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Capitulo 06 - Juramentos

Eu contive minhas lágrimas pelo máximo de tempo que pude – eu não podia deixá-lo me ver chorar. A cada vez que eu chorava, Demetri se entristecia, como se por alguma razão que eu não conhecesse, minha tristeza o fizesse sofrer.
Quando meus pés pisaram nos degraus daquele trem, eu não pude mais fingir. Eu estava triste e sozinha e sentia como se um piano inteiro estivesse espremendo meu coração – eu queria me virar correndo para ele e pedir, implorar até, que ele me levasse de volta para o único lugar que eu conhecia. Eu queria seu colo e seu abraço e queria desesperadamente a sensação de amparo que seus braços me proporcionavam. Eu não podia. Eu não podia decepcionar as pessoas que eu amava. Eu não podia decepcionar meu papa, e principalmente, eu não podia decepcionar Demetri.
O vagão era imenso e cheio de pessoas andando de um lado para o outro. Eu me sentia sozinha. Sozinha como nunca me senti em toda a minha vida.
As pessoas olhavam em minha direção e sorriam, acho que não era muito comum, em pleno século XIX, uma garotinha andando sozinha de trem. Eu não tive medo das pessoas. Eu era uma Volturi, e os Volturi não temem nada. Além disso, eu era uma vampira. Eu repeti essas palavras em minha mente durante o todo o tempo em que esperei que o trem partisse da Itália – eu precisava convencer a mim mesma.
Eu me sentei olhando para a janela e descansei a pequena almofada de cetim em meu colo. Ela cheirava como Demetri, eu podia sentir. Apertei meus olhos bem forte, piscando muito, muito rápido, para que as lágrimas parassem de descer, mas era impossível.
Quando o trem saiu da estação, meus olhos acompanharam Demetri até onde puderam e eu senti que uma parte de mim tinha ficado ali, ao lado dele. Eu sequei meu rosto com o lenço e respirei fundo. Não importava o quanto eu ainda quisesse ser criança, eu precisava crescer. Eu precisava dar orgulho ao meu papa, e eu precisava principalmente, dar orgulho ao meu Demetri.
Enquanto eu olhava a paisagem da minha adorada Toscana ser deixada para trás, eu fiz um juramento silencioso. Eu jurei que não permitiria jamais que alguém me separasse de Demetri novamente. Não importa o quão difícil fosse, eu sempre voltaria por ele, para ele.
Naquela noite, eu não pude dormir. Eu não estava acostumada a dormir em movimento, e meus sentidos aguçados não me ajudavam muito, então eu pensei. Pensei em minha vida e em tudo que eu não entendia sobre ela. Eu não entendia quem eu era, não entendia nem ao menos o que eu era. Eu não sabia quem eram meus pais biológicos e porque eles me abandonaram. Eu só sabia que Demetri me encontrou, e eu sabia também que Aro havia me adotado. Eu sabia também do amor que eles tinham – cada um à sua maneira – por mim. Naquela noite fria, enquanto o trem cruzava a Europa em direção á cidade luz, eu jurei muitas coisas á mim mesma, entre elas, eu jurei que faria tudo dar certo. Eu voltaria vitoriosa, não importa o quando fosse difícil.
Quando o sol estava alto no céu, eu cheguei a Paris. Não posso negar que estava assustada, mais que isso, eu estava apavorada. Eu era só uma criança, e nunca havia saído dos arredores daquele castelo na Toscana, eu não sabia o que deveria fazer. Eu sabia que Vitor estaria comigo, mas a julgar pelo sol que fazia, eu não contava muito que ele estivesse na estação.
Desci as escadas do trem segurando minha pequena mala nas mãos. Olhei de um lado para o outro o corre-corre das pessoas – eu não conhecia ninguém. Senti o ar ficando mais pesado, mais pesado, minha garganta fechando – eu iria chorar? Era assim que eu faria as coisas darem certo, chorando como um bebê? Não!
Eu engoli o choro e me concentrei. Quando levantei os olhos, percebi uma gentil mulher muito bem trajada para em minha frente.
- Você deve ser mademoiselle Satine.
Eu quase não acreditei. Meus lábios se repuxaram em um sorriso sincero e eu a cumprimentei.
- Oui, oui! Sou Satine Volturi.
A elegante senhora me pegou pela mão e me levou a um internato para meninas. Ela explicou-me que Vitor viria me ver assim que o sol se fosse – o que deixou bem claro que ela sabia exatamente o nós éramos, e isso me deixou feliz.
