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Capitulo 44 - Tempo

Assim que Esme e Alice escolheram a nossa casa na Califórnia, arrumamos tudo para partimos mais uma vez. Eu começaria a graduação daqui á um mês, mas nós já queríamos nos acostumar lá.
O único problema de morar na Califórnia, era o clima. Os vampiros não poderiam sair muito, somente a noite. Mas eles estavam dispostos a fazerem isso por mim.
E enquanto o tempo não passava, Alice aproveitava para fazer os preparativos do casamento (que só aconteceria daqui á anos). Ela já escolheu quase tudo e me garantiu que tudo estará perfeito nesse grande dia (eu não me importava com os preparativos, de qualquer forma aquele dia seria perfeito).
Assim que chegamos a San Francisco, Califórnia. Fomos diretamente para nossa casa. Que era enorme como todas as outras que tivemos.
Parecia um dèjá vu, corremos e brigamos pelos quartos mais uma vez. Avó Esme fez aquela mesma surpresa e criou uma garagem para Jake e Seth. Bella ficou com o pior quarto de novo e eu fiquei com o melhor.
Agora, parece que aquilo aconteceu anos atrás. O tempo passou tão rápido que mal percebi. Logo estaria me casando com Jacob e tendo minha família...
Assim que chegamos, Alice esperou para que o sol sumisse e nos levou as compras, para comprar roupas mais frescas, já que só tínhamos roupas para o tempo frio.
Esme já havia decorado todos os quartos e me senti satisfeita pelo meu ser igual ao outro. Assim não faria tanta diferença...
Eu estava deitada na cama com os pés pra cima, enquanto mexia no notebook. Eu estava tão ansiosa para estudar, que eu passava o tempo todo no computador pesquisando sobre a medicina, sobre Stanford e sobre minha nova cidade. Baixei algumas musicas também e enquanto eu pesquisava, ficava ouvindo musicas, só que com os fones de ouvido, para me deixar ainda mais distraída.
– Nessie – a doce voz de Meg soou por meu quarto, acompanhada de uma leve batida na porta. Se eu fosse um humano, não teria ouvido por causa dos fones, mas pelos meus sentidos aguçados, ouvi claramente até seus passos.
– Oi – disse tirando os fones do ouvido.
– O que você esta fazendo? – ela perguntou enquanto entrava no quarto e se juntava a mim na cama.
– Só vendo algumas coisas na internet. – disse.
– Você está muito ocupada? – ela perguntou torcendo os lábios.
– Não... por que?
– Queria que você me acompanhasse. Eu quero muito conhecer a faculdade que vou freqüentar.
– Ah, claro Meg. – disse já fechando os programas abertos no notebook.
– É melhor colocar uma roupa mais fresquinha, está sol lá fora. – ela aconselhou.
– Ok, já estou descendo para irmos. – disse.
– Ta bom, estou te esperando. – ela disse fechando a porta.
Caminhei até meu closet e peguei um vestido que Alice havia comprado pra mim. Um lindo vestido de seda com um pequeno decote na frente. Ele era um pouco curto, um pouco acima do joelho. E continha detalhes trabalhosos e bem feitos também. E era segurado por apenas duas alcinhas fininhas num tecido delicado. Coloquei uma sandália para acompanhar. Eu havia me acostumado com saltos altos, então acabei escolhendo uma de 15 cm, linda e cheia de detalhes brilhantes.
Fui até minha penteadeira e fiz um simples penteado em coque. Que deixava varias mechas caírem por meu rosto.
Passei uma maquiagem simples. Um gloss, um blush pra dar uma corsinha (apesar de Jacob dizer que as cores rosadas naturais de minhas bochechas já serem lindas), lápis e sombra.
Peguei meu celular e minha bolsa e desci as escadas.
– Uau, se produziu, hein! – Meg disse rindo.
– Influencia de Alice. – suspirei. – E não estou acreditando em mim mesma, pois ainda estou achando isso tudo muito pouco.
Meg riu.
– Vamos?
– Cadê Seth e Jacob? – perguntei.
– Ugh! Esses dois não saem daquela garagem! Desconfio que Esme colocou uma geladeira lá dentro. – Meg murmurou nervosa.
– Se ela colocou, eles não saíram de lá tão cedo. – disse rindo.
– Vamos? Antes que eu me estresse e arranque o Seth de lá.
