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Capítulo 13 - Golpe do Destino

Lancei-me em seus braços acolhedores. Meu pai era a pessoa mais maravilhosa do mundo e a cada dia eu me perguntava por que eu havia demorado tanto para procurá-lo.
- Que bom que está aqui querida, eu já estava com saudades.
- Ah pai, eu também.
Ele segurou minha mala em uma mão, passando a outra por meus ombros.
Andamos pelo saguão abraçados, meu pai consolando-me. Ele era bonito e por isso sempre chamava atenção, onde quer que fosse. Eu morria de ciúmes dele, e de Demetri, e de meus irmãos. Essa era à parte que eu odiava nos vampiros.
Meu pai sorriu, provavelmente percebendo meu desconforto pelo flerte da garota. Ele era muito discreto e não faria nenhum comentário.
Entramos na Mercedes preta e meu pai dirigiu tranqüilo, de volta à Forks.
- Como foram as coisas por lá, meu amor?
- Tudo bem, eu acho. Aro, Caius e Marcus foram muito gentis e acolhedores, não me perguntaram muita coisa sobre você, ou como minha vida está. Aro me disse apenas que as portas estão sempre abertas para mim.
- Sei que você os ama, mas quero que tenha cuidado com eles. Você sabe que são vingativos e perversos. Não iriam aceitar tranqüilamente perde-la para mim.
Abaixei meu rosto, deixando uma mexa de cabelo cobri-lo. Meu pai tinha razão sobre eles, eu sabia disso. Ainda assim, pensar desta maneira me magoava.
- Eu sei pai.
- Satine, minha filha, nada me faria mais feliz do que estar enganado. Espero mesmo estar, eu jamais ficaria feliz se você se magoasse.
Eu o abracei, deitando minha cabeça em seu ombro, enquanto ele dirigia.
- E Demetri, você o viu?
- Vi.
- Só viu? Vejo em seus olhos que está feliz. Não quer me contar?
- Pai, você vai ficar chateado comigo.
Ele sorriu.
- Amor, você não é exatamente uma garotinha, acho que posso lidar com o fato de você ter um namorado.
- Tudo bem, então eu te conto. Mas já vou avisar, é bem bobo e imaturo.
- Estou ficando curioso.
- Eu fiz ciúmes para ele.
- Tem razão, isso é bobo!
- E... com Caius.
- Tem razão, é imaturo também.
- Pai, você prometeu!
- Ok, continue contando, meu amor. Deu certo?
Senti minhas bochechas corarem, eu ainda não tinha dito nada, mas meus olhos me denunciavam. Tentei falar, mas não conseguia encontrar as palavras.
- Deu.
Meu pai abriu um sorriso imenso, mostrando a brancura de seus dentes afiados.
- Está mesmo com vergonha de mim?
- Um pouquinho.
- Não tenha meu amor, tudo isto é tão bonito e sincero. Sei que você o ama, e conhecendo Demetri como eu conheço, sei que para vir de Volterra até aqui, sem a permissão de Aro, ele também deve amá-la muito. Espero que tudo dê certo para você, que seja feliz ao lado do homem que ama.
Eu lhe dei um beijo, e acariciei seu rosto com carinho.
- Você é mesmo um doce, pai.
- Satine, ainda estou curioso com uma coisa.
- O quê?
- E Heidi, você a viu? Falou com ela?
- Bem, eu a vi, mas não falei com ela. Apenas deixei claro quem ela havia mexido e quais seriam as conseqüências se tentasse algo novamente. Sabe, pai, esta história ainda me magoa. Pensar que Vitor morreu por minha causa, que era para ser eu, é doloroso.
- Então não pense, meu amor. Existem coisas na vida que não podemos mudar, sei que seu amigo não gostaria que você se culpasse por causa do que aconteceu.
Ele me abraçou e seguimos nosso caminho, de volta para casa.
Quando paramos no gramado, Alice estava esperando, sentada na escada da porta de entrada.
- Eu quero cada detalhe!
- Ok Alice, mas antes preciso de um banho. Amanhã a vida volta ao normal.
Minha irmã praticamente me empurrou degrau acima, até meu quarto. Eu mal tive tempo para cumprimentar todos.
Tomei uma ducha e coloquei meu pijama de flanela. Aquela noite estava especialmente fria. Quando voltei ao quarto, Alice e Rosalie me esperavam. Conversamos até eu não agüentar mais. Acho que cheguei a cochilar enquanto elas conversavam e me davam seus conselhos.
