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Capitulo 23 - Sangue e Lágrimas ***Satine

- Algo errado com você?
Eu paralisei com o som da voz. Eu me lembrava exatamente de onde me lembrava daquele som – era o anjo! O anjo que eu havia encontrado na estrada.
Engoli em seco o bolo de emoções que se formavam em minha garganta. Era estranho. Muito estranho. Meu coração estava acelerado e minhas mãos suavam frio. Tão frio que pareciam á ponto de congelar. Eu forçava minha garganta a emitir algum som, mas meus lábios se recusavam a abrir.
Uma mão fria e delicada pousou sobre meu ombro.
- Minha querida. Algo errado com você? Sente alguma dor? Quer que eu a examine?
Obviamente, havia algo de errado comigo: Eu era uma idiota completa! Nem mesmo conseguia falar com ele! O que eu queria? Que ele abrisse os braços e me dissesse que esperou por mim a vida toda? O cara nem mesmo sabia da minha existência!
Burra! Burra! Burra! – minha mente gritava com um megafone.
Você é uma Volturi! Você é uma Volturi! – eu respondi á ela.
Endireitei meu corpo. Respirei fundo e dei uma alisada nos cabelos com os dedos.
- Errrr... Na verdade... Eu... – sou sua filha e espero que você me ame! – gostaria de saber se o senhor tem um tempinho para conversar.
Ele não respondeu. O corredor permaneceu em silêncio absoluto.
Respirei fundo novamente e me virei, enxugando o principio das lágrimas que se formavam em meus olhos.
Quando olhou em meu rosto, o anjo ficou paralisado. Era como se ele visse algo que os outros não viam, e olha que eu nem me referia ao meu estado – deplorável, diga-se de passagem – naquele momento.
- Tem um tempinho doutor? – ele permaneceu em silêncio, aumentando minha agonia.
- Doutor?
- Desculpe – o anjo deslizou as mãos pelos cabelos claros, como se precisasse de um tempo para organizar as idéias – Eu... Eu... Claro! Podemos conversar.
Dei um espaço para que ele pudesse passar e entrar na sala, mas ele não fez. Ficou ali parado, com as sobrancelhas franzidas, como se me estudasse.
- Algum problema, doutor? É uma hora ruim? – baixei minha cabeça e usei a lógica – eu posso voltar em outro momento.
- Não! – ele me interrompeu – agora está perfeito. Entre.
Eu entrei. Ele também. Sentou-se na cadeira por detrás da mesa e continuou me fitando – eu estava começando a me sentir incomodada.
- Quem é você?
- Sou Satine Volturi – eu disse, os olhos ainda perdidos naquele mar de âmbar.
- Volturi? Volturi? – ele repetiu como se não conseguisse entender.
- Sim. O senhor os conhece?
- Você – ele encarou ainda mais os meus olhos – os conhece, criança?
Deixei que meus olhos encontrassem o padrão dos pisos do chão – Kate havia me dito que odiava os Volturi, mas que amava meu pai. Provavelmente o sentimento dele era o mesmo em relação á ela e aos Volturi.
- Um pouco – eu menti.
Minha mão estava sobre a mesa de madeira. Eu estava distraída. Tão distraída que nem percebi quando ele tentou aproximar a mão da minha. Eu a puxei. Não como um humano puxaria, lenta e descoordenadamente, eu a puxei como um vampiro, um movimento único e certeiro.
- Quem é você? – o anjo repetiu.
Uma a uma, as lagrimas começaram a rolar por minha bochecha, desenhando uma pequena cachoeira em minha pele. Eu não me contive, não conseguiria – estar ali, ao lado dele. Meu pai. Depois de todos estes anos.
Ele se levantou – seus passos produzindo um baque surdo no chão, delicados e bem marcados – caminhou até bem próximo á mim e se curvou, flexionando os joelhos. A mão pousou graciosamente no bolso do avental, e ele retirou um pequeno lenço de linho, perfeitamente branco. Entregou a mim com um sorriso tão sincero, que mesmo ele me oferecesse um copo de veneno, eu pegaria.