– Claro, claro. – disse e nem percebi que havia usado a fala de Jacob. Eu realmente estou sendo influenciada por todos...
Fomos no meu carro e ficamos passeando pelas ruas, enquanto o GPS nos guiava até Stanford.
Passamos pela Ponte Golden Gate, e vimos os bondes. Meg e eu decidimos que depois viríamos sem carro só pra poder andarmos neles depois. Eu amei aquela cidade e se não gostasse tanto de Forks, passaria minha vida inteira nela. Passamos também pelo Parque Golden Gate e ficamos maravilhadas com cada cantinho daquele lugar.
Finalmente chegamos a Stanford. Era uma universidade enorme.
– Adorei este lugar. – Meg disse enquanto encarava a universidade de boca aberta.
Percebi que a minha também estava aberta, e logo a fechei. Sai do carro e caminhei em direção a universidade, acompanhada de Meg.
– Queria tirar uma foto nesse lugar. – disse.
– E você acha que eu viria até aqui sem uma câmera? – Meg disse tirando um objeto não identificado de sua bolsa.
– Você pensa em tudo mesmo. – eu disse.
– Claro, agora vamos até lá tirar umas fotos.
Fomos andando até lá e tiramos varias fotos em vários lugares daquela universidade. Alguns rapazes se ofereceram para tirar algumas fotos para nós (babando por nós) e fizemos varias poses para as fotos.
Tinha certeza de que Alice adoraria estar conosco, mas infelizmente não pode por causa do sol.
Tiramos tantas fotos e ficamos lá tanto tempo, que até fizemos algumas amizades. Até que nossos estômagos se manifestaram e decidimos ir até algum lugar comer alguma coisa.
Fomos até um shopping e entramos na praça de alimentação. Eu estava com meu cartão de credito, então pegamos varias coisas para comermos.
– Eu vou gostar muito de viver neste lugar. – Meg disse enquanto bebia o refrigerante.
– Eu também. – disse simplesmente, enquanto terminava de comer.
Escutei meu celular vibrar na bolsa, e logo o atendi.
– Alo. – atendi enquanto bebia o refrigerante. Estava tão calor naquele lugar que foi até refrescante sentir o liquido gelado descendo por minha garganta (sendo que prefiro sangue descendo por ela).
– Nessie? – aquela linda voz rouca soou preocupadamente do outro lado da linha.
– Oi amor, tudo bem?
Meg revirou os olhos.
– Cinco minutos que agente some de vista, eles já ficam preocupados. – ela riu bebendo o refrigerante.
– Onde você está? ... Megan está com você?
– Sim ela esta comigo.
– Ela ta com a Nessie. – ouvi Jake dizendo a alguém, que deduzi ser Seth. – Depois você fala com ela, eu to falando com a Nessie... Cala a boca Seth! Esse é meu celular, use o seu!
– Hã... Jake? – chamei.
– Oi amor. – ele disse e eu sorri.
– Por que ligou? – perguntei.
– Senti sua falta e você nem se despediu de mim ao sair.
Ouvi um som do lado de Meg e percebi que era seu celular tocando. Revirei os olhos. Seth não perde tempo...
– Vocês nos abandonaram para ficarem naquela garagem. E nós só fomos conhecer nossa faculdade. – disse enquanto brincava com o sorvete se derretendo na taça.
– Estávamos estudando.
– Como você mesmo disse, você não precisa estudar já conhece cada parte que existe de um carro. Aposto que Esme colocou uma geladeira lá e vocês só foram nos procurar por que a comida acabou.
– É claro que não! – seu tom de voz não me convenceu.
– É sim. – teimei.
– Ahh é? E você que só fica naquele notebook e nem me da mais atenção?
– Claro que te dou atenção. Só fico no notebook quando você me deixa sozinha.
– Ahamm... sei...
– Ok... Já estamos indo, ok? – disse nervosa. – Só que antes eu e Meg vamos dar umas voltas por aí.
– O que? Como assim? Pra onde?
– Conhecer a cidade. Tchauzinho, Jake. Te amo.
– Ness... – desliguei.
Ele me mataria depois, mas é que me irritei um pouco. Ora... Ele fica direto naquela garagem e ainda vem reclamar? Aff... Eu mereço...
– Ok, ok Seth. Daqui a pouco chegamos... Tchau, beijos... Também te amo... Tchau... – ela riu. – Desliga você primeiro... Não, você!... Desliga você... Desliga você primeiro... ok, então tchau... – ela riu. – Desliga você...