Acordei novamente atrasada para a escola e me arrastei para fora da cama – pelo menos aquele era o último ano. Eu não queria ir para a aula, eu queria ver Jacob. Estava triste e melancólica, e quando eu ficava assim, só Jacob resolvia.
Aproveitei-me de meu poder de vampira para convencer um de meus professores que estava sentindo-me mal. Ele me liberou das aulas após o almoço. Saí em disparada para o estacionamento e antes que pudesse abrir a porta do BMW, escutei um assovio.
- Ei?
Mal consegui acreditar no que via. Jacob, saindo das árvores, com o cabelo todo molhado e seu sorriso ensolarado nos lábios. Eu corri e me joguei em seus braços.
- Como sabia? Como sabia que eu precisava de você?
- Somos uma matilha, se lembra? Tem toda aquela história de um por todo e todos por um.
- Achei que isso fosse dos três mosqueteiros, Jake?
- Pois é, mas tenho certeza de que eles roubaram dos lobisomens, sabe já existiam lobisomens antes dos mosqueteiros.
- Sei!
- Estava indo a algum lugar?
- Estava indo vê-lo.
- Então vamos. O que acha de um mergulho do penhasco?
- Não acha que está um pouco frio, Jake?
- Para com isso, você nem sente frio!
- Tudo bem! Mergulho do penhasco, então!
Jacob entrou em meu carro e dirigi até o grande penhasco.
Desci do carro e sentei-me na grama, olhando o céu infinito. Jacob sentou-se ao meu lado, descansando a cabeça em meu colo, enquanto eu lhe fazia cafuné.
- Como foram as coisas com a galera do mal?
- Jacob!
- Ok, como foram as coisas com a sua família do mal?
- Você não existe! Mesmo assim, vou lhe contar. Foi tudo bem.
- Puxa que animação, hein? Não vai me dizer que é por causa daquele projeto de Drácula?
- Jake, eu o amo.
- Eu sei, este é o problema.
- Posso saber por que, isto é um problema?
- Sinto que vou perdê-la. Sabe, se você ficar mesmo com ele.
- Jacob Black, quantas vezes preciso lhe dizer que nunca vai me perder?
- Não depende muito de você, quando a gente ama alguém fica meio bobo, sabe, não tem como evitar.
- Jake, ninguém nunca, em tempo ou circunstância alguma, vai me separar de você. Eu o amo, você faz parte de mim.
Jacob me abraçou, puxando meu corpo para o seu e fazendo-me rolar com ele pela grama. Minhas roupas ficaram cheias de folhas e gravetos. Com ele eu sentia a leveza da infância que eu não tivera. Jacob despertava o melhor de mim.
- Como é, vamos cair na água, ou está com medo?
- Jacob Black, não ouse dizer que eu estou com medo!
- Bem é o que parece, senhorita sanguessuga.
Eu tirei minhas roupas rapidamente, permanecendo apenas com a calcinha e o top que usava por baixo da blusa. Corri pelo desfiladeiro em direção ao penhasco, caindo num salto digno de campeões olímpicos. Jacob pulou logo atrás, não tão graciosamente, mas bem eficiente.
A água estava gelada, e senti meus pelos se eriçarem. Jacob veio por baixo da água e segurou minhas pernas, puxando-me para baixo. Eu agarrei seus braços soltando-me novamente. Eu nunca havia usado toda a minha força com ele, nunca fora necessário, mas hoje ele queria brincar. Se era guerra o que aquele cachorro queria, era guerra que ele teria.
Quando saímos da água, eu estava cansada, e Jacob também. Deitei-me na grama novamente e fechei os olhos. Jacob deitou-se ao meu lado. Tentei encostar minha cabeça em seu peito, quando escutei ele reclamar.
- Ai!
Abri os olhos e olhei para ele. Arregalei os olhos e coloquei a mão no rosto.
- Jake, me desculpe, eu não queria.
Seu peito estava sangrando, cheio de unhadas.
- Pare de se lamentar, você sabe melhor que ninguém que logo, logo, vou estar pronto para outra.
- Não, não é assim tão fácil, o meu veneno pode inflamar e... ah Jake, me perdoe. Vamos para casa, eu posso dar um jeito nisso.