- Diga criança, o que há de errado com você? Alguém dos Volturi lhe fez mal? Demetri talvez.
Demetri! – o nome foi como um estalo em minha mente.
- Não! Demetri não... Ele... – mais uma vez eu não sabia o que dizer.
As lágrimas ficaram mais fortes, enquanto o lenço repousava sobre minha calça jeans destruída.
Demetri. Demetri. Meu demetri – mais uma vez, tudo que eu precisava era tê-lo por perto. Eu era boba e infantil e covarde. O momento pelo qual sempre esperei ali, em minha frente. E eu não conseguia dizer nada mais que alguns monossílabos sem nexo.
- Desculpe doutor – eu disse secando as lágrimas com as mãos e entregando o lenço – foi um erro. Isso tudo... Foi um erro.
Saí pela porta, como se tudo estivesse pegando fogo – por sorte, ninguém estava por perto e eu não tive que fingir um ataque de pânico nem nada.
Corri. Corri o mais rápido que minhas pernas agüentavam até que encontrei o rio. Um rio imenso e tranqüilo.
Tranqüilo - tudo que eu não era naquele momento.
Sentei na beira do rio, na grama – eu já estava um trapo mesmo, o que um pouco de grama poderia piorar? – e fiquei ali, olhando a água correr.
Em um ponto do “nada” em que eu me sentia, fechei os olhos, liberando meus pensamentos.
Lembranças dançavam em minha mente como se fossem pequenas borboletas – Filó, Rennie, meu pai Aro, Marcus e Demetri. Pensei em tudo que eu já havia passado e porque diabos eu estava naquele lugar. Eu tinha uma família que me amava e por mais que os outros não entendessem, eu os amava também. Pensei nas manhãs no castelo, nas vezes em que Marcus mandou trazer pãezinhos frescos para mim, nas vezes em que Filó fez bolo. Nas coisas que Rennie me ensinou. Nas vezes em que me protegeu e acobertou minhas saídas fortuitas – um sorriso nasceu discreto em meus lábios.
“Pelo amor de Deus não me diga que este é o momento em que você começa a se lembrar de coisas pessoais e nojentas que os sangue-sugas fazem quando estão apaixonados!”
Embora não fosse minha a voz vinha direto da minha mente.
Abri meus olhos com cuidado, já imaginando o que iria encontrar – diante de mim, o imenso lobo avermelhado estava sentado, com o focinho á alguns milímetros do meu rosto, ele me encarou.
- Como se eu tivesse muita coisa para me lembrar! – eu pontuei.
“Isso é bom! Muito bom! – apenas uma garota com pensamentos apaixonados é suficiente numa matilha!”
- Mal humorado e ranzinza! Como uma freira italiana!
O lobo pigarreou – e eu aposto que aquilo significava uma risada!
- Como me encontrou?
Ele se deitou na grama, e cobriu o focinho com as patas dianteiras.
“Como se eu pudesse evitar!”.
- Eu não entendo.
“Olha garota – por alguma razão que eu desconheço – você faz parte da matilha. O que significa que mesmo que eu quisesse, seus lamentos são altos e claros demais para eu ignorar!”.
Ah ótimo! Agora nem pensar eu poderia mais em paz!
“Bem vinda ao clube!”.
Hey, não ouça meus pensamentos! – eu pensei de mau humor.
“Não é que eu queira, mas...”
- Dá para você pelo menos voltar a ser humano, para que eu me sinta menos idiota de estar conversando com um animal? – Não que vá ajudar muito – eu provoquei ainda pensando.
O lobo me olhou com cara de: “Há, há! Muito engraçado” e se foi. Alguns segundos depois o garoto apareceu, vestindo sua bermuda velha.
- Você não tem outra roupa não?