Peguei o celular das mãos dela e desliguei. Que coisa mais irritante...
– Nessie! – ela repreendeu.
– Ahh Meg, já estava enchendo o saco. – me defendi.
– Ta nervosinha por que?
– Nada. É só o Jake que me irritou um pouco. – disse simplesmente.
– Ok... – disse desconfiada, mas não perguntou nada, e me senti agradecida por isso.
– Vamos? – perguntei me levantando.
– Claro. – ela disse pegando o restinho de refrigerante que tinha e vindo tomando.
Ficamos passeando pela cidade mais um pouco, conhecendo os pontos turísticos, as lojas, os shoppings... seria mesmo muito bom viver aqui.
Após meia hora depois de ter falado com nossos amores, decidimos voltar pra casa pra acabar com a preocupação deles.

Assim que chegamos, Meg saiu do carro e entrou, enquanto eu guardava o carro na garagem. Meu Deus, ela não conseguia esperar eu concluir essa ação para correr para os braços de Seth?
Peguei minha bolsa e respirei fundo antes de entrar em casa. Com certeza Jake faria aquele olhar de reprovação... Mas logo depois me perdoaria... Abençoado seja o imprinting!
Abri a porta de casa e logo já fui esmagada por seus braços quentes me apertando a ele num abraço de urso. Estava me esmagando, mas não me importei nenhum pouco.
– Ness, nunca mais saia sem se despedir, fiquei preocupado. – ele sussurrou em meu ouvido, estremeci.
– Claro, por que você não podia ter ligado no meu celular na mesma hora. – revirei os olhos.
– Você me entendeu! Eu não quero que você saia sem ao menos me der um beijo de despedida e me dizer exatamente aonde vai.
– E eu achando que Edward que era grudento demais. – murmurou Alice, que estava sentada no sofá com uma revista de moda nas mãos.
Jacob revirou os olhos e me levou até o sofá.
– Eu não sou grudento demais! – meu pai se defendeu e Bella riu alto, fazendo com que ele a olhasse com desagrado.
– É a mais pura verdade maninho. – Alice sorriu inocentemente e se levantou para bagunçar o cabelo de Edward, antes de vir até meu lado.
– Amanha vamos sair! – ela disse animada pra mim.
– O que? Pra onde? – perguntei tentando não mostrar meu desespero. Por favor, compras não...
– Nós vamos... – ela deixou a frase morrer quando seu olhar caiu em Jacob. – Vem! – ela me puxou pela mão. – Vamos falar sobre isso no meu quarto. Meg, querida, você também.
Ela foi até onde Meg estava e a puxou do mesmo jeito que me puxava, até seu quarto.
– Pra que tanto suspense Alice? – perguntei cansada assim que chegamos ao seu quarto. Eu só queria tomar um banho, jantar e dormir... e talvez caçar com Jake, faz tempo que não caço...
Ela trancou a porta e depois se virou para nós.
– Ok, é o seguinte. – ela disse baixinho, de modo que só nós a ouvíssemos.
– Por que está sussurrando? – Meg perguntou desconfiada e Alice revirou os olhos.
– Fale baixo! Eles não podem escutar!
– Quem? – perguntamos em uníssono e Alice bateu com a mão na testa.
– O vestido de Nessie está pronto. Só que precisa ser medido seu tamanho e, sinceramente, eu quero que você experimente, pois quero que te agrade.
– Você só quer me ver no vestido! – acusei com a voz baixa.
– Ok... Olha, nós vamos até Paris amanha...
– Paris?? – Meg e eu gritamos, foi então que percebi os olhos dela brilhando, assim como provavelmente estavam os meus.
– Sim. Paris. O vestido está pronto e você precisa experimentar, e não é só o vestido, você precisa experimentar varias coisas. Na verdade todas nós vamos, já conversei com as outras enquanto vocês estavam fora. Todos os vestidos estão prontos. Só os do casamento de Meg que não.
– Pra que tudo isso? – perguntei, levemente irritada. É acho que estava de TPM... – Meu casamento é daqui á anos Alice! Provavelmente o meu vestido já vai estar fora de moda até lá e você vai me fazer experimentar outro!
– Ela tem um ponto. – Meg apontou.