- Ei doutora, calma aí, quem disse que você é venenosa? E quem disse que vai dar tudo errado deste jeito? Não seja pessimista.
- Pelo menos me deixe fazer um curativo.
- Desde que não use nenhuma daquelas coisas que ardem, tudo bem.
Entramos no carro e seguimos para a casa de Billy. Quando estacionei e Jacob desceu com a camisa branca toda suja de sangue, pensei que Billy fosse ficar preocupado. Ao contrário disso, ele soltou uma gargalhada.
- Viu só, eu sabia que um dia isso iria acontecer! De vocês dois, não sei quem tem o gênio pior!
- Billy, me desculpe, eu não queria, juro.
- Calma garota, Jake é forte! Além disso, uma cicatriz talvez faça com que ele volte a usar camisa!
Jacob lançou um olhar de reprovação para nossa conversa.
- Há, há... muito engraçado!
Limpei o ferimento e apliquei um cicatrizante, cobrindo com uma atadura. Fiquei feliz por perceber que eu realmente não era venenosa e que Jacob já estava se curando. Acho que fiquei um pouco traumatizada com o que passei.
Voltei para casa com a noite alta, depois de deixar Jacob dormindo. Quando contei em casa o que acontecera todos se divertiram. Rosalie, ainda mais. Disse-me que eu havia lhe dado o melhor presente e só ficou triste por não poder ver a cara de Jacob.
Deitei-me muito feliz naquela noite, apesar de ainda sentir um aperto no peito por estar longe de Demetri. Eu estava com todos que amava, ou melhor, quase todos.
Partimos mais uma vez para nosso inferno particular, o segundo grau. O que me consolava era minha aula com Edward. Nós nos divertíamos muito juntos e eu gostava de passar um tempo com ele, já que ultimamente, seus momentos de folga eram todos para Bela. Percebi que na saída, Alice estava com aquele sorrisinho misterioso nos lábios.
- Vamos, me conte. Quero saber de tudo?
- Use sua imaginação, irmãzinha!
Alice conseguia ser bem irritante quando queria. Parei por um instante e fechei os olhos, eu sentia muito melhor com os olhos fechados. O cheiro novamente, aquele cheiro delicioso e confortável. Saí correndo pelo estacionamento, ele estava lá. Encostado em uma Ducati preta, os braços cruzados no peito. Calça jeans e camisa branca. Seu doce e sedutor sorriso nos lábios, e um lindo óculos escuro, escondendo os olhos carmins. Meu amado Demetri.
Eu corri para ele, deixando a bolsa no chão e pulando em seus braços. Ele segurou-me com delicadeza, porém apertando-me contra seu corpo. Demetri aproximou os lábios frios de minha orelha e sussurrou:
- Eu te amo.
Pendurei os braços em volta de seu pescoço e puxei sua boca para a minha, num beijo profundo e perturbador. Eu podia sentir os olhares em minhas costas. Não que eu me importasse, tudo que eu queria no mundo, estava ao alcance de minhas mãos.
- Melhor sairmos daqui. Acho que seu pai não ficará muito feliz com esta demonstração de amor explicita.
Ele tinha razão, embora eu não me preocupasse com a opinião dos outros, meu pai se preocupava e eu não queria desapontá-lo.
- Ok, para onde vamos?
- Para onde você quiser, minha senhora.
- Quero que me leve ao paraíso.
- Acho que posso providenciar, embora eu conheça muito mais do inferno.
Eu aproximei meu rosto de seu pescoço, falando bem próximo de sua pele.
- Se você estivesse comigo, mesmo o inferno, seria perfeito.
Demetri sorriu, segurando meu corpo colado ao seu.
- Vamos, antes que eu não responda por mim.
Eu subi na garupa da Ducati e saímos. Desaparecendo na esquina, quase que instantaneamente.
Estacionamos perto do grande penhasco e descemos.
- Este lugar me lembra muito um amigo meu.
- Amigo. Que amigo?
- Na verdade, Jacob é muito mais que meu amigo, ele é descendente da família de minha mãe.
- Um lobo, então?
- Sim, um adorável lobo avermelhado.
- Quantos anos este lobo tem, Satine?
- Dezesseis. Por que?
- Não gosto que fique por aí, com um garoto com os hormônios à flor da pele!
- Não seja bobo, Jacob é quase meu irmão!
