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Capítulo 17 - Um Anjo ***Satine

Corri pela floresta o máximo que pude – quem ela pensava que era? Quem aquela garota superficial e pretensiosa, pensava que era para falar mal da minha família daquele jeito? Okay, eu não sou boba – nem burra – eu sei o que meu papa é! Eu sei o que todos eles são. Ainda assim, eu não poderia permitir que ela o insultasse daquela maneira! Não na minha frente.
Sentei-me na beira de um lago. Era um grande lago e a lua se refletia nele. Cruzei minhas pernas e baixei a cabeça entre elas – eu queria chorar. Eu estava tão magoada e enraivecida que podia sentir cada um dos meus músculos tremendo. Aquela sensação estranha de tremor estava começando a me preocupar. Bem, talvez eu estivesse mesmo á beira da morte! Quem sabe se eu morresse as coisas não se resolveriam melhor? Minha vida estava toda enrolada mesmo!
Eu amava um homem que não podia ter – mesmo que ele me amasse também! Tinha um pai que todos odiavam, e eu nem mesmo podia culpa-los. Não conhecia minha verdadeira família, nem meus progenitores. E ainda existia a chance de me tornar um tipo de monstro ou aberração – ou os dois, quem sabe? O fato é que, naquele momento, eu queria que a terra me engolisse!
- Perdoe-me.
A voz era lenta e suave, quase um sussurro. Apesar de ter ouvido aquela voz somente uma vez, eu sabia exatamente de onde vinha – Kate.
Forcei meu corpo a sossegar um pouco – ainda que eu não gostasse dela, eu não tinha nenhuma intenção de arrancar sua cabeça fora.
- Pode me perdoar, Satine? – Kate repetiu.
- Porque eu deveria? Você não se arrependeu. – eu respondi, sem levantar a cabeça.
- Não Satine, eu não me arrependi. Aro me fez sofrer muito, mas eu deveria compreender que é diferente para você. Seu pai me ensinou que é preciso se colocar no lugar do outro. Que é preciso ser benevolente. Hoje, eu não fiz isso. Eu agi por impulso e magoei você, me perdoe.
Eu respirei profundamente – alguma coisa dentro de mim, dizia que ela tinha razão.
- Eu sei quem ele é Kate. Eu sei quem Aro é. Não pense que eu o vejo como um santo ou coisa parecida, mas não posso permitir que falem dele sem o conhecer como eu conheço. Aro é meu pai. O único que eu conheci.
- Você se parece muito com seu pai.
Kate divagou olhando o lago. Era como se ela visse outra pessoa, em outro lugar. Eu sabia que ela não se referia a ninguém da Itália, mesmo assim, eu perguntei.
- Aro?
Kate sorriu.
- Não! Carlisle.
Meus olhos se perderam no lago também – eu não gostava de falar do meu pai biológico, especialmente depois de saber que ele era mesmo um vampiro e que me abandonou. Como se lesse meus pensamentos, Kate continuou.
- Sei que pensa que sim, mas tenho certeza de que ele não a abandonou. O maior sonho de Carlisle sempre foi ser pai. Ele tem alguns que considera filhos, mas tenho certeza de que se soubesse que tem mesmo uma filha, ele não a deixaria.
- Mas deixou! – eu pontuei.
- Eu não sei o que aconteceu, Satine. Não sei o que aconteceu no ponto em que você nasceu, mas sei que Carlisle não a abandonaria. Jamais.
- Demetri acha que eu devo procurar por ele.
- Eu acho também.
- Não sei se estou preparada.
Kate sorriu.
- Nunca estamos.
- O que aconteceu com você? Porque odeia tanto os Volturi?
A vampira suspirou e deixou os olhos se perderem nas águas escuras do lago.
- Aro matou minha mãe.
Toquei sua mão fria com a minha, delicadamente.
- Sinto muito.
- Já faz muito tempo. Muitos séculos.
- Mas ainda dói – eu pontuei.
- Sim, ainda dói. Quando se perde alguém que amamos, dói sempre.
Pensei na possibilidade de perder alguém. Alguém que eu realmente amasse. Alguém como Aro, ou Marcus, ou meus amigos, ou pior ainda, Demetri.
O ar entrou em meus pulmões como um golpe no estômago. Eu quase não pude respirar.