– Nessie... Os vestidos de noiva Perrine Bruyere são clássicos e únicos. Nunca perdem o estilo e a elegância, quanto a isso não tem importância.
– Ela tem um ponto. – Meg disse pra mim.
– E também, quanto mais tempo tivermos para o preparo do casamento, melhor será.
– Dois pontos pra você. – murmurei tristemente pra Alice e ela pulou de felicidade.
– Nós vamos amanha, por que suas aulas começam em breve. – ela explicou.
– Estou ansiosa para ver Nessie de noiva! – Meg disse animadamente, enquanto pulava com Alice.
Pensei nisso por um segundo. Apesar de já ter imaginado minha vida com Jake varias vezes, nunca me imaginei de noiva, com um vestido branco de cauda, um véu, buques nas mãos, entrando numa igreja ao som da macha nupcial, com meu Jake perfeito me esperando no altar, com um lindo sorriso de lobo. Senti meus olhos brilharem de emoção e um sorriso involuntário se abriu em meu rosto.
Eu já estava ansiosa para casar. Para finalmente eu pertencer ao meu Jake e ele a mim, para que finalmente pudéssemos ter uma vida juntos e sermos felizes. Mas agora me sentia ainda mais ansiosa... Ter uma vida ao seu lado... Ter uma família... uma família...? Nunca tinha pensado em ter filhos... Agora eu podia imaginar uma pequena criança em meus braços, sorrindo pra mim, com covinhas e a boca banguela... Os anos passando e nosso filho ou filha crescendo, numa infância perfeita e feliz... Jacob me olhando apaixonadamente todos os dias... A vida perfeita... A vida que eu ansiava mais do que tudo em ter.
– NESSIE!!! – Alice e Megan gritaram e eu quase cai de susto.
– Que foi? – gritei.
– Nós estamos te chamando a um tempão e você não ouve! Fica com essa cara de paisagem aí! – Meg disse nervosa e eu a encarei confusa, ela revirou os olhos. – Você ficou com a expressão vazia, distraída. Ah qual é? Você não conviveu com os adolescentes na escola?
Eu ri. As vezes Meg parecia ser mais nova do que eu. Ela sabia exatamente como ser uma adolescente normal, pelo menos aparentar, já eu... nunca soube.
– Eu estava dizendo a Meg que eu só estava falando baixinho com vocês para que os rapazes não ouvissem! Então nem pense em abrir essa boca grande para o Jacob! – Alice apontou o dedo ameaçadoramente pra mim.
– Tudo bem. – disse. – Já posso ir? Quero tomar um banho e dormir.
– Ok,vai lá. – Alice disse. – Mas espera!
– O que? – perguntei confusa.
– O que você tanto estava pensando?
Sem eu perceber um sorriso enorme se abriu em meu rosto.
– Imaginando como minha vida seria ao lado do homem que amo. – disse em tom normal e percebi que ele podia ter ouvido essa parte, mas não me importei, era a verdade e eu me orgulhava dela.
Abri a porta do quarto de Alice e fui para meu quarto. De lá fui para o closet e peguei uma roupa mais confortável para ficar em casa. Peguei meus usuais pijamas, uma regata e um short curto. Agora era muito mais relaxante ficar com roupas assim, já que o clima não era tão frio. Apesar de não fazer diferença pra mim.
Abri o chuveiro e deixei que a água morna caísse por meu corpo. Fechei meus olhos e minha mente foi levada a todos os últimos acontecimentos. Percebi que apesar de ter sofrido em alguns momentos, eu nunca escolheria outro rumo para a minha vida, aceitaria do jeito que ela estava de bom grado, pois eu tinha tudo o que eu mais queria e tudo que qualquer pessoa invejaria.
Eu tinha pais maravilhosos e eternamente adolescentes como você, ou seja, você nunca teria que passar por aquela fase que você sente vergonha de seus pais.
Minha família vampira amorosa e perfeita, que sempre estão lá pra me apoiarem em tudo. Até aceitando viver em um lugar ensolarado, quase não saindo de casa, só para que eu pudesse cursar uma boa universidade sem ter que me separar deles.
Meus amigos lobos, que sempre faziam brincadeiras e me tratavam muito bem. Como se a matilha fosse uma grande família e eu fizesse parte dela, mesmo não sendo loba, era essa a sensação que passavam para mim. Meus adorados amigos quileutes.