Demetri debruçou o corpo contra o meu, fazendo-me deitar na grama. Sua mão segurando minha cintura, o rosto colado ao meu. Eu podia ouvir o sangue sendo bombeado para o meu coração, como se meu corpo todo latejasse.
- Não vou conseguir formular nenhuma resposta com você em cima de mim!
Ele me segurou e virou, ficando com as costas na grama, e me segurando sobre seu peito. O corpo encaixado no meu.
- E assim, é melhor?
- Não ajuda muito. Na verdade, qualquer posição em que você esteja à menos de duas milhas de mim, me impede de pensar racionalmente.
Demetri sorriu e me beijou, fazendo-me perder o fôlego.
- Se o garoto é mesmo seu amigo, eu quero conhecê-lo.
- Tem certeza? Ele é meio irritadinho às vezes.
- Duvido que seja pior que você. Eu suporto seu gênio à quase cem anos.
- Demetri!
Ele soltou uma doce gargalhada, sua risada soava como música. Eu amava vê-lo feliz.
- O que foi? Só estou sendo sincero.
- Tudo bem. Vou ver se Jacob pode sair de casa. Nós tivemos um pequeno contratempo. Eu acabei machucando ele.
- É mesmo?
- Infelizmente. Eu o Arranhei com minhas unhas.
- A cada hora, a história fica mais interessante!
- Engraçadinho!
Demetri me segurou novamente, beijando do meu queixo até o decote do vestido. Senti minha pele se arrepiar. Estar com ele me fazia sentir as melhores sensações do mundo, eu o amava cada dia mais.
- Promete que vai ficar um tempo comigo?
- Prometo.
- Sinto sua falta.
- Eu também.
Ficamos abraçados por tudo o que restou do dia. Quando a noite começou a cair, lembrei-me a contra-gosto, que deveria voltar para casa, meus pais poderiam estar preocupados.
- Demetri, o que acha de caçarmos um pouco? Da minha maneira, é claro.
- Sabe que não me interesso muito por animais, meu amor.
- Se vai ficar um tempo comigo, é melhor que não esteja com sede.
Demetri revirou os olhos e sorriu para mim.
- Satine, eu tenho trezentos anos, acho que consigo controlar minha sede por alguns dias.
Ele passou as mãos sobre meus ombros e eu sorri. Não importava o que os outros pensavam ou o que o passado dizia, eu confiava nele. Eu confiava nele como confiava em mim mesma, e eu o amava.
Demetri me deixou em frente à porta de entrada, eu insisti para que ele descesse, mas não adiantou. Ele não queria afrontar meus irmãos, especialmente porque meu pai não estava em casa.
Subi as escadas com um sorriso incontrolável no rosto. Emmet e Rosalie Jogavam vídeo-game e Jasper estava lendo um livro antigo. Alice e Esme estavam me esperando, no topo da escada. Quando subi e passei por elas, Esme sorriu para mim e me abraçou.
- Fico tão feliz quando a vejo assim, minha querida, com este sorriso maravilhoso em seus lábios. Este rapaz, ele ilumina seu rosto. Embora eu não o conheça, sei que é uma boa pessoa, pelo bem que ele lhe faz.
- Obrigada mamãe!
Eu adorava chamá-la assim. Adorava ouvir minha própria voz chamando-a assim, e adorava mais ainda ver o brilho que esta palavra causava em seu lindo rosto.
Alice puxou-me pelo braço, levando-me até o quarto.
- Vai me contar tudo!
- Claro, se quiser sair para caçar. Sinto que estou precisando.
Alice assentiu e saímos. Caçar com ela era no mínimo engraçado. Eu acabei rolando morro abaixo com um leão da montanha, enquanto Alice tentava ganhar a luta com um imenso urso pardo.
Quando eu, finalmente, venci a luta com o leão, parecia que tinha vindo de uma guerra. Meu vestido estava aos farrapos, todo rasgado e sujo de terra, meu cabelo idem. Abracei Alice, que estava igualmente suja e rasgada, e sorrimos juntas. Apesar de tudo, nossa caçada havia sido um sucesso.
Quando voltamos para casa, Alice encontrou Jasper no jardim. Eu não queria sujar a sala então subi no abeto e pulei direto pela janela do meu quarto.
Assim que entrei, levei um susto. Demetri estava deitado em minha cama, sem camisa, sorrindo para mim sedutoramente.