- E você não tem outra cara não? Desculpe é que esta de sofredora mal educada já enjoou.
- Bobo!
- Meu pai diz que somos iguaizinhos.
Deus me livre! – eu pensei.
- Ainda posso ouvir.
- Ótimo!
- Ótimo!
Eu me virei de volta para o rio – não estava com vontade de discutir – embora fosse uma idéia tentadora.
- Hey garota, falando sério, você está bem? Quero dizer, fora todo esse mau humor natural, parece sofrer.
- E por que você se importa? Eu sou só uma sangue-suga malvada e fedorenta e Volturi, para completar!
- Eu nunca disse que você era fedorenta.
- Achei que não gostasse do cheiro doce dos vampiros.
Jacob segurou minhas mãos entre as suas. O calor da pele dele me acalmava tanto que era como se derretesse todas as minhas dores. Fechei meus olhos e suspirei.
- Satine? – ele me chamou – você é muito mais que isso. Não é uma sangue-suga malvada. É só uma garota, tá que você tem sérios problemas de humor, mas é o que você é – uma garota linda, gentil, que ama a família que tem. Não há nada errado em gostar deles Satine, são sua família.
Eu suspirei novamente, e desta vez, não pude impedir as lagrimas que voltaram á correr.
- Hey garota, pare de chorar pelo amor de Deus! Está me deixando nervoso. Olha, eu não sei o que fazer okay, pare de chorar e vamos dar um jeito em tudo.
Eu não parei. Não podia – quanto mais Jacob me consolava, mais eu chorava. Era como se ele limpasse minha alma.
- Desculpe – eu choraminguei.
- Tudo bem, tudo bem! – disse Jacob, enquanto passava os braços em volta de mim.
Aninhei minha cabeça em seu peito nu, pensando em porque aquele garoto me parecia tão certo. Ali, nos braços de Jacob tudo parecia tão certo. Era como se eu realmente fizesse parte de tudo aquilo. Eu me sentia parte dele. Parte daquela terra tão distante. Jacob era como um elo entre mim e o mundo do qual eu fui tirada, mais de um século atrás.
Ficamos ali, abraçados; Jacob acariciando meu cabelo e eu respirando o cheiro quente e acolhedor de seu peito, e eu deixando que meus pensamentos fluíssem através de nossas ligações. Até que a noite começou a cair.
- Você vai ficar com dor no corpo – eu brinquei.
- Ficaria surpresa de quanto disto – ele olhou para nossos corpos juntos – eu posso suportar.
Por mais que Jacob não falasse dele, eu podia sentir – assim como ele – que as coisas também não estavam fáceis para ele. Jacob estava magoado e triste e de alguma forma, também parecia feliz em ter-me por perto.
- Uma maldição de família, talvez? – eu brinquei.
- Talvez – ele respondeu sorrindo.
Uma lagrima solitária desceu dos meus olhos.
- Obrigado Jake. Foi muito bom você ter vindo.
- Ah não se preocupe, serviço: “lobo Express” em qualquer floresta perto de você!
Eu me soltei dos seus braços e segurei seu rosto entre minhas mãos, tocando meus lábios em seu rosto.
Jacob suspirou, fechando as pálpebras e segurando minhas mãos em seu rosto.
- Não vou deixar que te magoem. Ouviu? Nenhum deles. Eu não vou permitir.
Eu o puxei para mim – uma coisa era certa: eu faria o mesmo por ele.
De repente, Jacob se levantou em sobressalto.
- Sangue-suga na área!
Ele correu para trás das árvores e se foi.
“Estou fora das terras dos lobos, território de sangue-sugas!”.
Eu me apavorei – afinal,quem seria? Demetri? Kate? Eu só rezei para que não fosse nenhum tipo de ameaça – lutar definitivamente não estava em meus planos!
“Não se preocupe” o lobo pensou “Você vai gostar da surpresa!”



Autora: Bia

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