Minha melhor amiga Megan, que apareceu a nossa vida a pouco tempo, mas conquistou a todos com esse jeito especial de ser. Sendo minha amiga, companheira, confidente, e me ajudando todas as vezes que precisei. Que escolheu não matar humanos como sua verdadeira família e escolher viver em paz junto com a minha, quer dizer, a nossa família. Meg... Minha melhor amiga, realmente minha BFF... minha irmã.
E por fim... Jacob. Desde que nasci não consigo imaginar minha vida sem ele. Ele se tornou meu desde que nossos olhares se encontraram pela primeira vez. Meu amor por ele existia antes mesmo que eu nascesse... o amor que Bella sentia, era uma parte de mim que estava nela... Meu dia se ilumina todo apenas com seu sorriso. Me sinto completa apenas com seu toque. Me sinto feliz com sua felicidade... Amo Jake com todas as minhas forças. Eu não entendia o que era esse sentimento, até que ele finalmente florescesse e eu percebesse que era ele o homem da minha vida... Aquele dia na floresta foi muito confuso, não entendia as novas reações que meu corpo e alma tinham com ele... Negava isso a mim mesma, tentava evitar... Mas tudo foi realmente inevitável, aquele sentimento fazia parte do que eu era e sou, sempre fez e sempre vai fazer. Pois nenhum dia da minha vida vou deixar de amar Jacob Black, pelo contrario, a cada dia eu encontro algo nele que me faz amá-lo mais, sendo por qualidade, defeito... Tudo nele me faz amá-lo mais. Um amor incondicional e até... doentio... Mas o mais verdadeiro, puro e forte amor que uma pessoa pode sentir...
Meu Jacob...
– Querida, achei tudo que pensou lindo, mas será que dá pra parar de pensar sobre seu amor por Jacob? Estou ficando nauseado. – a voz de meu pai soou pelo meu quarto.
Revirei os olhos.
– Você não fica nauseado! – acusei rindo, enquanto voltava ao banho. Eu nem percebera quanto tempo fiquei pensando em baixo do chuveiro...
– As vezes é bom relembrar das coisas boas, filha.
Não é bom pai. É maravilhoso. Um tempo bom e perfeito que pra sempre vai permanecer em minha memória. Mesmo eu não tendo a memória tão perfeita quanto a sua de vampiro, mas eu tenho certeza de que me lembrarei disso pro resto de minha vida.
– As vezes... Eu comparo o amor de um imprinting com amor que eu tenho pela sua mãe... – Edward confessou pensativo e eu estava curiosa para ver sua expressão. Era difícil eu conversar assim com meu pai, mas quando conversávamos era uma experiência maravilhosa.
– É devíamos repetir isso mais vezes. – ele riu. – Então... continuando...
Pai? Pode esperar eu terminar o banho? É que não quero falar com você sem olhar em seu rosto.
– Me esqueci que você gosta de conversar decifrando as expressões das pessoas. – ele riu.
Pode pegar minha roupa aí na cama? Vou me trocar aqui mesmo.
– Claro. – ele murmurou antes de ouvir seus passos silenciosos pelo meu quarto.
Ele deu uma leve batida na porta. Desliguei o chuveiro, me enrolei na toalha e fui até a porta.
Peguei as roupas de suas mãos e sorri carinhosamente pra ele, que retribui o sorriso e voltou para onde estava, que deduzi ser a cama.
Coloquei o pijama rapidamente e saí do banheiro, secando os cabelos com a toalha e me sentando ao seu lado.
– Sabe... Eu não me conformo que em pouco tempo estarei te perdendo. – ele mudou de assunto.
Franzi a testa ao ver sua expressão triste.
– Pai! Você não vai me perder! Que saco, por que todo mudo fica repetindo isso? Eu não vou morrer, eu vou me casar! Vou permanecer no mesmo lugar durante toda a minha vida é só vocês me visitarem que sempre estarei lá! – disse nervosa, quase gritando. É, definitivamente estou de TPM.
Meu pai riu, provavelmente pelo meu pensamento. Eu ri também.
– Ok, ok, não vou provocar sua ira. Vejo que esta fora do normal hoje. – ele riu e eu revirei os olhos.
– Pai, é uma conversa particular não é? – perguntei olhando para a porta. Provavelmente todos ouviriam nossa conversa de pai pra filha. E eu não estava nem um pouco confortável em relação a isso.
– Não, eles estão jogando.