- Preciso encontrar Demetri!
- Você o ama, não é mesmo?
- Do que está falando? – não que eu não soubesse.
- Demetri é claro! Você sempre fica com essa cara quando fala dele. E ele idem!
Eu sorri.
- Acha mesmo que ele fica diferente?
- Como um idiota!
- Kate!
- Desculpe, mas eu sou sincera!
Kate se levantou e virou em direção a casa.
- Então, para onde pretendem ir?
- Península Olympic.
- Odeio chuva!
- Desculpe?
- Chuva deixa meu cabelo grudento, eu odeio!
Eu sorri.
Assim, a vampira desapareceu na floresta.
Eu continuei ali, sentada no deck de madeira, olhando o lago. Tantos pensamentos se misturavam em minha mente.
- Vejo que foi uma boa conversa – a voz musical de Demetri ressonou em minha volta.
Eu me levantei e o abracei, encostando minha cabeça em seu peito.
- Kate me disse que você fica diferente quando fala de mim.
Demetri sorriu.
- Katrina é uma boa observadora.
Demetri baixou os olhos e segurou meu rosto entre suas mãos. Pousando suavemente os lábios sobre os meus.
- Você ainda está tremendo.
- Eu não consigo controlar, Demetri. Fica mais forte a cada dia.
Ele me puxou para seus braços, apertando o toque. Trazendo meu corpo contra o seu.
- Acho que consigo te acalmar.
Demetri me beijou. Longamente. Sua língua abrindo caminho em minha boca, possuindo, penetrando. A cada beijo que Demetri me dava, eu pensava em como seria ter mais dele. Quanto mais sua língua me explorava, mais eu o queria. Mais eu o desejava.
Suas mãos deslizaram em minhas costas, tocando. Demetri baixou a boca sobre minha pele e eu gemi.
- Viu, está mais calma baby!
- Bobo!
Demetri segurou meu olhar. Seus olhos escarlates brilhando á luz da lua. Ele era tão ameaçador quanto apaixonante. O maior predador, o mais impiedoso, o mais sedutor.
- Eu te quero Satine. Tanto que quase não consigo suportar. Precisamos encontrar uma maneira.
- Faça-me sua. Faça-me sua e ninguém vai dizer o contrário. Eu quero Demetri, quero que me tome para você. Que me faça sua companheira.
Ele me beijou.
- Ainda não baby. Ainda não posso. Não quero que seja assim. Seria uma traição – ele parou por um momento – eu não sou assim.
Eu não disse mais nada. Ninguém conhecia Demetri melhor que eu e eu sabia o quanto á honra importava para ele. Ele definitivamente não faria nada que pudesse ser interpretado como traição.
Demetri sentou-se no deck e me ajeitou em seu colo. Eu me aninhei o máximo que pude, sentindo seu cheiro entrar em meus pulmões.
Quando o avião aterrissou, Demetri e eu seguimos abraçados pelo aeroporto.
Na porta de saída, Demetri parou. Um homem de terno preto dirigiu-se a ele, perguntando se era o Senhor Volturi. Quando Demetri assentiu, ele lhe entregou um chaveiro. Demetri agradeceu e seguimos até um Bentley preto.
- Puxa! Não sabia que papa havia lhe dado tanto dinheiro.
Demetri sorriu, enquanto abria a porta para mim.
- Ele não deu.
Eu fiquei olhando para ele sem entender. Ele sorriu mais e me olhou por cima dos óculos de sol.
- Acha mesmo que eu dependo do dinheiro dos Volturi?
- Não sabia que generais ganhavam tanto dinheiro – eu provoquei.
- Generais não ganham, baby. Meu pai era um nobre, minha mãe princesa. Junte a isso uma longa existência e você tem muito dinheiro para gastar.
Eu o abracei maliciosamente, descendo minha mão em sua perna.
- Quer dizer que eu posso dar o “golpe do baú”, então?
- Você é rica, Satine!
Ele parou, soltou um som abafado, como um gemido, e guiou minha mão até o volume em sua calça. Eu o toquei. Demetri gemeu mais forte.
- Eu já te disse. Não brinque com fogo! Uma hora você se queima.