- Puxa, se eu soubesse que seria assim tão interessante, teria ido caçar também.
Senti meu rosto corar, eu estava toda rasgada e suja. Tentei correr direto para o closet, mas ele me impediu, jogando o corpo contra o meu e me segurando contra a parede.
- Você está deliciosamente linda.
- Não seja bobo.
Demetri segurou meus pulsos com as mãos, encostando o corpo no meu. Eu podia sentir o frio de sua ele, pelos buracos no tecido de meu vestido. Ele me beijou, suavemente, e o ritmo foi aumentando, mais e mais. Seu corpo apertava o meu, como se não pudesse existir nenhum espaço entre nós. De repente, ele parou. Afastou-se de mim, com as mãos na testa.
- Satine, tome um banho, logo! E coloque algo o mínimo sensual possível, por favor.
Eu sorri, escorregando para o closet pelo canto da parede. Eu precisava mesmo de um banho, frio!
Apesar de rápido, o banho ajudou-me a esfriar os ânimos. Vesti uma calça preta de ballet e uma blusa de alcinhas, também preta. Demetri ainda estava deitado em minha cama, feito uma estátua de Apolo.
- Amor, eu lhe disse “menos sensual”!
Eu sorri e balancei a cabeça em reprovação.
- Você já me viu assim várias vezes.
Ele me segurou pela cintura, beijando meu pescoço e respirando o ar bem rente à minha pele – mais uma vez, os pelos de meu braço se eriçaram.
- Só porque eu já a vi vestida assim, não significa que não me sinta atraído. Ao contrário, doce Satine, por tanto tempo eu a vi assim, que mal consigo me comportar.
- Por falar em se comportar, pode me explicar como entrou em meu quarto sem que meus irmãos soubessem?
Demetri girou meu corpo, segurando-me em seguida e respondeu, com um sorriso malicioso nos lábios.
- Acho que está esquecendo com quem está falando!
- Ah desculpe, eu esqueci mesmo. O grande conquistador.
- Não seja boba, não pretendo conquistar ninguém além de você, em minha existência.
- Vai ficar comigo esta noite?
- Esta e todas as outras, pelo resto de sua vida.
Eu o abracei, afundando minha cabeça em seu peito forte. Demetri levou-me em seus braços para a cama, e deitou ao meu lado. Adormeci sentindo seus carinhos e o toque suave de seus lábios em minha orelha.
Acordei especialmente disposta na manhã seguinte, embora Demetri já não estivesse comigo. Acho que ficou com medo de ser pego por alguém.
Corri pelo corredor direto para o escritório de meu pai. Eu podia enganar todos eles, mas ele não. Eu queria contar a ele que Demetri estava em Forks, queria que ele soubesse por mim. Especialmente porque não havia nada para ser escondido, eu o amava e queria ficar com ele, meu pai entenderia.
- Pai, quero falar com você.
- É claro meu amor, entre, e feche a porta.
- Preciso te contar uma coisa.
- Algo a ver com sua visita noturna?
Senti o sangue subir para minhas bochechas. Ele havia percebido. Se pudesse cavar um buraco no chão, aquele seria o momento perfeito.
- Você sabia?
- Imaginei.
- Pai eu...
Meu pai se levantou de sua escrivaninha, segurou minhas mãos com ternura e olhou diretamente em meus olhos.
- Não se preocupe, sei que fez a escolha certa. Eu vejo nos olhos de Demetri que ele a ama, Satine. Eu o conheço a muito tempo, muito antes de você nascer. Sei que apesar de tudo, Demetri é um homem honrado. Ele apenas recebe ordens da pessoa errada.
Senti uma lágrima quente se formar no canto do meu olho, tentei segurar, mesmo assim ela rolou. Meu pai sorriu, e secou a lágrima com a ponta do dedo.
- Pelo que eu entendo de amor, você deveria estar sorrindo.
- Obrigado pai, eu te amo!
- Ah, e diga para o seu namorado, que ele é meu convidado. Não precisa mais entrar em minha casa pela janela do segundo andar, ok?
- Eu vou dizer.
Desci as escadas saltitando. Eu não cabia em mim mesma de tanta felicidade. Pela primeira vez desde que cheguei a Forks, eu estava até com vontade de ir para a escola.
Quando peguei as chaves do carro para abrir a porta, Edward apareceu com cara de poucos amigos.
