Eu ás vezes me pergunto como as pessoas podem ainda pensar em fugir ao próprio destino? Se existe uma coisa que eu aprendi nesses séculos de vida, foi exatamente o contrário – os últimos acontecimentos da minha vida estão aí para comprovar.
Eu não sou um homem cético, mas tampouco Posso dizer que tenho uma religião. Essas coisas de igreja e tudo mais, não funcionam para alguém como eu. Ainda assim, eu tenho fé, e acredito no destino. O que eu não imaginava era que o destino pudesse pregar uma peça tão grande assim.
Eu estava no quarto de hotel, folheando a tal lista telefônica, quando a campainha tocou. Aspirei o ar com cuidado.
- Entre.
Kate entrou.
Andou pelo quarto, olhando debochada em minha direção. Eu continuei ali, olhando a lista.
- Você não fica preocupado não? Já pensou se alguém entra e te pega aí, com esse peito brilhante e esses olhos vermelhos?
Fechei a lista produzindo um baque surto que a fez pular.
- Primeiro – eu disse me levantando e ajeitando o cabelo com as mãos – eu tenho certeza de que qualquer uma adoraria me ver sem camisa. Segundo, eu sabia que era você, Katrina, senti o seu cheiro.
- Onde ela está?
- Saiu.
- Ótimo! Preciso mesmo conversar com você.
Eu sorri.
- Eu sempre soube que tinha uma quedinha por mim, Katrina, sempre soube. – eu disse fazendo piada.
- Não seja ridículo general! Eu tenho bom gosto.
- E você saiu do Alaska para vir até aqui só para deixar claro que não se interessa por mim.
- Há, há! Muito engraçado!
- O que quer Katrina?
- É Kate! E Carlisle está de volta.
- Como?
- Carlisle! Carlisle está de volta! Ele voltou para Forks com a família toda.
- Isso vai ser um problema.
- É por isso que eu vim lhe avisar. Não quero que ela se magoe.
Eu sorri.
- Obrigado Kate. Por se preocupar com ela.
Kate fez uma careta e mostrou a língua para mim, mas eu sabia já não me odiava tanto assim. Estendi a mão para ela, ela a segurou por um longo tempo. Era estranho estar com ela. Depois de tanto tempo, olhar e ver a garota que ela era de verdade. Doce e honesta.
No instante seguinte a porta se abriu e Satine entrou. Seus olhos focaram Kate no mesmo instante e nossas mãos dadas, em seguida passaram para mim. Ela esquadrinhou meu peito nu com os olhos e seus lábios se retorceram. Eu não sabia se ficava feliz, ou preocupado. Satine era ciumenta ao extremo e eu já havia visto mostras de como ela poderia ficar se fosse irritada.
Ela caminhou com graça e leveza até Kate e a abraçou levemente, cumprimentando-a. Em seguida virou-se para mim e eu pude ver o fogo de seus olhos. Satine apertava tantos as mãos que os nós dos dedos estavam brancos. Ela cerrou os dentes e entrou no banheiro. Em seguida o chuveiro foi aberto.
- Anda logo, vai lá! – Kate falou.
- Não é apropriado.
- Não seja bobo, general! Aro não está aqui. Anda, vai ver se a garota está bem.
Abri a porta do banheiro e a encontrei debaixo do chuveiro. Não havia vapor, o que indicava água gelada. Satine estava ainda com a roupa, debaixo do chuveiro, com os olhos fechados e as mãos ainda em punho. Ela tremia como se não fosse suportar. Como se algo quisesse sair de dentro dela. Eu corri para ela.
- Baby!
- Não me toque Demetri. Vá embora!
- Eu não vou deixa-la assim.
- Eu vou ficar bem. Além disso, Kate está lá fora. Ela não é filha do seu mestre então acho que tudo bem, não é?
- Não seja boba Satine. Eu já lhe disse.
Ela me interrompeu.
- Que ela te odeia? Sim! Você já me disse! Engraçado que não me pareceu ódio, quando eu os vi de mãos dadas.
- Baby não é nada disso.
Eu a segurei em meus braços, mesmo quando ela lutou contra. Suas unhas arranhavam a minha carne e ela se debatia contra meu abraço.
- Me solte!
- Eu não vou te soltar.
Eu a puxei mais perto e a sujeitei pela cintura. Os sentimentos entre nós eram um misto de querer e não poder e desejar. E temer e querer de novo. Eu não agüentei. Minha boca encontrou a dela e eu a beijei. Um beijo imenso e profundo e faminto. Eu sentia como se a loucura dela passasse para mim e eu não me controlava mais. Eu já não sabia se tinha que acalmá-la, ou me acalmar.
Enquanto eu a beijava, Satine deslizou a mão em meu peito, arranhando levemente o caminho até minha calça jeans. Seus dedos pararam sobre o botão e eu ofeguei. Tudo que eu queria era o seu toque. Tudo que eu queria era sentir o toque quente e suave de seus dedos em minha carne. Ela soltou o botão e deslizou um pouco do zíper.
- Faça – eu a encorajei - É isso que quer baby?
Ela olhou em direção ao zíper, como os olhos ardendo de desejo e luxúria. Meu corpo se enrijeceu mais.
- Você quer me tocar assim?
Ela assentiu, e voltou os lábios para os meus.
Sua mão se foi mais baixa, por dentro do jeans.