***
Paramos em um hotel, um pouco ao sul do centro. Não que aquilo pudesse ser chamado de centro, definitivamente não podia. A cidade tinha pouco mais de, sei lá, dez habitantes? Eu fiquei pensando que minha mãe definitivamente não se parecia comigo – eu teria odiado viver naquele lugar.
Depois de tomar um banho e lavar meu cabelo, eu me sentei na cama, enquanto Demetri folheava uma lista telefônica.
- O que está fazendo?
- Procurando algum Black. Talvez eu tenha sorte, e encontre alguma coisa.
- Vai olhar nela inteira? – eu perguntei olhando o pesado livro amarelo.
- Só Washington.
Só Washington? Alguém contou a ele quantas pessoas moram no estado de Washington? Eu revirei os olhos.
- Vou sair e comer alguma coisa – eu falei pegando minha bolsa e a chave do carro.
- Espere que eu termine e vou com você.
Eu olhei para a lista novamente.
- Eu pretendo comer ainda hoje, Demetri – eu brinquei.
- Não gosto que saia sozinha.
- Ah tem razão! Eu poderia ser abduzida ou seqüestrada por uma matilha de lobos, ou coisa parecida! – eu brinquei.
- Tome cuidado então.
- Pode deixar! Vamos ver: não falar com estranhos, confere! Não aceitar balinhas de estranhos, confere! Olhar para os dois lados antes de atravessar, confere! E principalmente, não comer humanos, confere também!
- Engraçadinha!
- Você me ama, eu sei! Agora se me permite, minha natureza humana me chama.
Entrei no Bentley e dirigi por uma estrada cheia de pinheiros. Algumas casinhas de madeira coloridas passavam de tempos em tempos – uma aldeia talvez.
Em um ponto da estrada, uma moto passou correndo por mim. Era uma destas motos de corrida e se parecia bastante com a de Félix. Eu continuei guiando.
Quando aspirei o ar, o cheiro me veio como um golpe no estômago – sangue! Sangue humano, e fresco!
Apertei o pé no acelerador até que vi. A moto estava tombada no chão. O homem que a dirigia, caído na estrada e uma poça de sangue ao seu redor. Um pouco mais adiante, um cervo morto no meio da estrada. O acidente ficou obvio.
Estacionei o carro no meio fio e corri até o homem. Retirei com cuidado seu capacete e constatei que ainda respirava. Era jovem. Muito jovem. Quase um garoto.
Verifiquei os sinais vitais – cursar três vezes a faculdade de medicina, tinha lá suas vantagens – ele estava estável. Inconsciente, mas estável.
Quando eu me preparava para move-lo para o carro, um Mercedes preto parou ao lado do Bentley – ótimo, eu teria que agir como humana agora.
O homem desceu. Andando apressado, enquanto o vento espalhava seus cabelos louros. Seus olhos eram absolutamente maravilhosos, como ouro derretido. Mais que a cor, o que chamava atenção em seu olhar era a doçura. Algo em meu estômago se agitou. Como se pequenas borboletas resolvessem sair. Okay, ele era bonito, mas hey, eu amo Demetri! Porque eu estava tão fascinada com aquele homem. O vento mudou de direção e trouxe seu aroma até mim – um vampiro! O homem era um vampiro! Eu engoli em seco.
O vampiro sorriu para mim com uma gentileza anormal. Suas mãos hábeis checaram novamente o homem no chão.
- Eu sou médico – ele me disse.
- Eu também.
Eu respondi no susto, mas assim que ele me olhou com curiosidade, eu percebi que ele não havia entendido. Ele não sabia que eu não era humana, então eu concertei.
- Quero dizer, eu vou ser. Eu estudo medicina.
Ele sorriu novamente, enquanto tirava um telefone do bolso e ligava para a emergência.
Eu fiquei ali, olhando para ele como uma imbecil, sem conseguir desviar os olhos. Eu havia conhecido muitos vampiros que interagiam bem com os humanos. Vitor, meu amigo, era um bom exemplo, mas aquele homem era uma exceção. O carinho e o cuidado que ele tinha com o garoto machucado eram tão sinceros. Ele estava ali, ajoelhado no chão da rodovia, sujando seu belo terno. Suas mãos estavam manchadas de sangue e seu jaleco também. Ainda assim, seu rosto me lembrava um anjo. Isso! Com aquele sorriso e aquele rosto suave, ele realmente parecia um anjo.


Autora: Bia

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