dormi muito bem. Obrigado por perguntar, Caius.
Eu odiava vê-lo perto dela. Eu sentia como se meu sangue todo fervilhasse de ódio. Caius a segurou pelo braço e a conduziu até a sala de jantar.
- Embora eu ache um desperdício, minha bela princesa, mandei preparar uma refeição decente com todas aquelas bobagens humanas que você tanto aprecia. Venha, vou acompanhá-la em seu desjejum.
Não havia nada que eu pudesse fazer ou dizer, Caius tinha todo o direito de tentar agradá-la. Para ser sincero eu tentava ver as coisas de outro jeito. Eu tentava entender que era bom que ele a quisesse tanto. Ele era sem duvida, o homem certo para ela. Ele a trataria sempre como uma princesa. Embora Caius nunca tenha escondido seu desejo em seu unir a ela, algo em meu coração não podia concordar. Ele nunca a amaria como eu.
Félix se aproximou com sua displicência comum, empurrando-me para fora do salão principal.
- Companheiro, vamos andando, antes que você arranque a cabeça dele com os dentes!
Eu movi minhas pernas para fora, embora meus olhos continuassem seguindo Satine através da porta da sala de jantar. Quando estávamos no jardim, eu sorri.
- Eu não faria isso!
- Faria sim!
Eu pensei por alguns segundos, então eu ri mais alto.
- Ok, Eu faria! Mas não na frente de todos.
- Sabe que seria uma cena interessante.
- É mesmo?
- Vê-lo voar na garganta de Caius seria muito interessante! E não pense que eu o ajudaria. Na verdade, acho que eu ajudaria você a terminar o serviço.
Minha conversa com Félix seguiu confortável e espontânea. Eu e ele geralmente tínhamos opiniões parecidas á cerca dos assuntos. Com exceção de Marcus e seu dom, Félix e Filomena eram as únicas pessoas das quais eu não podia esconder meus sentimentos. Nós estávamos parados próximos ao jardim da frente, quando Satine correu até nós.
- Hey docinho, como foi o café? Tenho certeza de que tinha muito mais do que pãezinhos de milho!
Ela sorriu, olhando-o nos olhos. Suas mãos seguraram o rosto de Félix e ela depositou um beijou em sua bochecha, sussurrando para ele.
- Sim, tinha muitas coisas mais. Infelizmente, faltou o principal.
- É mesmo, o quê?
- Você! – ela revirou os olhos ainda sorrindo – Eu prefiro milhares de vezes a sua companhia.
Félix sorriu e a abraçou. Ela retribuiu.
Quando ele a soltou, Satine colocou as mãos na cintura e olhou para mim, fingindo estar ofendida.
- Bem, general, eu vim buscar meu beijo de bom dia, porque até onde eu sei, os bons modos estão desaparecendo deste castelo. Onde já se viu uma lady como eu ter que vir pedir um beijo?
- Eu sorri, enquanto ela caminhava despreocupadamente até mim. Eu me curvei e segurei sua mão, beijando-a de leve.
- Desejo que tenha um ótimo dia, mademoiselle Satine.
Ela revirou os olhos novamente, ainda coma mão na minha.
- Chama isso de beijo de bom dia? Com um “bom dia” destes é bem capaz de eu tropeçar e cair de cara no chão, antes das três da tarde!
Félix soltou uma gargalhada. Eu a encarei.
- Ok, baby. Como quer o seu “Bom Dia”, então?
Ela entrelaçou os dedos nos meus, olhando fixamente em meus olhos. Aproximou-se mais, ficando na ponta dos pés e colocou sua boca na minha, suavemente. Eu não me mexi. Eu não podia. Se eu me atrevesse a qualquer movimento, por menor que fosse, eu perderia o pouco de controle que ainda tinha. Se eu movesse um pouco meus lábios, se eu sentisse o mínimo do gosto dela em minha boca, eu não poderia parar. Eu a tomaria em meus braços ali mesmo, e mataria todo o meu desejo. Satine abriu os lábios, tocando-os nos meus, explorando. Era como se ela não soubesse exatamente o que fazer. Ah Deus, como eu queria mostrar a ela. Como eu queria ensiná-la a me beijar. Então ela sorriu, ainda com os lábios nos meus. E suas palavras entraram em minha garganta, levando com elas aquele cheiro deliciosamente perturbador.
- Isto. É o que eu chamo de um beijo de bom dia.
Eu não precisei responder nada, Félix nos interrompeu.
- Isto sem duvida nenhuma é o que eu chamo de beijo de bom dia. Aliás, eu também gostaria de ter um bom dia hoje, o que acha docinho?
Ela me abraçou, descansando a cabeça em meu peito. Virou-se para Félix e sorriu.
- Engraçadinho!
Naquela tarde, depois de me vestir para a festa, eu esperei no salão que os outros se aprontassem. Renata desceu em seguida, com o manto vermelho cobrindo quase todo o vestido preto. Ela parou ao meu lado.