- Carlisle está tomando a atitude errada.
Ele quase conseguiu tirar o meu bom humor. Respirei fundo e tentei compreender as razões para que ele estivesse tão azedo naquela manhã.
- Edward meu querido irmão, pelo que sei, Demetri não fez nada de errado.
- Ainda não, mas vai. Alguém como ele, sempre desliza.
- Você está sendo injusto, o está julgando por algo que nem aconteceu.
- Você não entende. Não pode entender.
Eu havia tentado, juro que havia tentado, mas Edward havia conseguido me fazer perder o controle. Eu estava engasgando com o que queria dizer a ele. Então, como que pulando da minha boca, as palavras saíram.
- Edward Antony! Você está sendo mesquinho e egoísta e além disso, ninguém tem culpa de você ter se apaixonado por uma humana frágil e desprotegida.
O rosto de Edward ficou sombrio, seu queixo firme pronunciado, um suspiro sufocado de ódio.
- Se é isto mesmo que pensa?
Eu já estava arrependida mas não podia voltar atrás, e ele havia me provocado. Engoli em seco e levantei a cabeça.
- É isto que penso, sim.
Edward deu as costas para mim, entrando no volvo prata e saindo feito um foguete. Obviamente ele estava chateado com a atitude de meu pai, em permitir meu “projeto de namoro” com Demetri.
Eu estava desconcertada, não sabia mais nem onde ia. Sentei na escada e abaixei a cabeça, segurando o choro. Eu não queria chorar.
Senti a mão firme e fria, segurando meu rosto, e não ofereci resistência.
- Brigou com seu irmão?
Demetri estava agachado, ao meu lado. O cabelo caindo na testa. Os olhos carmins profundos que tanto me conheciam, fitavam dentro dos meus.
- Briguei.
- Por minha causa, imagino.
- Não. Foi por causa dele mesmo, porque ele é um idiota.
- Não se preocupe, eu o entendo. Edward é um bom homem, ele vai compreender. O tempo Satine, o tempo ensina muito.
- Eu sei. Só que não quero ficar longe dele por tanto tempo.
Demetri sorriu, enxugando minhas lágrimas com as mãos.
- Não seja boba. Não vai demorar tanto. Vamos. Eu vim buscá-la para ir à escola.
- Eu não quero ir à escola!
- Também não quero que você vá, mas prometi a seu pai que cuidaria direito de você, e não pretendo voltar atrás.
Eu levantei de má vontade. Tudo que eu não queria era encarar duas aulas chatas e insuportáveis ao lado de meu irmão egoísta que eu amava tanto. Subi na garupa da mota e seguimos para a cidade.
O ronco da Ducati fez com que todo o estacionamento, sem exceção olhasse em nossa direção. Eu suspirei fundo e ajeitei a bolsa nas costas. Despedi-me de Demetri com um longo beijo e entrei.
Sentei-me com a insuportável Jéssica Stanley, uma vez que Edward havia me ignorado completamente. A garota me deu dor de cabeça, ela tagarelou a aula toda. Perguntando-me sobre meu namorado. A uma certa altura da aula, eu não suportei mais. Supliquei para que o professor me deixasse sair da sala, disse que estava me sentindo mal e que precisava de ar fresco. Ele permitiu.
Eu me sentei num dos bancos de cimento, do lado de fora do prédio. O dia estava nublado e uma garoa fina caía do céu. Eu não me preocupei, senti apenas o cabelo ficar pesado e a blusinha grudar na pele. Era melhor na chuva, que ao lado de Jéssica.
Ouvi um assovio familiar no meio das árvores, Jacob! Eu corri para ele e o abracei. Tudo que eu precisava naquele momento era que alguém me confortasse.
- Satine, não acredito que vai mesmo deixar aquele sanguessuga ficar aqui em Forks.
Eu não podia acreditar no que estava ouvindo. Senti o sangue subir e um tremor tomar conta de meu corpo. Eu queria arrancar a cabeça dele. Ele tinha sorte de eu o amar tanto. Então aquele garoto que mal havia saído das fraldas, se sentia no direito de me censurar. E ainda por cima, por alguém que ele nem conhecia.
- Jacb Black, você tem dois segundos para sair de meu campo de visão à partir de agora, ou eu vou arrancar a sua cabeça e usar seus dentes como brinco!