– Jogando? – perguntei rindo. Devia ser coisa de Emmett e Seth...
– Isso mesmo. Todos estão concentrados em ver quem dos dois vai ganhar a partida de xadrez. Eles nem sonham que vamos conversar particularmente, não se preocupe. – ele tocou meu queixo e eu sorri.
– Sabe... eu nunca te contei como me senti quando você nasceu...
– Bom, pelo que eu sei você me odiava por que eu mataria a mamãe. – respondi e ele me olhou com desdém.
– Eu não te odiava! Bom, no começo eu tinha medo de que você matasse Bella, mas mesmo não admitindo, eu tinha curiosidade em saber em como você seria, mas eu tinha mais preocupação em manter Bella viva... Eu não tinha idéia que nasceria um anjo tão lindo e a segunda razão da minha existência.
– Então como se sentiu quando eu nasci?
– Bom, eu já comecei a cair em seus encantos antes de você nascer... Foi quando li sua mente pela primeira vez.
– E o que você via nela? – perguntei curiosa.
– Cores. Cores e vozes. Você decorava nossas vozes e ficava repetindo em sua mente. A que você mais repetia era a de Bella, Jacob e eu.
– Eu já gostava do Jacob? – perguntei com os olhos brilhando.
– Você fazia sua mãe se sentir feliz e completa toda vez que Jacob aparecia.
– Uau. – eu ri. Isso tudo, essa coisa de imprinting, agia muito estranhamente.
– Bom, voltando ao assunto... – ele disse. Humm, que assunto? – Na verdade, o primeiro assunto.
Revirei minha mente e logo lembrei o assunto. Sobre ele comparar o imprint com o amor dele por minha mãe.
– Eu também acho que é o mesmo tipo de amor, pai. Sabe, eu vejo como você olha pra mamãe e... Acho que Jake e eu nos olhamos assim também... Você praticamente sofreu um imprint de vampiro pela Bella. – ri e ele me acompanhou.
– Não... Quer dizer... eu amo a sua mãe mais do que tudo na vida, é muito forte. Mas... parece que o imprint é mais.
Franzi a testa. Isso não era uma coisa que eu esperava um dia ouvir de meu pai.
– Por que acha isso?
– O imprinting é quando o lobo encontra sua alma gêmea. Quando encontra aquela que foi feita especialmente pra ele e juntos eles se completam. – ele explicou algo que eu já sabia.
– Mas também é assim com vocês.
– Não... – ele sorriu fracamente. – Filha, como Bella e eu podemos ser almas gêmeas se não temos almas? Somos feitos um para o outro, sim, mas não dessa forma. Algo intenso, sim, mas não igual o imprint.
– É claro que vocês têm alma, pai! – gritei indignada. Eu não estava acreditando no que eu estava ouvindo!
– Não, não temos. Ninguém é capaz de admitir isso, com exceção de mim, mas é a mais pura verdade.
Senti as lagrimas quentes escorrerem por meu rosto e abaixei os olhos. Ele estava enganado! Muito enganado... ele me abraçou.
– Filha, não é por que somos bons, para nossa espécie é claro, ou que você nos ame, que muda este fato.
– Pai... Você já parou pra pensar... Que se você não tivesse alma, eu também não teria? Por que não é possível que eu tenha uma alma pela metade...
Ele paralisou, mas não disse nada. Ok... Eu tava falando algo sem sentido, mas eu não tinha mais argumentos... Então, ele apenas me apertou em seus braços.
– Você tem uma alma, filha. – ele afirmou com certeza. – A mais pura alma. Você tem uma vida, por isso tem uma alma.
– Pai, não vamos começar com teorias de espiritismo aqui. Você tem alma e ponto final. – murmurei mal humorada, enquanto afundava minha cabeça em seu peito e inalava seu perfume adocicado.
– Tudo bem. – ele riu e beijou o topo da minha cabeça. – Agora eu vou falar do outro assunto.
Assenti e fechei os olhos. O cheiro do meu pai era tão bom e tão relaxante... tava me dando sono.
– Ei! Fique acordada para ouvir! – ele murmurou fingindo irritação, mas seu sorriso o denunciou. O que é estranho, já que ele é um ótimo mentiroso. – Você também é, se eu não lesse sua mente, estaria ferrado.
Eu ri e o abracei mais forte.
– Ok, não vou dormir, pode falar. – disse baixinho e ele começou a fazer carinho no meu cabelo.