- Então, amigo, mais tolerante com as mudanças?
- Sabe que tolerância não é uma das minhas virtudes, não é querida Renata? Mas sim, estou tentando.
Renata olhou diretamente em meus olhos.
- Demetri, esta é uma batalha perdida. Nós dois sabemos exatamente onde tudo isto vai terminar.
Eu não respondi nada por duas razões. Primeiro, porque eu realmente não sabia o que dizer. Segundo, porque Aro começou a descer as escadas de braços dados com Satine, e aquela visão, tirou absolutamente qualquer outra coisa da minha mente. Eu me perguntei se algum dia eu deixaria de me surpreender com sua beleza? E eu mesmo respondi? Não! Eu jamais deixaria de me surpreender com ela.
Satine estava usando um vestido sem alças de um vermelho profundo, como sangue. Sua pele branca reluzia cremosa com as luzes da tarde. O decote pronunciado do vestido fazia ainda mais belo o desenho de seu colo. A cintura fina, ainda mais marcada pelo desenho da roupa, que terminava em uma saia levemente ampla, formada por vários tecidos transparentes. Eu queria tocá-la. Eu precisava tocar. Eu precisava sentir a textura daquele tecido fino e delicado, que revelava cuidadosamente o quanto o corpo dela era perfeito. Eu precisava sentir mais de perto aquele perfume exótico e sensual da pele dela. Eu queria, mas eu não podia. E não podia pela mesma razão que eu não pude me mexer quando ela me beijou – eu não poderia parar a reação em cadeia que seria iniciada.
Aro a conduziu até próximo á nós. Uma criada trouxe uma caixinha de veludo preta e a colocou na mão do mestre.
- Satine, bambina mia, esta é a primeira de muitas vezes em que eu a levarei comigo, como minha acompanhante. É um prazer para mim, ser acompanhado por uma mulher tão bela. Quero que aceite o presente.
Aro entregou a caixinha aberta, nas mãos de Satine. Dentro, havia um cordão delicado de ouro e um medalhão, incrustado com rubis, de onde era possível ver o brasão do Volturi. Todos eles usavam alguma jóia com o medalhão da família, sempre. Satine sorriu, pegando a jóia nas mãos. Ela virou-se de costas para o mestre, segurando o cabelo com as mãos. Seus dedos escorregaram delicadamente pela pele do pescoço à mostra. Um gesto simples e normal, mas algo se acendeu dentro de mim. Eu podia sentir em minha boca a pulsação do sangue dela, ali, naquele pescoço nu, oferecendo-se.
O mestre colocou o cordão em volta do pescoço dela e o pingente caiu entre seus seios, através do decote. Eu respirei fundo. De repente, eu não tinha mais controle sobre mim.
Eu agradeci a Deus, quando a criada trouxe o manto negro e cobriu o corpo de Satine. Eu me sentia um imbecil completo. Renata passou por mim sorrindo. Eu queria ter dito a ela que ela era uma boba, mas eu sabia que na verdade, o bobo era eu.
Seguimos para a festa, Renata e eu, atrás dos nossos mestres. A cidade estava toda enfeitada, embora a tarde já estivesse no fim. Eu encostei-me em um canto e fiquei apreciando Satine se divertir. Ela ficou o tempo todo de braços dados com Aro, comportando-se como uma verdadeira Volturi. Olhá-la ao lado dele, daquela maneira, tornava obvio meu maior medo – ela havia nascido para aquela vida. Aro tinha muitos afetos e muitos desafetos, mas ninguém, nunca, o desafiava. Todos, sem exceção respeitavam os Volturi.
Quando o sol começou a se pôr, Aro veio até mim, deixando Satine e Renata juntas no meio da multidão. O mestre parou ao meu lado, colocando sua mão em meu ombro.
- Vê, Demetri, como ela ficou maravilhosa.
- Sim mestre, eu vejo.
- Eu gosto muito de vê-la divertir-se. Fico feliz que Satine e Renata sejam amigas depois de tudo. Eu confio muito em Renata.
Eu fiquei olhando as duas na multidão. Elas eram absolutamente lindas, impossível não perder os olhos nelas, de braços dados, abrindo caminho pela multidão de mortais.
- Sim mestre. Renata é uma excelente guerreira, além de uma mulher maravilhosa.
- Vou deixá-la se divertir hoje, Demetri. Renata está sempre ao meu lado, e eu acho que ela merece um dia de folga, longe de um velho como eu.
- Mestre Aro, Renata devotou sua vida ao senhor por escolha, ela ama o que faz.
Aro virou-se de costas e começou a andar em direção ao acesso subterrâneo que levava ao castelo. Eu o acompanhei.