- Ei calma aí, eu só quero que você pense um pouco.
- Já estou contando. Dez, nove, oito...
- Você não seria capaz.
- Não conte com isso, Edward já começou o serviço.
- Ok, ok. Eu vou para casa, se quiser conversar me procure.
- Vai esperando.
Jacob saiu, sumindo entre as árvores. Eu sentia o ódio caminhar por meu corpo, não conseguia ficar parada. Senti uma aproximação e virei em reflexo.
- Satine?
Ah não Bella, aquela garota não! Será que ela não conseguia entender que ela era a última pessoa que eu queria ver. Mesmo assim, tentei manter a calma e respondi.
- Oi.
- Sei que deve estar com raiva de mim.
- Porque eu estaria, você não me fez nada.
Tentei ser incisiva e acabar logo com aquela conversa sem propósito.
- Sei que você e Edward brigaram. Eu só vim porque concordo com você e queria que você soubesse.
Ela havia baixado minha guarda. Ela concordava comigo, concordava que eu mantivesse um rastreador naquela cidadezinha minúscula?
- Porque concorda comigo?
- Porque quando eu me apaixonei por Edward, era mais ou menos a mesma coisa. Ninguém acreditava que ele não iria me machucar, eu acreditei. Sei que você o ama, sei que o conhece à muito tempo. Se você diz que não tenho com o que me preocupar, eu não duvido. Confio em você.
Eu sorri. Bella era adorável. Sem dúvida, meu irmão havia escolhido muito bem. Bella estendeu os braços e eu deixei que me confortasse. Quem diria que de toda minha família, quem me apoiaria seria a garota humana.
Ficamos sentadas em baixo de uma árvore conversando até o último sinal. Edward não fez uma cara muito boa quando viu que eu estava levando sua doce humana para o mau caminho. Bella percebeu e correu até ele. Assim que o volvo virou a esquina, ouvi o ronco da Ducati e meu coração acelerou.
Demetri levou-me de volta para casa. Paramos no gramado e ficamos conversando.
- Eu preciso de uma garrafa de vinho. Infelizmente, não comprei nenhuma!
- Se quiser, eu compro para você. Posso ir até a cidade.
- Faria isto por mim?
- Eu faria tudo, por você.
Demetri subiu na moto e saiu apressado. Ele havia prometido que me faria companhia com o vinho.
Entrei em casa meio sem vontade, não era bom brigar com Edward. Esme me chamou e eu fui até a cozinha.
- Não se preocupe querida. Tudo ficará bem.
- Espero que sim.
Era bom conversar com Esme. Eu me sentia mais humana ao lado dela. Alice entrou na cozinha e sentou-se conosco. Ela também não estava feliz com a briga. Alguns minutos depois, Edward também entrou, com a mesma cara azeda da manhã.
Esme tentou fazer com que uma conversa surgisse entre nós, sem sucesso. Ele estava irredutível.
Senti meus olhos úmidos e apertei para que não saísse a lágrima. Edward percebeu e virou de costas. Ele não gostava de me ver chorar. Eu estava chateada com o que ele havia dito, mas mesmo assim sentia um aperto ainda maior por estar brigada com ele. Eu sentia também que ele pensava o mesmo, embora não voltasse atrás.
O clima estava terrível na cozinha, então, Alice piorou tudo.
Minha irmã fez aquela cara de quando via seus fantasmas do futuro. Ela estava tendo uma visão, e pela cara, era uma visão terrível. Seus olhos ficaram escuros e pareciam não enxergar nada além da visão. Alice balbuciou umas palavras sem nexo.
- Não. Não. Bella, Demetri!
Embora não fosse possível entender coisa alguma. As palavras Bella e Demetri, usadas na mesma frase, fizeram com que Edward e eu pulássemos direto dentro do volvo. Não adiantou Esme gritar, nem Alice tentar explicar. Edward apertou o maxilar e dirigiu feito um louco até a cidade. De todo o caminho que fizemos, ele só pronunciou uma frase.
- Eu sabia que isso aconteceria!



Autora: Bia
Eu preferi não responder nada. Minha cabeça estava com um nó imenso, eu não conseguia organizar meus pensamentos. Não podia acreditar que Demetri havia traído minha confiança assim. Eu não queria e não podia acreditar que eu havia traído a confiança de Bela igualmente.

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