- Então faça.
As palavras agora eram como grunhidos em minha boca, deslizando junto aos gemidos que o toque dela me provocava. Recostei na parede de azulejos e a puxei para mim. Enquanto ela me tocava e acariciava, eu sentia o mundo girar em torno de mim.
- Eu te amo baby – eu sussurrei.
- Mais alto, Demetri. Eu quero ouvir mais alto!
- Ah! Eu te amo baby. Eu te amo muito – eu grunhi.
- Ama mesmo?
- Sim. Você me enlouquece, baby, me tira o rumo.
Quanto mais eu gemia, mas Satine aumentava o ritmo. Quando eu não pude mais agüentar, ela me abraçou mais forte, descansando minha cabeça em seu ombro.
Eu podia senti-la sorrindo.
- Está satisfeita – eu sussurrei em seu ouvido – agora que sabe o que consegue fazer comigo?
- Muito. E você general, está satisfeito?
Deslizei minhas mãos em seus seios, descendo até a barriga, e um pouco mais baixo.
- Não tanto quanto vou ficar quando você for minha de verdade.
Satine sorriu mais.
- Kate deve ter ouvido.
- Como se eu me importasse.
Quando saí do banheiro, depois de efetivamente tomar banho, Kate não estava no quarto – o que não era de se admirar. Olhei pela janela e a vi sentada em frente ao hotel. Satine ainda estava se vestindo, então achei que deveria sair e chamá-la para dentro novamente.
- Katrina? Entre!
- Já terminou a festinha, general?
- Eu não fiz nada que não nunca tenha feito, Katrina. Tenho certeza. Agora entre que precisamos contar a Satine sobre Carlisle.
A vampira sentou-se na poltrona e eu me sentei na cama. Satine se ajeitou em meus braços, deixando claro que eu pertencia a ela. Eu não pude deixar de sorrir.
- Baby, Kate veio nos contar uma coisa.
- O que foi? – Satine perguntou desconfiada.
- Seu pai está aqui – Kate respondeu.
Eu vi o rosto levemente rosado da minha vampirinha ficar branco como papel.
- Você está bem, baby?
Satine permaneceu em silêncio pelo que me pareceu uma eternidade. Kate e eu ficamos olhando para ela, a julgar pelo seu humor de mais cedo, esperávamos que um furacão sucedesse o silêncio.
- Ah meu Deus! – Satine respondeu em um semi-sussurro.
Seus olhos eram vazios de qualquer expressão conhecida. Embora ela não demonstrasse nenhum tipo de raiva, ou tremor ou falta de controle, eu não conseguia entender o que acontecia com ela.
- Diga baby! Diga o que está acontecendo – eu exigi.
- Era ele! Era ele! Eu não acredito! Sim, eu acredito! Só poderia ser! Só poderia ser mesmo ele! O rosto. O rosto dele!
- Você o viu? – Kate perguntou.
- Sim! Acho que sim.
Algo em seus olhos me dizia que ela tinha gostado mais dele do que pensava ser possível.
Ela levantou-se em sobressalto e vestiu o casaco.
- Eu preciso confirmar! Eu preciso.
Eu a conhecia suficiente para saber que não adiantaria nada dizer a ela que não fosse – ela iria de qualquer jeito. O que eu podia fazer, era estar com ela.
Vesti minha jaqueta de couro e saímos na noite. Kate saiu logo atrás.
Estávamos no meio da floresta, perto de onde a vampira me disse que Carlisle costumava ficar com a família. Eu podia sentir no ar a inquietação de Satine e isso era terrivelmente preocupante para mim. Eu não tinha idéia do que fazer.
Quando o garoto saiu das árvores, com sua calça jeans rasgada e sem nenhuma camisa, meus instintos emitiram um sinal de alerta. Não que o garoto em si representasse algum problema, embora fosse extremamente alto e bastante musculoso; o fato é que eu podia sentir o cheiro dele, e isso definitivamente não era bom.
Coloquei-me á frente das duas, protegendo-as.
- Acho que você errou o caminho, Katrina! – eu pontuei.
Kate não respondeu. A expressão no rosto da vampira era de desespero.
Diferente de Kate, Satine não pareceu se intimidar pelo tipo, eu a vi segurar o rosnado e estreitar os olhos, o que me deixou ainda mais apavorado que nossa amiga do Alaska.
- Baby não se aproxime. Ele é perigoso.
- Não se preocupe com a distância sanguessuga, eu vou até aí – o garoto praguejou.
- Aproxime-se, e eu o rasgo em pequenas partes – Satine respondeu.
- Uma sanguessuga corajosa!
O garoto moreno replicou e deu um passo em direção a ela. Eu não pude conte-la, Satine saiu do meu alcance e encarou o garoto, olhando para cima, encontrando seus olhos.
- Pelo que vejo, somos corajosos os dois – ela rosnou.
Kate segurou meu braço tão forte que parecia que queria arrancá-lo.
- Ele vai matá-la! – a vampira sussurrou.
Eu não sabia o que responder, nem sabia se algo inteligível sairia da minha boca naquele momento. Eu não sabia como fazer para me aproximar rápido o suficiente para protegê-la sem assustá-lo ainda mais.
Autora: Bia
1 comentários:
nossa maldade me deixou com gostinho d quero mais por favor posta mais logooo!!!
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