- Mestre, quer que eu o acompanhe?
- De maneira alguma, general. Quero que tome conta de minhas meninas. Não permita que ninguém, humano ou vampiro, aproxime-se delas.
- Não permitirei, mestre.
Aro se foi e eu continuei ali, observando as duas como um verdadeiro voyer.
Uma chuva fina começou a cair e em alguns minutos já era pesada e fria, amenizando um pouco do calor do dia. As pessoas começaram a pisar nas poças d’água e a espalhar respingos por todo o lado. Logo, todos estavam completamente ensopados.
Eu não via mais Renata, não enxergava mais nada, apenas minha vampira. Ela estava lá, balançando o cabelo molhado e sorrindo. O vestido absolutamente colado em seu corpo. Satine balançava a saia, segurando-a nos braços, para que pudesse bater os pés na água. Suas pernas bem torneadas completamente à mostra.
Ela veio correndo até mim, espalhando água por todo o lado e me puxou pela mão. Paramos no meio da praça, tomada pela multidão. Satine sorriu e soltou o botão do meu manto, eu estava completamente ensopado e meu cabelo pingava em meu rosto. Ela passou despreocupadamente a mão por meu cabelo, deixando todo despenteado.
- Um pouco de diversão general. O que acha?
Eu a segurei pelo antebraço, forçando-a a olhar para mim.
- Acho que deveria se comportar como uma menina boazinha – eu a provoquei.
Ela virou-se de costas para mim, debruçando-se em meu corpo; tanto, que sua boca estava a milímetro da minha orelha.
- E quem disse que eu quero ser uma menina boazinha, general?
Eu agarrei em sua cintura, puxando-a até não restar espaço algum entre nós. Meu corpo reagiu instantaneamente, Satine percebeu. Eu esperei que ela recuasse, mas ela não recuou. Suas mãos se entrelaçaram junto com as minhas, enquanto eu deslizava por seu quadril, segurando-a com urgência. Seu coração martelava em meus ouvidos. Acelerado.
- Tem certeza que não quer ser boazinha, baby? Porque eu posso ser muito mal, se eu quiser.
Ela virou-se em um único golpe, ainda colada á mim, ainda sentindo o meu desejo por ela. Satine segurou o meu rosto entre suas mãos, tocando o meu rosto com os lábios, passando por minha boca, meu pescoço, e sussurrando em meu ouvido.
- É mesmo? Então me mostre.
Eu não sei o que ouve comigo naquele momento, mas eu perdi o controle. Passei meus braços em volta de sua cintura e a tirei do chão, arrastando-a em segundos para as sombras de uma viela.
Percorri o caminho de seu pescoço com a minha boca, sentindo o aroma delicioso e proibido de seu sangue. Eu não podia evitar mais, não podia mais controlar, eu a queria. Eu não pensei em nada, nem em ninguém. Tudo que eu via era a mulher mais desejável de todo o mundo, a que eu mais amava, ali ao meu alcance.
Eu podia ouvir os grunhidos de prazer se formando na garganta dela, com o meu toque. Eu sentia seu coração batendo tão rápido, tão urgente, por mim. Eu precisava de mais. Minha mão caminhou de suas costas até o quadril, e mais, mais, até a coxa. Eu passei minha mão por baixo de sua coxa, erguendo sua perna até a minha cintura, por baixo do vestido, eu podia sentir sua pele arrepiada de desejo.
Satine não era mais uma menina, ela era mesmo uma mulher, com corpo de mulher, desejos de mulher. Meus dedos encontraram a renda delicada de sua lingerie. Ela não recuou um só momento, embora seu coração estivesse à beira de um colapso. Suas mãos estavam completamente paradas em meu peito, como se ela não soubesse o que fazer. Nada me dava mais desejo do que imaginar que ela não sabia mesmo. Deus como eu a desejava! Eu puxei, de uma só vez, fazendo em pedaços a pequena peça de renda. Satine ofegou. Eu estava enlouquecendo enquanto minhas mãos apertavam sua carne quente contra mim. Tudo que eu pensava era em ter meu corpo sobre o dela. Sua pele morna e suave debaixo da minha, eu imaginava a sensação de beijá-la, ardentemente, de passar minha língua em sua pele, enquanto fizéssemos amor. Então de repente eu me dei conta. Não! Foi o que saiu da minha boca.
Eu a afastei de mim e saí o mais rápido que pude por entre a multidão. Segurei Renata pelos braços e praticamente a sacudi.
- Você tem que cuidar dela. Leve-a de volta para o castelo, Renata, leve-a agora! Leve-a para longe de mim.
- Hey! Pensei que fosse serviço seu!
- Renata, por favor, só cuide dela. Neste momento, você pode fazer isso muito melhor do que eu.