Eu subi uma grande escada em caracol que levava ao andar dos quartos. Eram pequenos e simples e me faziam ter saudades da minha vida na Itália. Sentei-me na cama enquanto uma criada desfazia minhas malas e as arrumava no armário. Quando ela me deixou, eu deitei um pouco e acho que acabei dormindo mais do que gostaria – eu estava cansada, por mais que eu não quisesse admitir, eu estava esgotada. Acordei com um bater suave na porta. Marguerite, a senhora que me pegara na estação, avisou-me que Vitor estava à minha espera. Eu me vesti e desci as escadas escondendo o máximo que pude, minha insegurança.
- Satine! Mon petit. Espero que tenha feito uma boa viagem.
Eu o cumprimentei com um beijo no rosto – não importa se era elegante ou não, eu queria me sentir próxima a alguém.
Para minha surpresa, Vitor não me censurou, ele me segurou carinhosamente nos braços e eu descansei minha cabeça em seu ombro.
- Tudo vai dar certo – Vitor sussurrou em meus ouvidos.
- Estou com medo – por mais que eu não quisesse, eu precisava confessar para alguém.
- Eu sei que está petit, eu sei que está, mas não se preocupe, eu estarei sempre aqui.
Naquela noite, Vitor me levou para jantar em um restaurante. Foi minha primeira experiência de vida fora do castelo e foi maravilhosa.
Em pouco tempo, Vitor e eu estávamos muito próximos e eu sentia nele o apoio que eu precisava. Ele me ensinou muitas coisas. Ensinou-me a crescer e a amadurecer, ensinou-me a ser uma dama, e principalmente, ele me ensinou a entender um pouco mais sobre a vida. Foi com ele também que eu aprendi algo de que eu sempre suspeitei – eu gostava de caçar. Eu gostava de me alimentar daquilo que eu mesma caçava, o que não incluíam seres humanos – o gosto nunca me agradou. Vitor me ajudou á tornar os anos em Paris mais suportáveis.
Como eu esperava, não foram tempos fáceis, mas eu os venci. Venci cada dia dos dois anos que passei na França. E no final, eu já me sentia parte daquele mundo. Eu havia aprendido a amar a Paris e principalmente a amar a vida que eu tinha lá. Em Paris eu me sentia parte do mundo. Lá, naquele pedaço de mundo, eu podia ser mais do que apenas uma vampira. Lá eu podia ser uma pessoa.
Eu ganhei muitas coisas, muitos presentes. Ganhei educação e cultura. Eu aprendi a ser uma mademoiselle da alta sociedade. Eu aprendi a ser uma princesa. Eu aprendi também a conviver com seres humanos, a comer como um ser humano, a passear, ir ao cinema, fazer compras, eu aprendi a ser uma garota de verdade. No caminho de minhas realizações eu ganhei um presente que todo o dinheiro do mundo não poderia comprar, eu ganhei um amigo fiel e sincero; e quando eu pensava em voltar ao castelo, o que eu deixava para trás me fazia sofrer também. Em todo o tempo que passei indo de escola em escola, para esconder meu crescimento acelerado, eu sempre contei com ele. Sua presença doce e carinhosa me amparou e protegeu e amou. Vitor me deu colo quando chorei. Abraços e afagos quando sorri e segurou minhas mãos sempre que eu tive medo. Ele foi meu anjo da guarda e será para sempre. Para alguém que não tem família, eu sem duvida fui abençoada com muitos anjos da guarda.
Nesses anos em que eu me moldava no que sou agora, eu não deixei de pensar em Demetri nem um só dia, a cada anoitecer eu olhava minha estrela e rezava para que ele estivesse bem. Eu sonhei com ele a cada noite e despertei com saudades a cada amanhecer. Eu senti a mudança de sentimento acontecer dentro de mim, a cada passo, a cada centímetro, a cada dia. Eu tive medo das mudanças e tive medo do que Demetri sentiria quando me visse. Eu tinha medo também do que eu sentiria quando o visse.
Em meu último dia na França, eu andei por Paris despreocupadamente. O sol estava brilhando e as ruas estavam movimentadas – eu amava aquele lugar. Andei de maison em Maison, procurando o vestido perfeito – eu queria estar perfeita.
Agora tudo ficou para trás. Eu estou aqui, sentada em um vagão de trem, escrevendo em meu diário. Hoje, enquanto faço a viagem de volta, as pessoas não olham para mim com a mesma expressão de antes. Eu não sou mais a mesma também. Eu venci.
Hoje, enquanto olho as árvores passarem pela janela do vagão, eu não consigo me concentrar em promessas e juramentos. Minha mente está longe, ela passeia muito a frente deste trem. Minha mente busca em outra estação, um certo alguém – meu general.

Autora:Bia Kishi

3 comentários:

sandry costa disse...

eu ja disse antes mas nao me canso de falar, ta perfeito
bia parabens
estou simplesmente amando
bjss

Bia disse...

Eu também já disse antes, mas mesmo assim... THANKS, THANKS, THANKS!!! KKKKKKK

Bites

Anônimo disse...

seus escritos estão perfeitos!!!!!

parabens
Rita

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