– Quando você nasceu eu nem prestei atenção em você na verdade, eu estava tentando salvar sua mãe. E então você foi para o colo de Rose, enquanto eu ia fazendo o processo para salvá-la.
– Eu sei que você transformou ela. Mas estava muito grave?
– Sim, sua mãe estava perdendo muito sangue e não estava conseguindo respirar direito. Jacob até teve que fazer respiração bo...
– Poupe-me os detalhes, por favor. – disse irritada. Ele não precisava lembrar dessa parte, não é? Droga! Por que minha mãe teve que pegar o Jacob primeiro que eu?!
– É, essa também não é uma de minhas melhores lembranças. – ele riu. – Mas você deve pensar que seu “amado” não jogou limpo.
– O que ele fez? – perguntei nervosa. Não queria que eles omitissem os fatos, uma hora eu teria que saber, por mais que eu ficasse nervosa e irritada. Apesar de que eles não me traíram como minha mente insiste em pensar, mas ainda é revoltante pensar que sua mãe beijou o amor da sua vida primeiro que você.
– Pare de ser tão nervosa! Nem eu fiquei assim. Pelo amor de Deus, de onde você tirou esse temperamento?! Que eu saiba não sou parente de sangue de Rosálie, nem sua mãe.
– É a convivência, pai. – murmurei. E a TPM. Acrescentei mentalmente e ele riu. – O que exatamente meu “amado” fez? – perguntei enfatizando a palavra “amado” do mesmo jeito que ele havia feito.
– Bom, ele ameaçou se matar se bela não o beijasse.
– Dramático. – bufei e revirei os olhos. Ok, isso não me incomodou tanto.
– Sua mãe se importava com ele e então o beijou para que ele não se matasse.
– Jacob idiota. – murmurei irritada e meu pai soltou uma gargalhada alta. – O que mais eu não sei?
– Hmm... Acho que você já sabe de tudo.
– Ainda bem. – me espreguicei e o abracei novamente. – Obrigada pai. Eu adoro conversar com você.
– É, definitivamente, deveríamos fazer isso mais vezes. – ele riu e beijou minha testa, enquanto alisava meus cabelos. – Eu te amo, minha princesa.
– Ahh pai! Já ta na hora de parar de me chamar assim. – murmurei.
– Você, definitivamente, fica uma chata de TPM. – ele riu e eu revirei meus olhos, me afastando e me levantando. – A onde você vai? Você esta quase desmaiando de sono, vá dormir!
– Estou com sede. – respondi e apontei aos círculos arroxeados em baixo dos meus olhos.
– Não vá sozinha. – ele mandou.
– Não irei. – disse sorrindo e beijei sua bochecha. – Eu te amo, pai.
– Também te amo.
Nos levantamos e descemos as escadas até onde todos estavam. Agora era Jasper que jogava xadrez com Emmett, enquanto os outros assistiam o jogo e Seth assistia TV emburrado. Percebi que Emmett estava perdendo feio pra Jasper e só depois percebi as dicas que Alice lhe mandava. Ahh assim não vale! – mandei telepaticamente para Alice, que me mostrou a língua. Isso não ia prestar... Emmett não gosta de ser enganado.
Revirei os olhos e procurei Jake pela casa. Ué cadê ele?
– Ta na garagem. – Seth disse distraído e me perguntei se minha expressão estava tão obvia assim.
– Valeu Seth. – disse e caminhei até ele, bagunçando seu cabelo divertidamente. – Não fica assim Seth! Da próxima vez pede pra Alice te ajudar a trapacear, igual ela ta fazendo com o Jasper, e você ganha fácil.
Ouvi um rosnado e logo todos começaram a discutir. As vezes nem eu percebo o quanto sou chata... Mais é hilário quando eles tem essas discussões besta por causa de um jogo. Pena que não vou assistir...
Saí de fininho e fui até a garagem de Jake. Fui me aproximando e aos poucos fui escutando o que ele fazia.
Entrei na garagem, ele estava debruçado no capô do carro, mexendo em alguma coisa ali. Ele levantou a cabeça quando me ouviu e sorriu abertamente.
– Oi linda. – ele disse saindo dali e vindo em minha direção.
Minha respiração falhou quando ele se aproximou e meu coração martelou descompensado quando vi seu torço nu e algumas manchas de graxa por sua bermuda. Mordi os lábios e desviei os olhos corando.