Acho que meus olhos disseram o que eu não pude dizer. Renata não disse nada mais que um“ok” e saiu para encontrar Satine. Eu sabia que podia contar com ela, sempre. Mesmo porque, eu não estava em condições nenhuma de fazer isso. Na verdade, se o mestre soubesse o que estava em minha mente, ele mesmo me afastaria de Satine, para sempre.
Eu não sabia para onde ir, tudo que eu conseguia pensar em tê-la em meus braços novamente. Eu estava enlouquecendo.
Corri pelos túneis subterrâneos como se um exército inteiro estivesse atrás de mim. Um pouco antes de encontrar a minha câmara, eu esbarrei em Heidi.
- Hey! Está fugindo da inquisição, ou algo assim?
- Algo assim – eu respondi.
- Espere.
Heidi me segurou, e daquele momento em diante, eu sabia perfeitamente que iria fazer besteira, mas eu não queria evitar.
Eu a puxei para mim e a beijei. Minhas mãos rasgaram o vestido dela e eu a encostei contra parede pedra. Minha boca procurava com urgência a dela. Suas mãos se desfizeram dos botões da minha camisa, e ela caiu. Minha língua procurando a pulsação em seu pescoço, minhas mãos em sua pele suave, quente. Quente? Ah não! Eu abri os olhos tentando afastar as memórias, não conseguia. Eu queria estar com ela. Não era justo. Eu não podia. Eu afastei Heidi um pouco e passei a mão pelo cabelo molhado.
- Eu não posso.
Minhas palavras saíram entre um suspiro profundo.
Heidi me puxou para si, beijando meu pescoço, enquanto suas mãos tentavam soltar o botão da minha calça.
- É claro que pode. Nós já fizemos isso tantas vezes. Eu vou lhe lembrar como.
- Não - eu a segurei pelos pulsos – você não entende.
Ela bufou.
- É claro que eu entendo! Eu entendo que aquela pirralha está sempre no meu caminho! E agora que ela acha que já está adulta, tudo ficou ainda pior! Você acha que eu sou idiota, Demetri? Acaso acha que eu sou alguma imbecil?
- Não fale dela assim! As palavras saíram rápido demais da minha boca.
- É mesmo? E como eu devo falar, hein? Ou acha que eu devo contar ao mestre Caius o que a princesinha dele anda fazendo pelos cantos com o general?
A resposta veio ainda mais rápido que a última. Não de mim. A voz de Satine ecoou pelo túnel vazio.
- Você não dirá nada a Caius, porque não existe nada para ser dito. Os fatos respondem por si mesmos, inclusive a cena que estou presenciando agora.
Quando seus olhos encontraram os meus, eu senti vergonha. Eu não sabia o que dizer. Eu não sabia o que fazer. Ela estava certa. Eu era mesmo leviano e superficial e eu não a merecia. Por um momento eu me senti pior que Heidi, mesmo com suas ameaças. Heidi não gostava de Satine abertamente, não era segredo para ninguém. Eu a amava, e tudo que eu fazia era magoá-la, e ela confiava em mim.
Atrás de Satine, os olhos de Renata eram reprovadores. Eu baixei minha cabeça, porque não havia o que dizer. Satine tinha razão, os fatos falavam sozinhos.
- Além disso, Heidi, o general já deixou bem claro o que eu sou para ele. Eu sou sua senhora, apenas. Não é general?
Não era verdade. Eu queria gritar a verdade para ela, embora fosse errado, mas eu fui covarde. Minha boca não se moveu, então, eu balancei a cabeça afirmativamente.
- Não se preocupe, vou parar de incomodá-los. Amanhã, pela manhã, Renata me levará até a estação – e então suas palavras rasgaram meu coração em pedaços – vou voltar para Paris.
Eu estava sem chão, completamente, mas não podia fazer nada. Nada do que eu dissesse agora mudaria o fato de que eu estava seminu com uma mulher nua, em um túnel abandonado. Eu queria dar um tiro em mim mesmo, se isso fosse suficiente para me matar.
Como se eu já não estivesse me sentindo mal o suficiente, Renata passou por mim bem devagar, segurando a mão de Satine.
- Tem razão Demetri, eu posso cuidar dela muito melhor que você!


Autora:Bia Kishi

2 comentários:

sandry costa disse...

aaaaaaaaaaaaa
nossa eu juro q mato a heide
Bia cada capitulo esta melhor que o outro
parabens
mesmo
amei o cap, q odiooo do demetri
ansiosa pelo proximo

sthefanysantos disse...

nossaaaaaaaaaa!!!se desse eu matava a heide,nossa q odio dela,mais o demitri mereceu o q a satine ta fazendo coom ele!!!
por favor posta mais capitulos to muita anciosa!!!!sthefany

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