Ele gargalhou e abraçou minha cintura.
– Estou começando a ter uma noção do quanto eu mexo com você. – ele murmurou divertido e eu rolei os olhos.
– Só agora? – perguntei rindo.
– Não... – ele riu. – A que devo a honra de sua presença?
– Eu queria... – calei a boca quando vi um objeto grande e branco no canto da garagem. – Ahh eu sabia! – murmurei e Jake seguiu meu olhar para a geladeira. – Ta me trocando pela comida! E Esme é sua cúmplice! Traidora...
Ele gargalhou.
– Seus beijos são melhores do que comida, disso você pode ter certeza.
Fingi estar indignada e o empurrei rindo.
– Cala a boca.
– Então, você ainda não disse o que quer.
– Está me expulsando pra ficar a sós com sua “amada” geladeira? – fiz biquinho.
– Você fica tão linda com essa carinha. – ele riu e tocou seus lábios nos meus.
– Ok, um beijo na vai fazer eu me esquecer. – menti.
– Não seja por isso. – ele riu e encostou seus lábios nos meus de modo delicado e doce.
Ele massageava meus lábios e meu coração batia cada vez mais rápido. Levei minha mão a sua nuca e me levantei na ponta dos pés, numa tentativa de aprofundar o beijo. Jake riu contra meus lábios e logo me levantou em seu colo, me ajudando. Eu apertei meu rosto ao dele e dei passagem a sua língua. Ele apertou minha cintura fortemente, enquanto o beijo se tornava cada vez mais intenso e nossos pulmões queimavam por ar.
Separei nossos lábios, ofegante, e encostei minha testa na sua.
– É, acho que... você conseguiu. – disse ofegante e ele riu, me colocando no chão. – Eu queria ir caçar com você, estou com sede.
Ele sorriu. O meu sorriso preferido. Aquele sorriso que parecia o sol iluminando meu dia.
– Vamos. – ele disse fechando o capô do carro e entrelaçando sua mão na minha.
– O que você estava fazendo com o seu carro? – perguntei curiosamente.
– Eu estava colocando... – ele parou me olhou com cara “ela não vai entender o que eu vou dizer” e continuou. – uma coisa, para que o carro seja mais rápido.
– Seu carro já é rápido. – disse.
Começamos a ir pela floresta, andando como humanos, não estávamos com pressa. Eu só estava com sono, mas resistia só pra passar mais um tempinho com meu Jake.
– Quanto mais rápido melhor! – ele sorriu. – Nessie... O que sua tia maluquinha queria com você e Meg?
– Oh! – ofeguei me lembrando. – Ela só queria combinar um dia de compras.
Não mencionei que era em Paris.
– Hum... é que eu ouvi você falando uma coisa que despertou minha curiosidade
– O que? – perguntei temerosamente.
– Você dizendo que imaginou toda a nossa vida juntos. – ele sorriu e eu sorri também, mas disfarcei para que não demonstrasse meu alivio. Alice me mataria se Jacob descobrisse.
– Sim... eu imaginei. – disse e vi que Jacob me olhava com um olhar curioso.
Mostrei a ele tudo que tinha visto e quando as imagens acabaram ele me olhou com o sorriso mais lindo que eu já tinha visto.
– Eu sei que você já deve estar enjoada de ouvir isso, mas, - ele abraçou minha cintura. – Eu amo você e não vejo a hora de termos nossa vidinha juntos.
– Nunca vou me enjoar de ouvir você dizer isso... – levei meus braços ao seu pescoço. – Eu só quero te compensar por tudo que fez e faz por mim.
– Estando ao seu lado tudo é mais fácil, Ness. – ele me beijou levemente.
– Idem. – disse e ele riu, enquanto se afastava e ia até atrás de uma arvore.
– Já volto! – ele disse antes de sumir e voltar aquele lindo lobo castanho-avermelhado que eu tanto amava.
– Ok, vamos pegar nosso lanchinho. – disse rindo e Jake soltou um latido, que parecia uma risada.
Então nós corremos pela floresta até achar algo que matasse minha sede. Eu sentia saudades desses tempos e até achei estranho que a sede nem estava me incomodando tanto. Mas gostei de me sentir ao ar livre de novo, o vento sobre meus cabelos e meu eterno protetor ao meu lado.


Autora: Kelly Sosticio

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